Capítulo I- Entre Guerras e Aranhas

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Prólogo:

Para todas as pessoas que, sejam elas jovens ou não, desejam encontrar um amor puro e calmo em meio ao século turbulento em que vivem.

- Cinthya Mendonça.

Em uma Quarta-feira à tarde:

- Sabe Abe, a vida é muito curta! Não se pode realizar todos os sonhos em uma só. Na sua idade eu queria ser professora... Aquelas que recebiam tanto afeto pelos alunos que chegavam em casa com 10 maçãs todos os dias- Disse Molly, uma idosa com um sorriso sonhador.

- E por que não se tornou uma, Molly? - perguntou Abe enquanto acariciava os cabelos da idosa que se encontrava deitada com a cabeça em seu colo.

- Infelizmente meu pai não permitia que uma mulher de sua família trabalhasse fora de casa, era um choque para mim, já que todas as minhas amigas tinham seus empregos. Mesmo após o fim da segunda guerra meu pai permaneceu relutante. Ele era uma pessoa muito inóspita Abe, porém não julg... - Molly começa a tossir continuamente

- Descanse um pouco Molly, amanhã você termina de me contar sobre seu pai! - Abe disse ajudando Molly a se levantar de seu colo

Mesmo com muita dificuldade Molly se pôs de pé e sentou-se em sua cadeira de rodas que estava do lado do banco.

Naquela tarde o pôr do sol estava mais bonito, intenso. Os pássaros cantavam e as flores apresentavam seu charme, demonstrando o início da primavera.

Abe levou Molly de volta para o asilo e caminhou até a sua casa que ficava a duas quadras daquele lar de idosos.

Abe nunca foi de ter muitos amigos, era mais na dela. Gostava de ter seus momentos com a família e até mesmo com os colegas de turma da faculdade. Valorizava sua amizade com todos do asilo ao qual visitava, mas em especial tinha um carinho enorme por Molly. Apesar de tudo, apreciava muito mais sua própria companhia e é claro, a companhia do seu fone de ouvido.

- Quando será que vou parar de procrastinar e limpar esse all star? está tão sujo e eu sempre deixo pra depois - disse Abe chutando uma pedrinha na rua, indignada com a sua falta de foco nas tarefas.

- EI, VOCÊ CHUTOU UMA PEDRA NA SUZY, SUA MALUCA!!- exclamou uma mulher loira segurando um lulu-da-pomerânia. Apesar de a mulher aparentar ser mais velha, tinha um comportamento extremamente infantil.

- Me desculpa moça, eu pensei que tinha chutado para outro lugar. Não vi sua cachorrinha...- disse Abe, mesmo tendo quase certeza de que tinha chutado para o lado oposto da garota e sua cachorrinha.

- Olha como fala com a minha filha, ela não é uma cachorra! É minha querida... né minha filhota? - disse a loira começando a bajular sua cachorrinha.

- Mãe, ela não chutou a pedra na Suzy, pare de ser dramática - Disse um menino alto de cabelos pretos, se Abe não estivesse em uma discussão tão chata com certeza pediria o número dele.

- Você está livre dessa vez, mas se você fizer algo de novo vou te prender sua pirralha - disse a loira suspirando e saindo com a Suzy.

- Desculpa, minha mãe é meio desequilibrada - o menino disse colocando as mãos no bolso do casaco.

- Tudo bem, essas coisas acontecem mesmo - Abe não conseguia tirar os olhos do garoto, mas precisava voltar pra casa.

Abe suspirou e continuou andando em direção a sua casa tentando ignorar a existência daquele menino bonitão. Para ela parecia que sua casa estava mais longe que o habitual.

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⏰ Última atualização: Apr 24 ⏰

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