1- ESCURIDÃO

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  Abri meus olhos e me deparei com uma escuridão sufocante. A confusão me envolveu como uma mortalha enquanto eu tentava discernir onde estava e o que havia acontecido.

  A única coisa que conseguia enxergar era o meu próprio corpo, uma presença solitária na vastidão do desconhecido. Cada passo em direção a essa grande escuridão, parecia me arrastar para mais perto de um abismo sombrio e sem fim. 

  Meus esforços para escapar da escuridão se revelaram fúteis, como se estivesse presa em um pesadelo sem fim. A cada passo vacilante, ao invés de me libertar, parecia que me afundava mais nas entranhas sombrias do local. O desespero me consumia, apertando meu coração com garras gélidas, enquanto eu me via arrastada implacavelmente para o abismo impenetrável que se erguia à minha frente. Cada tentativa de fuga apenas intensificava a agonia, como se a própria escuridão estivesse se alimentando da minha angústia, devorando minha esperança com voracidade insaciável.

  Um terror incontrolável e uma atitude impulsiva tomou conta mim colocando minha mão sob meu peito, afundando em um mar de calor e umidade. Retirando-a num reflexo, deparei-me com o horror que jorrava de dentro de mim, tingindo minha blusa amarela com uma tonalidade mortal.

  Não avia notado antes, pois minha jaqueta preta estava cobrindo os rastros. Assustada, retirei a blusa amarela, que agora era velha e a jaqueta que estava sob ela, me deparando com grande pesadelo da minha própria pele.

  Um corte sinistro, como a boca faminta de um monstro, estendia-se de meu pescoço até minha barriga, abrindo caminho para sangue e alguns ossos quebrados que se insinuava em meu interior. Minha carne dilacerada expunha as entranhas de minha desolação, enquanto o sangue fluía em uma dança macabra de agonia, pintando meu corpo com os matizes do sofrimento.

  Meu peito esquerdo foi devorado por uma força sombria, deixando para trás um buraco profundo e grotesco, uma fenda na qual minhas costelas se erguiam como dedos esqueléticos clamando por liberdade. A escuridão que emanava dali parecia uma presença viva, uma entidade faminta que se alimentava da minha carne e da minha alma. Cada batida do meu coração era um lamento ecoando nas profundezas do abismo que se formara em meu peito, enquanto eu lutava para manter minha sanidade diante do horror indescritível que se desenrolava dentro de mim.

  A ausência de dor era apenas mais uma cruel ironia em meio ao meu tormento vivo.

  Meus esforços para escapar da escuridão se revelaram fúteis, como se estivesse presa em um pesadelo sem fim. A cada passo vacilante, ao invés de me libertar, parecia que me afundava mais nas entranhas sombrias do local. O desespero me consumia, apertando meu coração com garras gélidas, enquanto eu me via arrastada implacavelmente para o abismo impenetrável que se erguia à minha frente. Cada tentativa de fuga apenas intensificava a agonia, como se a própria escuridão estivesse se alimentando da minha angústia, devorando minha esperança com voracidade insaciável.

  Após o último eco se dissipar na escuridão, fui surpreendida por uma voz masculina, suave e reconfortante, que me chamava pelo nome.

-Estela? - Disse a voz que ecoava longe.

  O som, embora gentil, trouxe consigo uma onda de arrepios, pois indicava que eu não estava mais sozinha naquele lugar sinistro. Cautelosamente, deixei-me guiar pela promessa de companhia, ainda que a presença desconhecida trouxesse consigo mais perguntas do que respostas.

  Cautelosa, mas com uma ponta de esperança, respondi à voz desconhecida que parecia oferecer conforto em meio ao caos que me envolvia.

-Sim, sou eu.- Murmurei, minha voz mal ousando quebrar o silêncio que pairava no ar.

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⏰ Última atualização: Apr 20 ⏰

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