"...Oque são sonhos se não alternativas realidades? Não falamos deles, pois as vezes, alguém poderoso o bastante para os tornar realidade está nos escutando... E suas intenções não são boas."
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Você podia ouvir apenas o silêncio ao seu redor, sentir o vento da tempestade a se aproximar, e ter a visão do belo campo de grama alta a sua frente, visto de cima, como se você estivesse em uma colina. O céu parecia escuro, pela tempestade, ou talvez pela hora do dia, já era fim de tarde.
Claro, tanto quanto ver, você podia também sentir a grama debaixo de seus dedos enrolando em suas pernas, além de ouvir o som de sapos e grilos cantando em algum lugar na distância.
Ao que parecia, a essa hora do dia não haviam mais pássaros cantando, estavam todos já ocupados retornando aos seus ninhos, se recolhendo em preparação para a noite.
Você sentia que deveria estar fazendo o mesmo, afinal, já estava mais do que na hora, além da tempestade se formando no horizonte, escurecendo o céu ao seu redor. Você havia acordado de uma soneca na grama, não é?
Estava sozinha, mas foi capaz de ouvir alguém chamar por seu nome na distância, o som similar ao do canto dos sapos e grilos.
Por causa disso, acordou com um grande susto, logo no meio de sua aula de história.
- ★ -
"Senhorita, você deveria prestar mais atenção na aula, quando precisar saber disso, não vai poder dizer que eu não expliquei!" Seu professor a repreendeu, franzindo as sobrancelhas e entortando sua boca numa leve carranca, o que fez seus óculos caírem um pouco sobre seu nariz.
"Desculpa, senhor Hoare..." Você respondeu em voz baixa, com vergonha. Normalmente seus colegas ririam de um momento assim, mas Hoare parecia bem mais sério hoje, então a situação não era leve o bastante para piadas.
Senhor Hoare era um professor estranho, na verdade. Seu cabelo era branco com muitas mechas pretas, o que dava a impressão de que ele era grisalho, mas se você prestasse um pouco mais de atenção, conseguiria notar que a cor claramente não vinha de envelhecimento.
Seus olhos ainda por cima? Eram claríssimos, um cinza quase que lilás, o que contrastava com suas pupilas. Se seus olhos fossem amarelos, você diria que ele parecia uma coruja.
Isto é, estamos falando por cima, apenas no quesito de aparência, mas para você ter uma ideia, o homem sequer contou a qualquer um de vocês o nome dele, apenas deixando vocês saberem de seu sobrenome para terem como chamar-lhe de algo.
O velho era muito rabugento, o que não era lá uma característica boa para um senhor de idade, talvez seja por isso que ele era tão sozinho, você duvidava que qualquer parente aguentaria lidar com ele se sua personalidade fosse assim regularmente.
Mas, de certa forma, a faculdade consegue cansar qualquer um, então você não podia julgá-lo por isso.
Hoare balançou a cabeça lentamente em sua direção quando percebeu que sua atenção já não estava mais em suas palavras, e com um suspiro, dirigiu-se de volta à sua mesa. Você já estava acostumada com essa ação o bastante para saber que significava desapontamento, mas normalmente esse desapontamento não era direcionado a você, afinal, você não era uma má aluna, na grande maioria das vezes. Era besteira da sua parte querer agradar a todos a todo custo.
