A Princesa do Sul

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Já  se passaram meses desde que ela foi capturada pelas forças Stark.

Antes do início da guerra, ela vivia uma vida confortável, se não protegida. Sua mãe era superprotetora demais para deixá-la participar de qualquer política do sul. Isso não importava para ela, de qualquer maneira ela era jovem demais para entender a complicada política da corte.

Mas isso não significava que ela não tivesse nenhum trabalho para fazer, só porque era a princesa dos Sete Reinos, claro que não. Ser neta de Tywin Lannister significa perfeição.

E perfeita ela era. Ela se destacou em tudo, desde o bordado sob sua septã até os estudos com o Grande Meistre Pycelle.

Ela também era boa em fazer amigos. Fazendo amizade com muitas das jovens nobres da corte. Sua amiga mais recente foi Lady Sansa, de quem ela fez amizade em Winterfell, quando seu pai pediu a Lord Eddard Stark para se tornar sua Mão do Rei.

Pensar em Winterfell sempre a enchia de um sentimento de tristeza e saudade. Ela se lembrou de ter ficado nervosa quando soube que iria para o Norte. Sua mãe sempre falou sobre como o Norte é um deserto congelado cheio de selvagens e que os Stark nada mais são do que selvagens.

Isso sempre a encheu de medo, que só aumentou depois que cruzaram a enorme fortaleza de Fosso Cailin.

Mas o seu medo foi infundado quando viu o Norte pela primeira vez. Embora a maior parte do Norte fosse árida, ele tem algum tipo de beleza agreste. E eles, homens do Norte, são mais calorosos do que os homens do Sul. Eles eram diretos e odiavam a política do sul. Algo pelo qual Myrcella estava grata, depois de passar a vida inteira no tribunal.

Então chegaram a Wintercity e Winterfell. Era o lugar mais magnífico que ela já vira. Somente Winterfell é maior que a Fortaleza Vermelha e metade de Porto Real. E a beleza de Wintercity não pode ser descrita em palavras.

Mesmo que a cidade tivesse uma população de 100.000 pessoas. Estava limpo e sem mau cheiro, ao contrário das ruas de Porto Real. E os moradores da cidade se comportaram bem, acolhendo seu Rei e sua rotina enquanto marchavam pelo coração do Norte.

Então ela o conheceu. Robb Stark, alto, largo e bonito, que sorriu para ela, dando-lhe um beijo nos nós dos dedos, ao recebê-la em sua casa.

Myrcella percebeu que era a primeira vez, que ela ficou em silêncio, sem fazer nada além de atacar o herdeiro Stark com um rubor no rosto. Ela ficou tão atordoada que sua mãe teve que literalmente arrastá-la para fora do pátio.

Os dias que ela passou em Winterfell foram alguns dos melhores dias de sua vida. Robb foi cortês, fazendo um tour por Winterfell, mostrando-lhe os Jardins de Vidro, a imensa Biblioteca e as fontes termais do Bosque Divino. E como um cachorrinho apaixonado ela se agarrava a ele sempre acompanhando-o onde quer que fosse.

Ela lembrou que seu pai havia planejado desposá-la com Robb, para se juntar à Casa Baratheon e Stark através do casamento.

Isso a encheu de entusiasmo e felicidade, enquanto ela sonhava em se casar com Robb no Bosque Divino, em dar-lhe filhos e filhas saudáveis, e ambos governando Winterfell e o Norte, lado a lado.

Mas seus bons sonhos foram imediatamente destruídos pela mãe, que se enfureceu e gritou com o pai, acusando-o de vender a filha como se fosse um gado, sem nunca perguntar se ela queria o casamento ou não.

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