Namjoon é apaixonado desde criança pelo irmão mais velho do melhor amigo, mas nunca teve coragem de se declarar.
Quantas vezes o medo pode nos paralisar?
Quantas chances a vida pode nos dar?
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Hoseok andava despreocupado pelos corredores do hospital atrás de Taehyung; ele sentia a tensão nos ombros do mais novo, mas esperaria que ele dissesse o que tanto o incomodava.
Eles passaram pelo refeitório para Tae deixar a bandeja de Jimin e Hoseok aproveitou para comprar um café para o seu gatinho, porque Yoongi não acordava plenamente até sua terceira ou quarta dose de cafeína.
- Por que vocês estão fazendo isso? – Hoseok quase não ouviu a pergunta tímida que Tae fizera enquanto ele escolhia um vaso na lojinha de presentes do andar.
- Nós quem e fazendo o quê? – Tae franziu o cenho; Hosseok pouco ligou para o tom espinhoso do mais novo, apenas continuou procurando um vaso que combinasse com as flores que tinha comprado.
- Vocês. Você e o Yoongi hyung. Vocês não são nossos amigos, não são íntimos do Jimin para estar aqui a essa hora e fazer tudo o que já fizeram por ele. Eu só... não entendo.
Hoseok continuou calado e na sua missão de encontrar o jarro, até que visualizou um de cristal bem delicado que estava escondido numa prateleira alta.
- Pegue aquele ali pro hyung, por favor. – Pediu Hoseok apontando para a prateleira. Tae bufou irritado e pegou o objeto que realmente estava fora do alcance do mais velho.
- Hyung. – Foi cortado com um dedo de Hoseok erguido pedindo silêncio.
- Vou levar esse jarro, essas roupas e aquela manta ali. – Disse apontando para uma manta fofinha lilás. Ele pagou, pegou a sacola e entregou a Taehyung, saindo da loja na sua frente.
Depois de alguns segundos andando em silêncio, Hoseok se manifestou:
- Qual o seu medo, exatamente? – Tae deu uma corridinha para acompanha-lo e ficou ao seu lado.
- Não é medo, hyung, só não entendo por que estão fazendo isso por dois desconhecidos. – Hoseok balançou a cabeça e apertou o botão para chamar o elevador. Quando entraram, ele respirou fundo e virou de frente para o estilista.
- Não sei toda a sua história de vida, mas o pouco que Namjoon me contou eu posso perceber que você não é acostumado a ter pessoas em sua volta o ajudando. Mas eu sim. Tive uma vida muito fodida antes de ser quem eu sou agora, e pra chegar onde cheguei, tive toneladas de ajuda, Taehyung. E ajudei. Veja bem, generosidade não é uma troca de interesses, é uma corrente; você não devolve a ajuda a quem te ajudou, você segue a diante e ajuda outra pessoa a sua frente. E isso me levou ao Yoongi. O que o Jimin está passando não chega aos pés do que o Yoon passou, e eu queria muito que ele tivesse mais gente além de mim para ajuda-lo; talvez ele não tivesse sofrido tanto. – Ao ver o olhar envergonhado do Kim, ele sorriu. – Não estamos ajudando o Jimin por estarmos interessados em você, apesar de estarmos interessados em você. Terrivelmente. Mas somos dois homens adultos e muito seguros de si para jogar joguinhos de "ganhar pontos" com você. Yoongi está nessa porque já esteve no lugar de Jimin e porque aquele baixinho encantador é alguém importante pra alguém que amamos como família; e eu estou nessa porque faço parte da corrente, Taehyung. Eu não era ninguém, vim de lugar nenhum e quase morri tantas vezes e de tantas formas que às vezes pareço estar vivendo outra realidade; então se estou onde estou, sócio de uma grande empresa, com uma carreira de sucesso, com mais dinheiro do que conseguiria gastar nessa vida e com um homem como Yoongi ao meu lado, acredito que tenho muito com o que contribuir nessa vida, você não acha? – A porta do elevador se abriu e ele saiu, virando-se para o mais novo. – Você não vem?
