Tomei uma das taças de champanhe das mãos do criado que servia as mesas. O mesmo se curvou e sorriu em minha direção. Não fui indelicado com ele, mas apenas me afastei, coisa que o outro não pareceu se importar.
Antes que eu pudesse aproveitar um pouco do meu tempo livre, alguém cochichou em meu ouvido que o rei solicitava minha presença. Virei a bebida em minha boca de uma vez e larguei a taça em cima da bandeja do outro criado que passava por ali. Sequei meus lábios com a manga do meu terno, não era digno de um príncipe, mas eu não era o herdeiro de qualquer forma,
Passei meu olhar pelo salão, procurando por meu irmão que não estava por ali. Não dei bola e andei meio desajeitadamente até o encontro de meu pai que estava sentado em uma das mesas grandes. Parei em pé ao lado da rainha que me olhou com desdém e colocou a mão em minha costela.
— Ajeite sua postura. — Sussurrou disfarçadamente.
Ela deu um pequeno sorriso para as pessoas que a olhavam e eu ajeitei minha postura como pedido, quase revirando os olhos.
— Vossa majestade. — Bajulei meu pai, brincando com as palavras. — Digo, Pai...
Me curvei e pude ver o olhar da rainha perfurar meu crânio, ela não disse nada, mas parecia insatisfeita com meu comportamento, o que me arrancou um sorriso. Meu pai me olhou e depois voltou a conversar com o homem ao seu lado, do qual eu julgava ser algum lorde de alguma terra da qual não me importo.
— Você deveria se comportar como um... Príncipe. — Sussurrou enquanto eu me sentava ao seu lado.
Eu suspirei, sua pausa antes da palavra "príncipe" me dava ânsia.
— Deveria me comportar como um substituto do meu irmão?
Ouvi um suspiro de sua parte, o que confirmava a verdade em minhas palavras.
Meu olhar rodou o salão novamente, procurando por meu irmão mais velho, e a falta de sua presença me deixava ansioso.
— Você decorou o discurso? — Sussurrou novamente e eu acenei positivamente com a cabeça. — Òtimo, caso seu irmão não apareça, se prepare para assumir o lugar dele.
Antes que eu pudesse responder suas palavras, pude ver meu irmão subir na plataforma que ficava no salão, para começar seu discurso. Seu olhar se encontrou com o meu e pude sentir um alívio gigante ao ver o mesmo lá em cima.
Ali seria minha deixa, afinal, estava lá apenas para ser o reserva, e meu irmão parecia suficientemente bem. Pedi licença e me levantei da mesa na primeira oportunidade que tive.
Peguei mais uma taça das mãos de alguém e andei até a saída do salão. Não queria ficar bêbado. Ou melhor, não queria estragar a noite do meu irmão. Mas meu corpo pedia incessantemente por álcool.
Olhei ao longe para a mesa onde meus pais estavam e o olhar da minha mãe me penetrava enquanto ela cochichava algo no ouvido de um homem do qual não conhecia.
O homem olhou para mim e cochichou no ouvido de um dos guardas. Foi aí que percebi que eles estavam começando a andar em minha direção. O que fez com que eu aumentasse a velocidade de meus passos e andei rapidamente em direção a porta da saída.
Eles pareciam ter me perdido de vista e corri em direção ao jardim, assim entrei na cúpula. Os guardas foram na direção oposta, então levariam um bom tempo para me encontrarem ali.
Sorri satisfeito e me sentei no chão gelado, procurando pelo meu maço de cigarros em meu bolso. Peguei a embalagem e tirei dali um dos cigarros, alcançando meu isqueiro em seguida. Ascendi, pouco me importando com as plantas ao meu redor.
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All Of The Stars
FanfictionJimin era considerado o reserva de seu irmão pelos seus pais, apenas por seu irmão ser o herdeiro. Cansado de ser o reserva, acaba por fugir durante o discurso de seu irmão e por azar (ou sorte) um filho de uma cozinheira acaba por o encontrar escon...