Festança

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A semana passou rápido, todos os estados estavam animados para a festança que Rio de Janeiro estava planejando e quase sem perceber já era sábado.

Rio Grande do Sul chegou pontualmente no endereço escrito no convite eletrônico. Olhou em volta meio confuso, a rua estava deserta e nenhum sinal de movimentação na casa. Andou de um lado a outro tentando decifrar o que estava acontecendo e o que faria a seguir quando o portão abriu e da porta principal da casa estava o carioca só de toalha enrolada na cintura, como quem acabava de sair do banho.

— Caralho menó. Tu chegou cedo pacaralho. Mas entra aí! — Gesticulou com o braço o convidando. O barbudo não teve escolha senão entrar na propriedade.

Estranhou, havia conferido o horário várias e várias vezes antes de sair de casa e durante o caminho para ter certeza que não atrasaria.

— Tchê, eu tô no horário.

— Pode até ser mermão, mas ninguém chega pontual em festa. — Rumou para o local que seria o evento, indicando para que o sulista ficasse a vontade. — Olha, tem bebida na geladeira e se quiser já dá pra ligar o som, eu vou acabar de me arrumar rapidão e já desço.

Sul observou em volta incomodado, suspirou fundo e mirou a churrasqueira. Se fosse consigo já teria brasa ali, senão tudo demora muito a ficar pronto. Indicou o ambiente.

— Tu se importa se eu já acender a churrasqueira?

— Faz o que tu quer irmão. — O descolorido sorria simpático.

RS assentiu sério, já arrematando as mangas para mexer naquelas coisas que tendiam a sujar muito. Montou uma mini fogueira com os pedaços maiores de carvão e jornal, ignorou completamente o álcool e tacou fogo diretamente no papel.

— Olha quem chegou cedo mainha! — Pernambuco exclamou animado chamando a atenção do gaúcho.

— Minino! Já estais aí trabalhando?! — Bahia se aproximou depositando uma travessa de comida no balcão. E se aproximou para cumprimentá-lo com o típico beijinho na bochecha. — Tu és o último que devia estar fazendo alguma coisa painho.

Um pouco sem jeito com a proximidade o sulista cumprimenta ela de volta, esses nordestinos eram mais grudentinhos mesmo, lembrava do irmão. PE se aproximou para cumprimentá-lo também, mas pelo desconforto visível do loiro simplesmente estendeu a mão num cumprimento mais tradicional.

— Fale homi. Chegou cedo por que?

— Tchê, eu cheguei no horário. Vocês que estão atrasados.

— Vixe mainha! Ele é dos que acredita nisso. — Falou alto para a morena. — Em relógio. — Brincou.

Finalmente fez o maior sorrir bem humorado.

— E vocês não conhecem essa maravilha moderna pelo jeito. — Devolveu a piada.

Pernambuco riu alto, nem esperou mais, foi até a geladeira e lhe estendeu uma cerveja aberta.

— O homenageado da noite não trabalha. — Decretou. — Pode ir sentar no sofá agora, obrigado por acender a churrasqueira. Eu e mainha vamos tomar conta do resto.

O empurrava divertido em direção à sala de estar. Nesse momento o carioca reaparece no topo da escada.

— Pernambuco mermão! — Gritou alto. — Tu chegou porra!

— Fale homi! Tava expulsando o Sul da cozinha. O cabra queria fazer tudo. — Ouviram buzinas na frente do portão, todos olharam naquela direção. — Deve de ser o Ceará e a Piauí. Eles disseram que iam chegar cedo pra ajudar com a comida.

Origens [Hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora