Seja feliz...

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Naquele dia eu não sabia se sentia dor ou alívio, ver o menino que eu gostava me devolvendo o papel com uma poesia feita especificamente para ele me doeu, mesmo assim, fiquei aliviada por ele ter me pedido desculpas e de ter ficado de boa um com o outro. Realmente, não queria só amizade, mas tendo só isso já era o bastante – era o que eu achava –, Passei um tempo sem me importar muito com ele, mas eu não podia ficar sem olhar para ele, seu corpo, suas risadas, suas resenhas, toda vez que passava por mim, era inacreditável como um suspiro me entregaria tanto, minhas novas amigas rapidamente sacaram de quem eu gostava e tive que explicar toda a minha trajetória até aqui. Obviamente queriam que eu e ele déssemos bem, mas por escolha minha preferi ficar por assim mesmo, eu não mudei de lugar e nem ele, era como se nada daquilo tivesse acontecido antes, mas sentia que de alguma forma estávamos diferentes. Até que tomei uma atitude, na escola contém últimos horários da tarde como eletiva, por coincidência – Talvez–, ele estava na mesma que a minha, de boa. Então antes de largar, me aproximei – Ele estava do meu lado – e então falei com a voz baixa e tímida:

— Lucas, posso conversar com você quando sairmos?

Então dele vira para mim e responde:

— Pode ser agora? Pois assim que eu sair vou entrar no ônibus e ir embora.

Suspirei e concordei com a cabeça que sim, pensei nas palavras que iria usar, então comecei:

— Quero primeiramente começar pedindo desculpas, principalmente por um dia ter te chamado de Idiota, eu estava brava contigo, mas agora fiquei pensando que esse não era uma forma boa de resolver as coisas, estava magoada com você também, e você já sabe o porquê, mas, isso não justifica o meu ato. Quero recomeçar, tudo bem não querer algo comigo, mas vamos ser ao menos amigos...

Me ajeitei na cadeira receosa com sua resposta, mas me surpreendi, como sempre me surpreendo com ele.

— Fica de boa, eu entendo, podemos ser amigos, relaxa.

Olho para ele e sorri fechado sem jeito e sem o que falar. Mordi um pouco meu lábio inferior apreensiva em dizer algo, mas aí eu pensei: Por que não aproveitar agora enquanto estou sendo realista em geral?
Então tive coragem e falei para ele:

— Posso lhe pedir só um favorzinho?

Ele me olhou e concordou com a cabeça.

— Poderia me dar um abraço? Como mostrar que estamos na paz.

— Claro, podemos sim.

Sorri envergonhada e ficamos sentados por mais alguns minutos, até que finalmente o sinal tocou, quando nos levantámos e nos abraçamos por cerca de 1 min, mas para mim, foi um dos melhores abraços que eu já senti. Depois cada um foi para o seu lado, continuamos como estávamos, nos falava, fazia atividade, mas nada de especial acontecia. E isso durou por muitos dias.

Dezembro de 2021.

Passou-se exatamente 4 meses depois da grande montanha russa que participei em minha vida. Nada estava fora do lugar, eu estava mais conformada, comecei a investir mais em uma outra pessoa – Diego –, nos tornamos amigos desde 9ª ano também, porém eu não demonstrava muito sentimento por ele, éramos bons amigos, porém chega um dia que eu penso em me declarar para ele e também não deu certo, pois ele não sentia o mesmo, mas ficamos como amigos, o que na verdade, não foi isso que aconteceu, pois nos afastamos muito. Enfim, não chorei muito comparado a Lucas, eu levei de boa isso.
Chegou os dias das provas e tudo estava tranquilo, passei mais uma vez de ano, amém? Amém! As Férias chegaram e não vi mais nenhum dos meus colegas, todos viajando e eu aqui em casa sem menor interesse de sair, chego a me perguntar se eu estou realmente na geração certa.
Teve alguns dos dias de férias que passei na casa da minha vó, mas era apenas para lá que eu ia, mas para mim estava ótimo.

Uma simples carta de despedida...   Onde histórias criam vida. Descubra agora