愛GOD COMPLEX - JUJUTSU KAISEN X LEITORA

女神|00.1

女神
𝗚𝗢𝗗 𝗖𝗢𝗠𝗣𝗟𝗘𝗫

Ela era como uma cereja.

Aquela cereja doce e saborosa no topo do bolo.

Ela era o que muitos queriam. Ela era alguém por quem todos dariam tudo para ser. Até mesmo a vida.

As pessoas beijariam seus pés apenas por respirar o mesmo ar que a doce garota respirava. Ela era jovem e bonita.

Seu rosto era venerado em todo o país, até mesmo fora. O simples fato de que com apenas um olhar sutil ela teria tudo o que queria, seu rosto perfeitamente esculpido sendo quase como uma referência trágica onde muitas jovens arrancariam seus próprios rostos apenas para se parecerem com ela. Destrocariam seus órgãos apenas para ter o seu corpo.

De uma maneira aterrorizante, ela se sentia revigorada.

Adorada.

Ela não era tola.

Ela sabia o seu valor, sabia o quão poderosa era. E isso era perigoso.

Ela era perigosa.

Sua mãe sempre a disse isso.

Sua beleza era uma arma perigosa.

Uma arma que com apenas um disparo acabaria com tudo.

Sabendo que as pessoas se esculpe com plásticas, injetam coisas e morrem de fome, apenas para em alguma ilusão futura, poder ser parecer minimamente com ela.

Ela estava ciente de que tinha tudo o que queria. Fama, dinheiro, beleza e tudo o mais que precisava, ela podia ter tudo com um simples estalar de dedos, sabendo que imediatamente teria tal coisa.

Ela era egoísta.

Ela faria qualquer coisa apenas por si mesma, não importava o custo.

A atriz favorita de todo o continente era uma deusa afinal de contas. E ela estava ciente disso, é claro que estava. Oh, como ela estava ciente de tudo o que tinha.

Ela se considerava uma deusa mesmo assim.

Sabendo que milhares de homens lutariam entre si apenas para ter uma noite na cama com ela. Mulheres morreriam apenas para ter seu adorável corpo e rosto. Todos morreriam apenas para ter sua vida doce e egoísta como uma garotinha perfeita diante das câmeras.

Ela era perfeita, de fato.

Mas se era tão perfeita, por que ela se sentia tão...diferente?

Por que ela se sentia sozinha, mesmo estando rodeada por vários homens para satisfazer seu prazer interior?

Ela não poderia parecer fraca. Ela não poderia parecer frágil. Ela não poderia ser uma garota triste diante das câmeras. Ela tinha que ser perfeita em literalmente tudo.

Mas no fundo...

Por que ela ainda pensava nele?

Sua expressão ficou séria.

O enjoo repugnante em seu estômago fraco, quase em um sinal doentio de uma memória passada que a fez sentir seus órgãos explodindo dentro de si.

Olhando seu reflexo diante de sua enorme penteadeira, as luzes do espelho em tons amarelados sendo a única iluminação no ambiente que iluminava perfeitamente seu rosto esculpido.

Ela era bonita, de fato.

Ela pensou sobre isso.

Mas seu peito parecia doer de certa forma. Ela não conseguia explicar.

Raiva, nojo ou medo?

Não.

Não, ela não tinha medo de nada, muito menos porque era ela. Ela não era uma garotinha insegura, nunca foi e jamais seria. Sua mãe a havia ensinado perfeitamente bem sobre as coisas da vida que almejava.

Mas ao olhar para seu reflexo, algo parecia estar faltando, e talvez isso fosse seu medo. Ela era perfeita, então tinha que ter tudo por si mesma. Tudo. Todos.

Mas...

Se ela poderia ter tudo, por que havia coisas que ela foi incapaz de manter?

Um estilhaço foi ouvido.

Seu peito queimava, o ódio evidente enquanto ele ascendeu à sua mente conturbada naquele momento. Seu rosto neutro, sem expressão obtida enquanto observava sua figura alterada refletindo no espelho.

Os pequenos frascos de perfume importados se quebraram no chão. Perfume que custaria uma casa ou até mais.

Ela ficou brevemente assustada, a atitude súbita a assustando por si só. Totalmente inconsciente dessa atitude, ela riu. Talvez um riso nervoso.

Mas no fundo ela sabia o que aquilo significava, e o por que do seu ódio.

Ela se recompôs, massageando brevemente as têmporas antes de voltar seu olhar para seu reflexo no espelho.

A jovem suspirou, fechando os olhos. Seu rosto em estado de ódio.

"Merda..."

Ela tentou ignorar isso, escolhendo levantar-se de sua penteadeira. Deixando para a garota que cuidava da limpeza limpar toda aquela bagunça depois.

O tecido de seda escorregando brevemente pelos seus ombros antes de caminhar até sua enorme cama com lençóis de seda limpos.

Onde do outro lado, havia uma figura masculina.

Seu rosto calmo e peito nu subindo e descendo suavemente, mostrando como o homem estava em um sono profundo depois de uma noite quente entre eles. Ela já estava acostumada com essa cena, quase uma rotina em todas as suas noites de luxúria, satisfazer seu desejo era ideal quando se estava com esse homem.

Era quase uma adição se distrair em noites como essa.

Mesmo que em algum momento ela mantivesse o mesmo pensamento de todas as outras noites solitárias.

Pensamentos inúteis.

Se sentindo uma idiota, sabendo que se sua mãe estivesse por perto, sabendo de seus pensamentos, ela acabaria com a vida desta jovem.

Mas ela tentou.

Tentou superar o seu eu interior que pensava nisso.

Ela tentou ser a garota confiante em tudo.

Literalmente tudo.

Mas..

Se ela era tão perfeita, por que era tão incapaz de ter o poder sobre tudo?