O Arrebentador

04

Deidara se olhou no espelho e se questionou mentalmente se deveria mesmo sair de casa. Sendo bem sincero, sua mente pensava apenas em Hidan e em Obito, porém se o alfa não estivesse lá, iria voltar para casa nem que fosse andando. Baladas não eram seu forte, não bebia muito álcool (quase nada, na realidade) e não dançava por pura insegurança. Admitia que precisava se soltar e se enturmar com mais pessoas de sua idade, conhecer pessoas novas e viver coisas novas, porém...medo, insegurança e preguiça eram mais fortes que a vontade.

Colocou a roupa mais bonita que poderia ter para sair aquele dia. Uma meia-estação preta de gola alta e ajustada no corpo - colada - e um pouco mais comprida, o que permitia que houvesse uma fenda pequena no lado esquerdo da peça; uma calça cargo com bolsos - estilo techwear - e um coturno preto. Deixou o cabelo solto e liso - que, por si só já era um ótimo acessório visto que era incrivelmente bonito e batia em seu quadril - e nada além disso. Pegou uma pochete pequena cinza e colocou atravessada do ombro para a cintura, não iria levar bolsas ou mochilas que pudessem sair do corpo porque sabia bem como era esquecido.

Cartão, identidade, dinheiro em espécie, cartão e a chave reserva de casa. Não era muita coisa. Ainda teria que pegar o ingresso e a pulseira do camarote com Hidan - que, por algum milagre, se envolveu pela primeira vez com um homem que não era mão de vaca.

Passou perfume ao máximo que conseguiu. Não queria ser iludido, mas vai que Obito lhe olhava com outros olhos ou chegava perto?

Claro que não tinha tantas esperanças. Estava entre esperar que Obito tomasse uma atitude visto que, todo bendito dia, lhe entregava algum pacote e saia correndo - não era difícil ver um homem de mais de dois metros parecendo o relâmpago Mcqueen após jogar um pacote do seu lado -, e entre pensar que ele só estava sendo gentil com o único ômega da parte interna e, naquela noite, pegar todos os omegas possíveis do local e lhe deixar jogado do lado com cara de tacho. Seria bem humilhante colocar expectativas em ao menos receber olhares do moreno e receber um fora ou vistas desagraveis de outros ômegas sendo felizes.

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Hidan segurou sua mão no exato momento que chegaram na portaria da balada. Também estava nervoso. Ambos acharam que seria uma balada comum e "normal" com pessoas normais, preços normais e uma decoração normal. A maioria das baladas da região próxima à Deidara eram mais "simples" e informais. Barzinhos, baladas com entradas gratuitas para ômegas, com pouca decoração ou questionáveis.

Óbvio que estavam errados.

Era uma balada incrivelmente bonita. Cheia de pessoas elegantes e bem vestidas, com luzes coloridas em volta e dentro da balada, com até árvores no ambiente externo cheias de iluminação. Os seguranças eram quem recolhiam os ingressos e abriam as portas para entrarem e Deidara ficou temente até de pisar perto deles. A fachada era ornamentada, tudo tão bem organizadinho...

Se colocaram na fila que andava teoricamente rápido e o ômega agarrou o braço do amigo, enlaçando ambos para não se afastarem por nada. Hidan lhe encarou de lado e sorriu, agora mais animado.

- tomara que você fique com aquele homem! - ele sussurrou e Deidara se esforçou para revirar os olhos.

- ele é meu cliente, não força a barra.

- mas vocês combinam e é isso que importa.

Deidara concordava com a ideia. Obito era mal de se expressar, isso era óbvio. Ele não era de interagir verbalmente, mas era gentil e cuidadoso. Além de tudo, era um verdadeiro gostoso. Qualquer ômega que beijasse um alfa daqueles seria um enorme sortudo.