Parte 1

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• Senju, Tobirama •

Minhas obrigações como Hokage da Vila Oculta da Folha faziam com que eu frequentemente ficasse até tarde em minha sala, perdi a conta de quantas madrugadas atravessei, andando pelo caminho até em casa sem ninguém nas ruas, como se fosse o único morador solitário daquele povoado, mas já tenho companhia há algumas noites.

Tsunade Senju, neta de meu irmão e obstinada herdeira do poder e inteligência de nosso nome treinava até perder a noção das horas, fosse em seu implacável taijutsu, ou nos incontáveis livros de medicina, se mostrando superior aos seus colegas de equipe com tão pouca idade. Jiraiya o acompanhava até em casa, um garoto bobo, sempre querendo a atenção dela.

Os dois me divertiam, quando andando na frente há uma boa distância, discutiam e ele sempre apanhava, sem saberem que eram vigiados.
Nunca fui tão próximo de Tsunade quanto deveria, mas quando meu irmão se foi e suas habilidades começaram a se tornar notáveis, diversas vezes pensei que uma proximidade com a família não cairia mal, não passaram de pensamentos.

Em uma noite, o jovem se atreveu a tentar tocar o busto da Senju, imediatamente pensei em interferir, mas a mão do ninja sequer tocou minha sobrinha, antes que ela desse nele outra bela surra. Precisei conter o riso, ainda andando bem atrás dos dois na escuridão, sem ser visto.

Talvez essa fosse a minha nova forma de cuidar dela, distante, quieto, mas atento ao seu treinamento, evolução e principalmente seu retorno para casa. Condição essa que me assombrou mais tarde.

A noite estava quente e apesar das discussões, dessa vez os dois jovens também riam juntos. Não ouvi o que conversavam, mas as risadas eram mais sonoras. O clima agradável tornava um passeio noturno muito mais atraente pela brisa fresca que amenizava o calor. Eles pararam e eu parei também, pensando se deveria pegar outra rota, ou simplesmente passar pelos dois com algum cumprimento.

Quando percebi, meus olhos atentos já captavam as mãos ligeiras de Jiraiya por baixo da blusa da loira. Surpreendentemente, pela primeira vez, ela permitia os toques. Não cabia a mim interromper, afinal eles já tinham dezenove anos, trabalhavam com afinco pela nação que construímos em missões cada vez mais difíceis, mas assim que me virava para desviar o caminho, a ouvi gemer. O som despertou meus sentidos de uma maneira perigosa, o garoto tinha a outra mão por baixo da saia de Tsunade e ela estava encostada em uma parede, entregue, sem reagir. Não fazia ideia, mas a vontade que tive foi de ir até lá e bradar para que aquele moleque atrevido tirasse as mãos dela, mesmo que, aparentemente, a loira também desejasse por aquilo.

Apareci das sombras para a parte iluminada da rua, andando bem no meio para ser visto bem antes de chegar a eles, que rapidamente tentaram se recompor no longo tempo que tinham para isso.

— Tsunade, até agora estudando? Sua determinação é admirável, mas não deveria estar em casa a essa hora?
Os dois estavam desconsertados, mas depois de um momento ela sorriu, mostrando os dentes, com gentileza, adorável, nem parecia a fera que era quando estava brava e este lado eu também conhecia.

— É bom encontrá-lo — a garota fez uma reverência breve em sinal de respeito, mas sua língua era afiada — Mas presumo que nós dois deveríamos estar descansando a essa hora, não é? O dever chama tanto eu, quanto você e o senhor mais cedo ainda.

— Está certa! Cuide-se, menina.
Pousei uma das mãos em sua cabeça em uma breve carícia pelos cabelos loiros, mas cometi o erro imperdoável de olhar para baixo para encarar seu rosto quando estávamos próximos, surpreendido pela visão de seus seios avantajados marcando a blusa branca, já que eu estava em uma altura acima da dela. A ereção veio forte, incontrolável e me virei saindo de perto no mesmo instante.

A Sala do Hokage - Tobirama x TsunadeOnde histórias criam vida. Descubra agora