trinta e dois | breakfast

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"Eu fui deixado na chuva, perdido e apaixonado

Estou tentando parecer que não estou tentando

Porque toda vez que eu tentei dar uma chance ao amor, as coisas desandaram, ah

Já me acostumei a não ter ninguém me ligando

Me acostumei a dormir sozinho

Ainda assim, sei que só preciso que as coisas deem certo

Só uma vez, só uma vez"

Eletric touch – Taylor Swift

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Os primeiros raios de sol ultrapassaram o tecido da barraca e eu percebi que já era de manhã. Didi estava dormindo, aconchegada sobre meu peito e com as pernas enroscadas na minha. As lembranças da noite de ontem ainda estavam bem frescas na minha cabeça, e minha vontade era de fazer tudo de novo.

Fiz um carinho em seus cabelos que caíam sobre as suas costas, e dei um beijo carinhoso no topo da sua cabeça. Ela se remexeu um pouco com meu movimento e se aninhou ainda mais com o meu corpo.

Escutei algumas vozes vindo do lado de fora, e imaginei que a essa hora todos já devem estar acordados.

— Ei. — chamei com carinho, afagando seus cabelos — Já devem ter servido o café. — argumentei, achando que com isso chamaria a sua atenção, mas ela nem se moveu — Linda... acorda. — tentei de novo.

— Mmdommth. — ela murmurou algo ininteligível e se virou para o outro lado, para continuar dormindo.

Aproveitei minha recém liberdade para me levantar e preparar nosso café da manhã. Peguei uma camisa, calcei meus chinelos e saí da barraca, me espreguicei já no lado de fora e passei rapidamente no banheiro para fazer minha higiene. Cheguei no refeitório e me surpreendi quando vi que só a Tina e o Ben estavam ali.

— Cara, precisa olhar isso — ele disse assustado apontando para o hematoma enorme na minha costela — Pode ter quebrado alguma coisa.

— Acho que não quebrou, só está bem machucado. — dei de ombros — Olho isso quando a gente voltar, não conta pro treinador ainda, ele vai encher o saco. — pedi e Ben assentiu.

— Hmmm... e esse sorrisinho, Theodoro? — Tina perguntou sugestiva, reparando no sorriso que nem percebi que estava dando.

Me fiz de desentendido e aproveitei para vestir a camisa que ainda estava no meu ombro, depois olhei de relance para a mesa de café da manhã, pensando no que levar para Diana.

— Cadê a Didi? — Ben perguntou e eu me virei para olhar para ele.

— ⁠Ainda está dormindo, até tentei acordá-la, mas não deu certo. Deve tá cansada de ontem à noite. Pensei em levar café da manhã na cama pra ela. — respondi sem reparar muito nas palavras que usei, mas o Ben entendeu tudo errado.

— Informação demais, Theo. Não preciso ouvir sobre a vida sexual da minha amiga.

Ben respondeu ríspido, tomando um gole de algo em uma caneca e desviando seu olhar do meu. Tina passou seu olhar de mim para o Ben, mas mesmo que talvez ela quisesse falar algo, manteve para si.

— Não é disso que tô falando... — tentei dizer.

— ⁠Sério, Theo. Não precisa! — ele tornou a afirmar e eu dei de ombros.

Linhas Invisíveis - Theo's VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora