Capítulo sem revisão!
Felipe
Observo o porta retrato em cima da mesa com uma foto de Donatella, sorrindo com a imagem do anjo que salvou minha vida.
— Bom dia, querido irmão — a porta do escritório é aberta subitamente, revelando Mattia com seu típico bom humor matinal.
Há cerca de cinco anos nosso pai passou o comando da Máfia Benetti para os três filhos. Não é uma tarefa simples comandar tudo, há noites que sequer prego os olhos para manter tudo em ordem.
— Se já começou o dia me dando um bom dia, posso esperar mais problemas.
— Tenho boas notícias, ao contrário do que pensa — ele se senta a minha frente. — Os negócios estão indo bem, nosso irmão mais novo está fazendo um bom trabalho no sul do país, pela primeira vez em muito tempo, não há com o que se preocupar, Felipe.
— Tomou conta do último carregamento? — Indago, servindo uma dose de uísque para Mattia, que logo abre um extenso sorriso com minha pergunta.
— Claro, eu disse que cuidaria perfeitamente de tudo — Mattia pega o copo, bebendo todo o líquido de uma só vez. — Na próxima semana precisamos fazer uma visita a Puglia, chegará um novo carregamento de tóxicos, será melhor conferir pessoalmente. Pode aproveitar e levar Donatella para ver os avós, eles ficarão felizes com a visita da única neta
Fomos ensinados desde à infância que família é o pilar principal da vida, nossa prioridade número um dentre as demais
— Com certeza levarei, há semanas mamãe cobra uma visita da neta, será a oportunidade perfeita.
— Levando Donatella ela se esquece um pouco de me cobrar um neto — Mattia faz uma careta, desaprovando completamente o pedido de nossa mãe.
— Tolice sua pensar que ela se esquecerá de cobrar um neto, mamãe anda mais empenhada do que nunca com seu desejo de ter uma grande família — solto uma gargalhada. — Prepare-se para a apresentação de mulheres que ela fará na pequena estadia que faremos.
Escoro no batente da porta, contemplando Donatella brincar com as bonecas no canto do quarto. Quando sua mãe se distanciou com a desculpa de que desejava levar uma vida comum, pensei que não daria conta, afinal fui deixado com uma recém-nascida
É inegável a falta de um presença materna por parte de Donatella, por incontáveis vezes ela me questionou o porquê não tinha mãe, em todas as vezes a distraí e evitei de contar a verdade. Afinal, uma criança de seis anos ainda não está preparada para saber que a mãe a abandonou por livre e espontânea vontade.
Meu casamento com Carlotta durou pouco mais de dois anos, assim que deu à luz a Donatella ela decidiu se afastar sob a alegação que desejava viver uma vida comum. Carlotta assim como eu nasceu na máfia, foi criada para este mundo, mas como muitos, não soube suportar a pressão e responsabilidade.
— Papai — ela finalmente percebe minha presença, me chamando com um aceno. — Vem participar da hora do chá.
É completamente inevitável não pensar que futuramente Donatella será herdeira da máfia italiana, e consequentemente perderá toda a inocência.
A gravidez de Donatella não foi algo planejado, simplesmente aconteceu, nos pegando de surpresa. Tanto eu quanto Carlotta tínhamos a mesma preocupação em relação a herança da máfia que recairia em nossa filha.
— O que acha da nova babá? — Questiono, sentando ao seu lado.
— Ela é muito legal, papai — conta contente, enquanto me entrega uma xícara de brinquedo. — De tarde ela cozinhou comigo, foi muito legal.
Antes de contratar Martina Rossini, fiz questão de investigar pessoalmente seu passado, para assim ter certeza que ela não ofereceria riscos ao cuidar de Donatella. A moça é de uma pequena cidade do interior e sempre levou uma vida pacata.
(...)
Paro na porta, vendo que o carro já está preparado para levar Martina e Donatella ao shopping. Quando minha filha pediu pela manhã para passear, pensei em negar seu pedido.
— Não as perca de vista nem por um segundo — ordeno ao ver Martina e Antonella entrarem no carro. — Mandarei outros dois carros para fazer a segurança.
Prefiro exagerar na segurança do que pecar, já vi coisas terríveis acontecerem com a família de homens envolvidos com a máfia. Esse é um universo onde a cautela nunca é demais.
Ainda é complicado lidar com a preocupação com Donatella, pois se dependesse da minha real vontade eu a colocaria em uma redoma de vidro.
— Pode ficar tranquilo, senhor — Giuseppe entra no carro, ligando o mesmo.
Giuseppe faz a segurança pessoal de Donatella desde seu nascimento, ele trabalha há anos para a família. Trata-se de um homem de meia idade extremamente capacitado para cuidar de minha pequena.
Obsetvo o carro cruzar os grandes portões da mansão, sendo seguido por mais dois automóveis com os demais seguranças. Entro em casa, contando os segundos para que Donatella retorne, provavelmente não conseguirei me concentrar em nada até que ela esteja de volta.
— Tudo bem, senhor? — Eleonora pergunta, solicita como sempre.
— Não gosto que ela saia, temo que algo ruim aconteça com minha menina e eu não esteja por perto para protegê-la.
— Menino, ela está crescendo, não vai conseguir prendê-la para sempre nessa casa — Eleonora sorri de forma meiga.
Ela está na família desde que nasci, a princípio era babá, mas assim que cheguei a vida adulta e decidi me casar, fiz questão que ela viesse trabalhar em minha casa. A considero como parte da família, e não apenas como uma empregada.
— Você tem razão — suspiro, passando o dedo entre os fios do cabelo, um hábito que tenho diante do nervosismo.
— Se prepare para a adolescência, menino, pois é nessa fase que você terá dor de cabeça. Lembro-me até hoje das vezes que você ou o seus irmãos saiam sem segurança e sem avisar, seus pais quase ficavam loucos de preocupação.
— Quando somos adolescentes não pensamos bem, Eleonora.
— Com certeza não, mas é uma fase necessário para o amadurecimento de todos os seres humanos. Assim como você, Donatella também esse momento de rebeldia.
— Espero que demore muito para que essa fase chegue — suspiro, recordando das loucuras que cometi na adolescência.
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Uma babá para a filha do mafioso
RomanceMartina, uma mulher que leva uma vida comum como qualquer outra. Felipe Benedetti, o herdeiro de uma máfia italiana. Dois mundos distintos ligados por um único sentimento: o amor.