A hero has a life

Um recomeço

Narradora POV

As semanas seguintes de Kara foram para colocar em prática o que lhe era dito na terapia, acostumar-se com a nova dinâmica da sua vida, dar-se a conhecer a sua família e lidar com a mídia.

A rotina de Kara envolvia a Catco e trabalhar em projetos avançados funcionais para as mais diversas áreas junto de seus amigos na parceria que tinham. Às vezes para eles era difícil acompanhar a forma de pensar de Kara mas, ela logo explicava-se e reduzia o ritmo. 

Kara havia se tornado uma pessoa ponderada e calma apesar de continuar vibrante e alegre ao mesmo tempo. Realmente, eram as suas personalidades se unindo para formar uma só e seus amigos passaram a gostar dessa versão da loira pois embora houvesse diferenças com aquela que conheciam, não deixava de ser além de fazer bem a ela o que os deixava felizes.

Lena POV

Desde o nosso reencontro, desde aquele nosso abraço, Kara tem andado tão distante. Todos me dizem que é impressão minha já que a ela sempre faz brincadeiras e ri junto deles mas, comigo não é assim. Então eu percebi que era só comigo que ela estava distante.

Eu tentei me aproximar passando o máximo de tempo possível com ela seja na Catco, nos laboratórios, nas noites de jogos ou nos encontros que fazemos mensalmente para reunir o grupo todo e todas as vezes ela é inexpressiva, concisa e não faz contato visual comigo. Estava doendo ser a única pessoa que ela tratava assim até com Andreia ela gargalhava, ANDREIA! mas não comigo.

Eu quero estar com ela, quero ser a sua pessoa da mesma forma que ela é a minha mas, só está tão difícil me aproximar que sinto às vezes vontade de desistir. Eu estava tão pra baixo que todos notavam e era sentido na empresa também já que eu pouco ficava por lá e mesmo quando ficava estava sempre aérea pois só conseguia pensar nela, na minha Kara. Como agora...

-Lutessa!- Chamou-me Sam e eu percebi que talvez ela estivesse aí a muito tempo. -Que passa Lena?-

-Nada Sam. Precisas de algo?- perguntei levantando e arrumando minhas coisas para sair da empresa

-A única pessoa que te faz ficar distraída é a Kara eu bem sei Lena. Me diz o que se passa.- Sam disse sentando e eu sabia que não sairia dali sem falar com ela

Suspirei em desistência e sentei novamente.

-Eu acho que ela não me quer por perto.- Disse com lágrimas nos olhos mas sem derramá-las

-Já perguntaste pra ela?- perguntou Sam

-Não.- respondi

-Então porque achas isso?- Sam questionou

-Sam tu bem sabes como as coisas eram entre nós, como conversávamos o tempo todo disponível, como éramos carinhosas uma com a outra, como nos importávamos...-

-Onde agiam como se namorassem.- Sam falou e eu assenti

- Agora ela não mais sequer olha pra mim direito Sam.- Falei por fim derramando as lágrimas que tanto tentei conter. Sam logo levantou-se e me abraçou apertado

-As coisas estão diferentes Lena mas isso não quer dizer que ela não te queira por perto.- Sam falou mas eu neguei me desvencilhando do abraço e me afastando

-E o que quer dizer Sam?? Talvez ela não me tenha perdoado. Talvez, eu já não tenha espaço em seu coração.- Falei

-Tens que parar de assumir as coisas Lutessa.- Sam falou e eu franzi o cenho em dúvida ela então continuou. -Já reparaste que quando assumes coisas referente a ela geralmente estás errada?- Ela perguntou 

-Do que falas Sam?- perguntei limpando as lágrimas e sentando no sofá com Sam sentando a minha frente

-Pensemos juntas em só alguns exemplos: 1- Assumiste que ela era igual a todos os outros mas ela era diferente. 2- Assumiste que ela como Supergirl tinha complexo de Deus achando saber melhor do que ninguém o certo e o errado porém ela se mostrou humilde o suficiente para pedir desculpas. 3- Assumiste que ela como Supergirl quando ficou um pé atrás com você criando Kryptonita era porque considerava que você estava mudando de lado e te via como mais uma Luthor quando na verdade ela tinha é medo porque Kryptonita é uma total tortura para ela.- ela ia continuar mas a cortei