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   Por onde tu tem andado? Pra quem tem entregado seus sorrisos que antes raros e agora comuns? Ainda fala de mim? Ainda pensa em mim? Será que quando a noite cai e os peitos deitam é de mim que você lembra?
   Você não tem razão, não está tão errada mas também não está nenhum pouco certa. Me quebrou em mil pedaços e me perdeu, e tudo isso pra quê? A troco de quê?
   Por quem você esperava todo esse tempo? Será que no final você se arrependeu? De qualquer forma isso agora não vale de nada. Já não sinto tanto e sinto muito por isso, você era tudo e me corroeu aos poucos até sumir no ar como a fumaça que trago no peito.
   Seus caminhos devem estar melhores agora, tua visão mais clara e mais ampla, teus pensamentos mais previsíveis, por fim não era isso o que você tanto desejava? Por que agora parece que tu já não se contenta com isso? Passou tanto tempo me implorando pra ir embora, e quando finalmente fui me quis por perto.
   Injusto não acha? Esse texto parece ter pontos de interrogação em excesso, talvez isso diga alguma coisa sobre minha dúvida enterrada, minha confusão mal resolvida e esses pensamentos intrusivos que me fazem querer falar contigo, ao menos uma explicação eu merecia(!).
   Quero te arrancar de mim, mas nunca fui muito corajosa, tiro esse curativo aos poucos e parece que dói mais, apesar de eu ter pensado que te vomitei de mim de uma vez só percebi que o buraco é bem mais embaixo. As coisas são complicadas do lado de fora da porta, faz frio aqui e não sei onde você está, tu virou em alguma esquina e agora te perdi de vista, já faz algum tempo.
   Onde foi o exato momento em que tudo desabou? Isso me corrói de dentro pra fora, ainda tenho resquícios de você em mim, sempre que alguém fala ou faz alguma coisa que você costumava fazer fico em alerta, e não são coisas boas como apelidos que você costumava me chamar, são coisas como fugir, como confusão e como instabilidade monótona. Não quero ser rude, apesar de você ser, não somos iguais, não mais, já fomos muita coisa mas agora não somos nada, não somos nada?(!).
   Vai embora, fecha logo essa porta e se arranque de mim, me deixa amar e sussurrar minhas palavras bem vocabuladas no ouvido de outro alguém. E tem alguém, ela é incrível e me faz respirar, então por que você ainda prende meu ar? Os olhos dela vieram como vendavais que me puxaram da queda livre, mas por que tenho tanto medo de cair de novo? Talvez você saiba, mas não quero que responda, não quero te ver nunca mais, porque eu sei que se te esbarrar em uma esquina qualquer fico vulnerável, você me deixa vulnerável, e passei a odiar esse meu lado sensível por culpa tua.
   Lhe entrego meu adeus, não um até logo como havia previsto, mas quem diria que tu me arrancaria de mim? Eu amava a minha parte sincera que te amava, mas leva contigo, tudo bem, porque por fim das contas eu também odiava a parte que se humilhava e implorava por você.

   Adeus (?/!).

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⏰ Última atualização: Jun 15 ⏰

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