Dreams001

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Acha mesmo que vai me deixar sangrando até a morte e vai sair ileso disto? Me desculpe, reprovei na  aula de etiqueta.





—Mavie?.— escuto uma voz familiar me chamando.

—Olá.—respondo, mas não ouço nada em resposta, o que me deixa aflita.

—Por qual motivo está tão pálida?.— essa voz, não me soa estranha, mas não consigo decifrar de quem seja, porém de uma coisa eu tenho certeza. Essa voz não é de uma pessoa boa.

—Na...não sei.—minha voz sai trêmula.

Ouvi uma gargalhada que me fez arrepiar dos pés a cabeça. Eu sabia de quem era aquela gargalhada era a voz de Lúcio Whanter. O garoto que mais me fez sofrer na vida. Assim que a reconheci tentei correr para o mais longe possível, mas era como se as paredes ao meu redor se fechassem, meus pulmões não estavam me fornecendo ar de forma correta, meus olhos se enchiam de lágrimas, a cada passo que eu dava minhas forças iam embora ainda mais rápido.

Eu cai, cai de joelhos no chão, nem minhas mãos não conseguiram me apoiar, quando me dei por conta eu estava jogada de bruços e Lúcio estava se
Aproximando cada vez mais de mim, seus passos se aproximando de mim eram como pesadelos horríveis. Eu nunca vou esquecer o que Ele fez comigo.

—Tanto medo.—Ele começou dizendo.—Nunca te fiz nada de mais para ter tanto medo de mim.

Eu tento gritar, espernear, ou fazer qualquer outro tipo de movimento, mas nada que eu tentava fazer adiantava. Ele ja estava acima de mim, ele me pegou pelos ombros e me colocou de peito para cima.

—Nem tente fugir, você sabe que não irá conseguir. E mesmo que consiga, eu te acho.—Ele começou a desabotoar minha blusa.

Seus dedos começaram a percorrer por cima do tecido. Eu senti nojo dele, eu senti nojo de mim, ele me olhava como se eu fosse apenas um objeto. Comecei a chorar enquanto o mesmo continuava o que estava fazendo, ele tirou a camisa que estava vestido, e os shorts, logo em seguida terminou de tirar minha blusa, e puxou minha saia, e quando ele chegou mais perto, cada vez mais perto, eu senti uma vontade imensa de gritar, porém minha boca foi tampada por aquela mão.

Novamente, Aquela maldita mão.

Soltar as lágrimas foi inevitável, todas sairam rolando por meu rosto, cada uma mais pesada que a outra. Uma dor me consumiu quando ele entrou dentro de mim, repetidas vezes, a dor que eu sentia com aquilo era absurda. Desmaiei de tanto chorar enquanto ele ainda estava dentro de mim.

(...)

Acordei com minha respiração ofegante e suando frio, não sabia onde estava e nem com quem eu estava, olhei ao redor, quando finalmente percebi que tinha sido apenas um de meus pesadelos constantes. Aquilo era agonizante demais para ter sido apenas um sonho. Passei o resto da noite em claro.

  12 horas antes de mudar de mundo

"Acordei" exatamente dois minutos antes do meu despertador tocar, dei um pulo de susto quando o mesmo tocou, levantei da cama e fui direto para o banheiro, me olhei no espelho e vi que meu cabelo estava todo bagunçado, revirei os olhos vendo minha situação, meu cabelo estava simplesmente acabado, seco, ressecado e sem vida, mesmo eu tentando cuidar sempre dele não adiantava, escovei meus dentes e tomei um banho gelado e então fui para a cozinha e fiz um pão com geleia com uma xícara de chá de maracujá. Minha cabeça estava a mil com o pesadelo da noite passada, mas fingi estar tudo bem.

Logo após terminar meu café da manhã, coloquei uma roupa social e sai de casa apenas com o necessário, minha bolsa, uma xuxinha, chicletes e meus documentos dentro da bolsa, estava atrás de um novo emprego já que fui demitida do meu antigo.

Talvez chefes ignorantes não sejam bons para pessoas que não conseguem lidar mais com isso, não mais pelo menos, foi minha primeira discussão com alguém, e foi logo com um superior, logo após, foi o olho da rua para mim, pelo menos deu pra pagar alguns meses de alto defesa.

(...)

Entrevista vai, entrevista vem, acabei finalmente, eles me disseram que iriam entrar em contato caso decidirem algo, tenho certeza que não irão, jugando o modo como olharam para meu currículo. Bom, pelo menos eu tentei, Apesar de precisar muito do emprego eu não ligo muito, minha vida já está uma bagunça mesmo. Alguns minutos após terminar a entrevista, eu peguei um táxi até a biblioteca que ficava a cinco quadras da minha casa.

-Aqui, já está bom.-disse fazendo o motorista parar.

-Deu sete e cinquenta.-disse assim que desci do carro. Paguei e segui meu caminho.

As ruas de Austin-Estados unidos são simplesmente perfeitas, as paisagens são maravilhosas, a sensação de morar em uma cidade tão extraordinária é incrível. O som do sino da porta de entrada da biblioteca me soa familiar, é como uma linda melodia para meus ouvidos. As vezes até esqueço do resto do mundo.

-Boa tarde senhorita.-A bibliotecária diz simpática.

-Boa tarde.-sorri para a mesma.

Ao falar com ela segui em frente e fui direto na seção de fantasia, Meu gênero literário favorito. Talvez só perca para romance, dei uma breve olhada em algumas prateleiras procurando uma nova aventura para ler, mas não achei nada muito instigante, até descer o olhar á uma prateleira mais baixa, eu vi um livro com uma aparência nova, porém empoeirada, passei a mão limpando a capa, ele tinha uma capa dura de coloração azul escuro,
Não havia nome de autor ou autora, muito menos de editora, tinha apenas o nome do livro "O mundo de Farglath"  um nome um tanto quanto sem sal, porém não julgo livro por capa, então resolvi dar uma chance a este livro.

Peguei o mesmo e fui até a Bibliotecária e mostrei o livro que eu havia pego, então sai com o livro em uma pequena sacola reutilizável nas mãos, após sair da biblioteca fui direto a uma cafeteria que tem perto da mesma.

Pedi um café com caramelo, o meu preferido, sentei-me e comecei a folhear o livro que havia pego a alguns minutos, a medida que eu passava as páginas, ficava cada vez mais frustrada, não tinha nada em nenhuma página do livro. Alguns segundos e meu café finalmente tinha chego, tomei o mesmo ainda indignada por ter pego um livro que estava em branco.

Assim que terminei de tomar meu café deixei a gorjeta a cima da mesa e sai, chegando em casa recebi uma carta de despejo.

Maravilha!

Esse maldito dia não tem como piorar.
Me joguei no sofá e comecei a chorar, algo que eu fazia com uma certa frequência, talvez frequentemente demais.

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______________Notas da autora_____________

Capítulo curto, porém espero que tenham gostado.

Como podem ver, esse livro tem tem vários gatilhos, então se você é sensível não recomendo ler.

Votem, compartilhem e comentem.

@ally.autoraa

Trono de prata|+14Onde histórias criam vida. Descubra agora