1910

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O passado as vezes tende a nos perturbar durante o caminhar de nossas vidas. Muitas vezes o melhor a se fazer é esconde-lo. Como por exemplo, ir a uma cidade pequena no meio do nada pode ser o suficiente. Pelo menos para mim foi... Até um certo ponto. Só não imaginava que tão cedo ele retornaria... Como um pesadelo angustiante.

Echêm na França - 15 de Julho de 1910

Uma cidade pacata entre montanhas, na maior parte do tempo está um clima frio. Na cidade há uma pequena delegacia com uma prisão temporária. De um lado uma Igreja no topo de um monte e no outro, um orfanato, como se a cidade dissesse "Ou você nasce sozinho ou morra com Deus". No meio da cidade há uma praça, onde a sua volta há um rio que formando assim uma pequena ilha. Eu me questiono sobre a minha mudança para este lado do mundo e a minha não permanência em Paris, mas o que outrora eu fazia... Já não era mais de meu agrado.

No rádio: URGENTE - 2 Mortes foram encontradas, ambas naquele instante.

Pela noticia estar em maior destaque, era notável que não era um caso comum para os moradores, algo naquela noticia havia despertado minha curiosidade, e como todo bom detetive, não pude deixar de analisar a situação e o propósito de acalmar a mente com um drink ficaria para outra ocasião, pois naquele momento algo maior acalmava minha atenção. E assim saio deixando no balcão um copo de Hennessy recém pedido, gelo completamente derretido e no copo nenhuma marca de toque.

Ascendo um cigarro. Indo ao local onde o ultimo corpo havia sido encontrado, "não era o primeiro lugar que eu visitava", mas ambos os locais não estavam assim muito diferentes. Analisando em volta, o corpo havia sido largado ali sem nenhuma tentativa de esconde-lo. E perto do local, havia uma casa de aparência antiga.

Essa casa se encontrava a uma distancia razoável da cidade.

Tinha uma aparência antiga, talvez sido construída entre 1870 e 85. Analisando por fora, o Morador é um homem viúvo que perdeu a esposa recentemente, e devido a esse ocorrido decidiu se isolar. Usa o porão como local de trabalho, talvez um marceneiro ou serralheiro. Mas no fim, isso é somente uma especulação. Ao bater na porta, veio-me logo a primeira afirmação. Um Senhor.

— Com sua licença, o senhor viu algum movimento estranho aqui no terreno do senhor? — Pergunto.
— Não costumo frequentar muito o lado de fora, principalmente depois que minha esposa faleceu.

"E assim veio-me a segunda afirmação, viúvo", penso.

— Na maior parte do tempo estou embaixo da casa. Estou tentando criar uma cerca mais alta para resolver o problema com os Javalis e evitar que eles entrem e estraguem a plantação de couve da minha esposa. Esses malditos vivem aparecendo em meu terreno.

"Terceira afirmação, carpinteiro".

Em uma investigação todo detalhe é importante. O senhor é criador de Couve que sua esposa plantou. O assassino escolheu este local justamente pela falta de atenção do velho. Apesar de seu objetivo, ele não tem trabalhado nas cercas, afinal a sua plantação já se encontra totalmente destruída. Ele deve passar a maior parte do tempo lá embaixo, talvez porque tem algumas memorias de sua esposa, talvez ela o implicava por ficar mais tempo em baixo da casa que dentro dela. Mas é claro, isso é somente uma especulação.

Voltando a cidade, sou parado pela delegada. Uma moça elegante de estatura média, diria que uns 30 anos de idade. Ela estava fazendo o seu trabalho, querendo saber o motivo de um estranho estar exatamente nas duas áreas marcadas como provas de crime. E assim, sou levado ao interrogatório.

— O que fazia nos locais? — Pergunta a delegada, com ar de superioridade.

— Investigando!

— Um aspirante a detetive? E descobriu algo senhor investigador?

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⏰ Última atualização: Jul 01 ⏰

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