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Amelie

As vezes, fico imaginando a vida como uma montanha russa. Há momentos em que estamos no topo e em outros, rentes ao chão. A sensação da descida é forte, deixando-nos desnorteados e enjoados. É como se tudo estivesse dando certo e, de repente, tudo errado.

Minha vida fora assim. Desde os meus doze anos até os meus vinte um, minha montanha russa estava instável no nível mais baixo de todos. Eu já havia me acostumado com o enjoo e o desconforto. Minhas esperanças para uma possível subida ao topo eram inexistentes. Até ele aparecer.

Quando reencontrei Tom, tive a sensação de que minha montanha russa tinha descido ainda mais. Me sentia estranha, mas um estranho bom. Um estranho que me deixava nervosa, desnorteada e enjoada. Eu havia me acostumado com a instabilidade da montanha russa que não percebi quando ela estava subindo. Lentamente, mas estava subindo.

Eu, finalmente, tinha alcançado o topo. Em alguns momentos eu descia, mas dessa vez, eu não estava sozinha. Houve tantas descidas e subidas após a chegada de Tom que era difícil saber em que lugar estávamos. Porém, agora eu sei.

Nosso espaço na montanha russa aumentou com a chegada de mais membros na nossa família. Yuri e Levi chegaram para nos elevar ao topo mais alto de todos. Agora não estou mais instável no chão, mas quase sinto que posso voar.

Acordo com o ronco leve de Tom e sua respiração em meu ouvido. Pisco várias vezes até acostumar meus olhos com a luz do sol que atravessa as cortinas da janela. Bocejo uma ou duas vezes até levantar. Sinto os braços de Tom se desprenderem lentamente de minha cintura. Porém, assim que me sento, sou puxada para a cama novamente. Braços fortes me envolvem e encaro o peito nu de meu marido.

- Hoje é sábado - susurra ele, ainda com os olhos fechados - Podemos dormir até tarde.

Me aninho novamente em seu abraço, me ajeitando para ficar na altura de seus olhos.

- As crianças já vão chegar - digo, selando nossos lábios por alguns segundos.

Tom resmunga e, antes que eu perceba, já está em cima de mim. Seus olhos estão abertos, me encarando com a intensidade que tanto amo. Me remexo toda.

- Então... - ele começa a dizer, descendo a cabeça para beijar meu pescoço - vamos aproveitar o tempo que nos resta a sós.

Suspiro. Faz anos que sou casada com Tom, mas ainda tremo a cada método que ele tem de me deixar com prazer. Seus lábios descem até os meus seios. Ele os lambe e sou obrigada a agarrar os lençóis para não soltar gemidos de prazer. As crianças já vão chegar.

- Tom... - chamo seu nome, conforme sinto sua boca descendo até minha barriga - Nossos filhos...

Paro de falar assim que sinto os lábios de Tom onde mais gosto. Agarro seus cabelos e curvo minhas costas. Sua língua dança dentro de mim. Por mais que eu queria que ele pare, automaticamente, minhas pernas se abrem ainda mais.

Todas as sextas-feiras a noite deixamos nossos filhos com os avós. As vezes com minha mãe, as vezes com os pais de Tom. O resto da semana se resume em trabalhar. Por isso, pelo menos uma noite, reservamos só para nós. As vezes saímos para jantar, outras dormimos em um local diferente experimentando coisas diferentes, ou até ficamos em casa, assistindo um filme com as roupas jogas por tudo que é lado.

Tom não está mais em turnê mas quando estava, ficávamos em chamada de vídeo todo dia. Agora, com ele gravando novas músicas e ainda dentro de mim, estou mais do que feliz.

A campainha toca e levamos um susto. Tom se retira de dentro de mim e rola até chegar no canto da cama, procurando suas roupas. Faço o mesmo, tentando encontrar aonde foi parar minhas peças íntimas. Me visto tão rápido que sou obrigada a tirar a blusa umas três vezes diante do espelho para ajeitá-la. Amarro meu cabelo de qualquer jeito é corro até a porta que continua a tocar.

- Oi meus anjos! - digo, tentando ofuscar minha falta de ar - Se divertiram na vovó?

- Sim! - reponde Yuri, correndo em minha direção - Fomos pescar com o vovó e eu peguei um peixe desse tamanho, ó - ela gesticula com a mão.

- Tão grande assim? - pergunto, acariciando seus cabelos dourados.

- Ele era enorme e não parava de se debater. Levi o viu e queria pegá-lo - Yuri semicerra os olhos para o irmão.

- Mama - diz o pequeno, mais parecendo um resmungo do que uma palavra. Ele estica os braços em minha direção, abrindo e fechando as mãos.

Sorrio e pego Levi do colo de Simone. Beijo seu rosto e pego a bolsa maternidade que Simone me entrega. Ela me olha de cima a baixo e ri.

- Sua blusa está do lado avesso.

Baixo meu olhar e percebo que as linhas da costura estão amostra. Começo a rir também e faço sinal para que ela faça silêncio.

- Não conte para ninguém - susurro, indo em sua direção para abraçá-la - Obrigada por cuidá-los.

- De nada, Amelie. Sempre que precisar é só chamar - ela se afasta e aperta de leve a bochecha de Levi - Adoro ficar com esses mini Kaulitz's.

Convido Simone para entrar mas ela recusa. Tom aparece para cumprimentar a mãe e depois nos despedimos dela. Yuri vai direto para a TV, pegando o controle de videogame.

- Mãe, vamos jogar?

- Agora não, amor - passo por ela e beijo sua cabeleira loira - Seus pais ainda não tomaram café.

Yuri franze o cenho e olha de mim para o pai.

- Então o que vocês estavam fazendo que não foram ainda? - ela pergunta e sou obrigada a pedir socorro para Tom. Ele nota meu olhar e pigarreia.

- Nós estávamos dormindo, ué - ele dá de ombros, andando lentamente até a filha. Seus cabelos estão soltos e está vestindo uma bermuda branca com uma blusa larga vermelha estampada. Seu estilo novo lhe cai muito bem - Por que? Acha que só vocês crianças podem dormir até tarde?

E com isso, Tom se joga contra Yuri e uma guerra de cócegas começa.

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⏰ Última atualização: Aug 07 ⏰

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Kiss Me 2 - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora