Capítulo 7

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Arregalei os olhos ao ver quem me esperava de braços abertos.


-O que você está fazendo aqui? -Disse entre dentes, em português.
-Que modos são esses? Não te entregaram a carta, lindinha? -Debochou o moreno.


Carta? A carta! A maldita carta que eu tinha esquecido completamente de abrir, e havia a enfiado sabe-se lá aonde.


-N-não... -Parabéns Maria Helena, está fazendo um ótimo trabalho gaguejando! -lembro de carta nenhuma.
-Como assim não lembra? -Ele disse, já entrando no apartamento. -Sinceramente, Lena, no Brasil você era mais organizadinha.

-Dá um tempo, Thiago. Dá pra você sair daqui ou falar logo o que você quer?

-Ah, mas você sabe muito bem o que eu quero, lindinha. -Disse ele, usando todo o charme possível com os brilhantes olhos castanhos, que já não faziam mais meu coração saltitar. E o apelido idiota que já não fazia nenhum efeito em minhas pernas.


Apenas o empurrei, o que deixou-o surpreso.


-Você não tem mais esse efeito sobre mim, Thiago. -Sorri de lado. -Agora sai logo daqui que eu já tô perdendo a paciência.
-Adoraria ver como seria isso. -Ele umedeceu os lábios e se aproximou.


Andei para trás e percebi que já estava no limite, encostada na parede. Estava pronta para empurra-lo novamente, quando o mesmo segurou meus pulsos.


-Por que não se despediu de mim? -O olhei confusa. -No aeroporto. 
-Deixa eu pensar... Hum... -Fiz cara de pensativa. -Ah! Talvez porque um dia antes você me traiu com a garota que eu mais odiava, não sei, acho que foi por isso. -Debochei.
-Que droga, Lena! Já disse que foi um engano.
-Ah, claro. Vocês estavam estudando anatomia humana, eu que me enganei pensando outras coisas. -Ri irônica. -Mas eu já não me importo tanto com isso. Você pode ficar com que quiser. Eu já não sinto nada por você.


O que eu disse fez ele apertar ainda mais o meu pulso.


-T-tá doendo... -Sussurrei. E ele riu sarcástico.
-Jura, lindinha?


De repente, a porta foi aberta e tanto eu como Thiago olhamos na direção.


-Ahn, Lena... -Reece apareceu segurando seu celular. E então ele olhou para mim, encostada na parede, com um pateta me agarrando. -Ah, desculpa. -Ele juntou as sobrancelhas e fechou a porta.
-NÃO, REECE! -Gritei, o chamando. Mas o mesmo não respondeu.


Aproveitei que Thiago estava distraído, e levantei um dos joelhos, dando um chute naquela parte. Ele se afastou, gemendo. O empurrei para fora do apartamento e ele apenas gritou um "Vai ter volta!". Tranquei-a em seguida, respirando fundo.


-Reece! -Pensei alto.


Abri a porta novamente e bati na outra ao lado.


-Ah, oi Lena. -Chris a abriu, com um sorriso gentil. -Belo pijama. -Olhei para baixo, me observando e percebendo que havia esquecido de trocar de roupa. Sorri sem graça.
-O Reece tá ai? -Perguntei.

They Don't Know About UsOnde histórias criam vida. Descubra agora