CAPÍTULO 10

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Pov Luiza

4:55 PM

— Yo! Cap! — paro de andar e giro meu corpo a tempo de ver Eduarda correndo entre as pessoas que andam pelo corredor da faculdade. Ela para na minha frente com uma expressão confusa no rosto. — Onde você está indo? Temos que estar no ringue em menos de trinta minutos para o aquecimento.

Finalmente chegou o dia do primeiro jogo do nacional universitário de Hockey feminino. A cidade de Nova York nunca esteve tão cheia de estudantes universitários que são atletas, até porque esse campeonato é algo nacional, para todas as modalidades de esporte universitário, é algo grande, e meu time é apenas um de muito que estão em busca do título na categoria Hockey feminino.

As últimas semanas da minha vida foram repletas de treino, ansiedade e estudos para a bendita prova de física. Isso sem contar a aproximação que tive com meu pai. Nosso primeiro café da manhã juntos foi meio estranho. Não sabia como deveria me comportar perto dele, e nem estava interessada em saber de sua vida. Mas isso não o abalou, ele sabia que seria difícil. Meu pai focou esses nossos rolezinhos no objetivo de conhecer mais sobre mim, e depois de uns cinco dias tomando café ou almoçando juntos, eu me soltei mais. Até descobri coisas novas sobre ele e sua empresa. Ele está fazendo um projeto enorme de construção de duas torres comerciais no centro da cidade, e fui até lá com ele para conferir o andamento e entender sobre o projeto.

Ainda não falei sobre isso com Mason, na realidade não sei se meu pai já conversou com meu irmão. Porém vou descobrir hoje.

Odeio admitir, mas ele aos poucos está me conquistando novamente, e isso me assusta.

Tirando isso, as outras novidades são que Valentina e Chloe se aproximaram ainda mais de nós (se for possível). Elas jantam quase todos os dias lá em casa e de vez em quando ficam pela noite. Você pode dizer que Valentina se apossou de metade do meu quarto nesse período, algumas de suas roupas estão penduradas no meu closet, algumas maquiagens, produtos de beleza e higiene estão em meu banheiro, e seu ursinho preferido do Mike Wazowski virou decoração fixa em minha cama.

Você dá a mão e já querem o braço. Mas se ela quiser o corpo também estou mais do que disposta a fazer esse sacrifício.

Eu ainda não conversei com ela sobre nossa possível atração uma pela outra (eu sei que ela não falou nada sobre se sentir atraída por mim, mas qual é? Eu sou uma puta gostosa, não existe a possibilidade dela não sentir nada), porém, nesse meio tempo nos tornamos mais pegajosas que o normal. Dormimos juntas sempre que ela decide passar a noite, saímos juntas da faculdade quando nossos horários coincidem (ou até quando não coincidem) e sempre arranjamos desculpas para estar perto uma da outra. Claro que meus amigos repararam em nosso comportamento, porém não falaram nada, só ficam mandando sorrisos presunçosos e olhares de quem sabe que tem caroço nesse angu.

Valentina e eu estamos praticamente namorando, só falta os beijos e o sexo.

— Zangada vai sair da aula em alguns minutos, eu estou indo lá no prédio de música buscá-la e depois vamos direto para o estádio — respondo a Eduarda enquanto continuo andando em direção ao prédio de música que não é muito longe de onde estamos.

Eduarda decide me acompanhar e tem aquele sorriso maldito no rosto: — Vocês duas já estão namorando?

Deus me livre... mas quem me dera.

— Não. Somos só boas amigas.

— Eu tenho cara de idiota, Luiza? — Eduarda cruza os braços abaixo dos seios.

Ela meio que tem...

— Vocês duas têm mais química que um laboratório inteiro, estão sempre coladas uma na outra, você sempre está olhando para a bunda dela e ela sempre está te secando quando vocês acham que ninguém está vendo. Me diz onde "só boas amigas" se encaixa nessa história?

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