Capítulo 5

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Arthur fechou a porta timidamente, as orelhas levemente vermelhas de vergonha, enquanto o homem do outro lado o encarava como se estivesse tentando matá-lo com a força da mente e Paola dava risadinhas atrás do rapaz.

Paola é uma amiga de Arthur da faculdade que veio visitá-lo sem aviso prévio, tendo se mostrado uma agente do caos desde então.

Até agora, tudo que a mulher fez foi puxar o rapaz para suas brincadeiras pelo prédio. Remus, por motivos óbvios, não saiu do apartamento para acompanhá-los, mas ao ver ambos voltarem suados e vermelhos, com Paola parecendo bastante orgulhosa e contente, enquanto que Arthur parecia estar reconsiderando todas as escolhas que fez em sua vida até agora.

Quando o síndico, o homem que tentou matar Arthur com o olhar, bateu na porta e repassou as reclamações dos vizinhos, Remus entendeu perfeitamente o que estava acontecendo.

Acontece que as brincadeiras de Paola envolvia outras pessoas como vítimas (foi assim que Arthur descreveu quando ele e Paola discutiram sobre isso ao voltarem para o apartamento, da qual ela rebateu dizendo que se ele não gostasse realmente disso, não teria participado tão ativamente), o que as deixaram possessas de raiva por serem alvos das pegadinhas da dupla.

O fantasma não sabe o que eles fizeram, exatamente, mas, se perguntar a opinião dele, Arthur parecia mais com vergonha de ter sido pego do que qualquer outra coisa.

Remus se inclinou no ouvido de Arthur, por trás dele, com um sorriso digno de Gato de Cheshire, e pronunciou em uma voz maliciosa:

“Então quer dizer que essa sua personalidade toda certinha e fechada é só uma fachada?” Arthur se afastou dele rapidamente, o rosto vermelho até os fios de cabelo. Remus o seguiu. “Arthur, Arthur… quem diria que você fosse ser assim…”

Arthur o ignorou e foi atrás de Paola que tinha se deitado no sofá e agora estava mexendo no celular.

Remus se isolou em um canto da sala, longe o suficiente para dar espaço para Arthur.

— Você está com fome?

— Sim, estou pedindo um lanche para a gente. Você come peixe?

O rapaz levantou as pernas da mulher e sentou no espaço que tinha aberto no sofá. Paola pôs suas pernas no colo de Arthur. Ele fez uma careta de nojo ao ouvir a pergunta dela.

— Não. Estou com medo do que você está planejando pedir para mim. Devo confiar em você?

— Óbvio que sim, porque você não confiaria? — ela riu. Então abaixou o celular e olhou para ele. — Como você tem estado?

Arthur deu de ombros.

— Bem. Está tudo indo.

Paola semicerrou os olhos para ele.

— Essa resposta é muito vaga. Eu sei que as últimas semanas foram especialmente difíceis para você, por mais que você ache que consegue esconder.

Arthur desviou o olhar e pressionou os lábios.

— Se você já sabe, então porque perguntar?

— Talvez porque eu me preocupo com você e gostaria que você se abrisse comigo?

Ele balançou a cabeça.

Flor de Cerejeira (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora