Lauren, Michelle - parte 1

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Aviso: Camila intersexual nesta one.


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Camila's point of view

Minha cama estava vazia do lado esquerdo e ontem eu estava tão fora de mim que eu nem ao menos saberia que passei a noite na companhia dela se não fosse pelo forte cheiro do perfume francês que ela usava, perfume esse que tinha um cheiro doce, marcante e exótico como tudo o que essa mulher transparecia. Perfume esse que foi um presente meu para ela quando voltei de uma viagem à França há mais ou menos oito meses atrás e conforme eu havia pedido, agora era somente esse o seu cheiro quando nos encontrávamos.

Sentei meu corpo dolorido pela intensa noite de sexo de ontem e puxei o travesseiro que ela usou para dormir antes que saísse pela manhã sem me acordar, já que era sempre assim que ela fazia. Aproximei meu rosto daquela fronha perfeitamente limpa e inalei o cheiro que ultimamente tem me tirado completamente a razão, que tem me feito duvidar do meu perfeito juízo no auge dos meus 28 anos. Coloquei o travesseiro no lugar e meu olhar caiu sobre a mesinha de canto do quarto, observando que o cheque do seu pagamento não estava mais ali e isso me fez entender que eu deveria parar com essa confusão mental que estava se passando em mim quando o assunto era ela, afinal, ela era somente uma prostituta.

O problema é que eu a considero como minha prostituta.

Conheci Michelle - que depois de algum tempo me confidenciou que seu primeiro nome é Lauren - exatamente no dia do meu aniversário de 25 anos. Minha amiga Dinah tinha criado uma enorme cisma com a minha vida sexual e resolveu que seria uma boa ideia nós duas irmos até um de clube de swing onde casais fazem trocas entre si para transar e eu sabia que acabaria não fazendo nada com ninguém naquele ambiente por motivos de ser muito encanada e retraída sexualmente. Tinha meses que eu não transava e meu pau já estava em tempo de pedir impeachment e sair correndo de dentro das minhas calças, mas não era simples e nem fácil para mim encontrar alguém para fazer sexo, pois como eu disse, sou extremamente retraída quando o assunto é esse, principalmente por não saber como a outra pessoa iria lidar com a situação de que eu tenho um pênis. Saí daquele lugar de pura luxúria sem ninguém e frustrada por ter visto tanta gente se pegando, transando pelos cantos da boate e foi quando eu a vi. Ela estava encostada na escada de ferro da lateral do local que provavelmente dava para o escritório na parte superior com um cigarro na mão, tragando tranquilamente sua nicotina na fria noite que fazia na cidade de Lincoln, capital do estado de Nebraska.

Eu queria ter ido embora naquele momento, queria ter dado as costas e ter deixado a frustação falar mais alto e aceitar que eu sou frouxa o suficiente para conseguir dar em cima de alguém ao ponto de levar a pessoa para a cama, mas ao invés de fazer o mais sensato, me aproximei da morena me apresentando e comecei a puxar assunto. Ela facilmente entrou no papo e quando me dei conta já tinha conversado com ela em poucos minutos mais do que tinha conversado com minha própria amiga na noite de hoje, já que ela tinha se arrumado com alguém e sumido dentro do salão onde ficava a boate. Inocentemente eu perguntei o que ela estava fazendo ali do lado de fora de um clube de swing e ela me respondeu com o que eu menos esperava.

"- Esperando um casal olhar o catálogo e me escolher - sua fala foi como se aquilo fosse óbvio e deu de ombros.

- Você trabalha na casa?

- Só nas noites de quarta, eu venho para ajudar minha amiga porque é o dia que o movimento é um pouco fraco - apagou o cigarro na parede e me olhou com a cabeça um pouco de lado - Cadê seu marido ou sua esposa?

- Eu não sou casada... - minha fala saiu um pouco envergonhada, já que eu era uma solteira em uma casa de troca de casais.

- Você veio para um clube de swing e é solteira? - ela riu - Se você não é casada, não existe troca de casal e acaba com toda a ideia do lugar.

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