vinte e dois

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Marya

Chegamos ontem do hospital e a Luana me ajudou a tomar banho, depois ela ficou comigo até eu dormir e depois foi pra casa

Acordei muitas horas depois, quase 15 horas depois, acho que os remédios que eu tomei me fizeram dormir muito

Levantei e fui no banheiro, tomei um banho e escovei meus dentes

Fui pra cozinha comer alguma coisa, já eram umas três da tarde, então fui logo almoçar, tava comendo de boa até começarem a bater muito na minha porta

Luana - amiga, tu não vai acreditar - entrou na minha casa e sentou no sofá - senta aqui pra eu te contar - fechei a porta e sentei do lado dela

Marya - oque aconteceu? Porque você tá nervosa?

Luana - pegaram o Troller e a Camily - senti meu corpo inteiro arrepiar - levaram eles pra cadeia

Marya - como você tá sabendo disso?

Luana - o meu sogro me ligou, ele tá vindo pra cá e já tá vendo como tirar eles de lá

Meu estômago tava embrulhado, a vontade de vomitar era imensa, parece que meu mundo acabou, comecei a ficar desesperada e a Luana ficou lá me acalmando

Luana - desculpa, não sei dar notícias ruins - ficou mae fazendo carinho

Marya - tudo bem, eu não tô me sentindo muito bem Luana - ela concordou com a cabeça

Luana - vamos lá pro seu quarto, vou te dar um remédio de enjôo

Marya - não, chega de remédio - fiz careta

Luana - tá, vou fazer um chá então - concordei com a cabeça e fui pro quarto

Ela fez um chá pra mim e me entregou, tomei todo ele e fiquei deitada na cama enquanto a gente conversava

Luana - amiga, eu vou dar uma passada em casa porque o Buba chegou e tá com alguns ferimentos, eu vou lá ajudar ele mas já volto pra cá tá bom?

Marya - amiga não se preocupa, pode ficar lá cuidando do seu marido, eu vou ficar bem

Luana - tem certeza? Saiba que tu não tá me atrapalhando

Marya - tenho amiga, pode ir, você deve tá cansada de ficar cuidando de mim

Luana - que isso pô, tu é a minha amiga, merece um cuidado

Marya - muito obrigada, de verdade Lu - dei um abraço nela que retribuiu

Nós despedimos e ela foi embora, fiquei pensando muito na Camily e se ela tava bem, tava me sentindo péssima e muito culpada por ter brigado com ela antes dessa missão

Acabei pegando num sono e acordei com a minha porta batendo, batendo demais

Levantei devagar e fui atender, na hora que eu abri me subiu um ódio do caralho

Marya - oque você quer aqui? - falei olhando furiosa pra ela

Fernanda - eu quero falar com a Camily - ela tava segurando um envelope

Marya - ela não tá aqui né, foi pra uma missão ontem e foi pega pela polícia - ela ficou um pouco nervosa - fala logo oque você quer ou vai embora

Fernanda - eu queria falar era com ela né, mas já que só tem você aqui, vai ser contigo mesmo - me entregou o envelope - pode abrir

Peguei o envelope e abri, comecei a ler e fiquei sem acreditar, todos os sentimentos ruins tinham voltado

Era um teste de gravidez e deu positivo, tinha até uma imagem de um ultrassom, o bebê dela tinha um 1 mês e meio

Fernanda - eu tô grávida da Camily, queria falar pra ela, porque não quero que meu filho ou minha filha cresça sem a a outra mãe dele - neguei com a cabeça

Marya - vai embora da minha casa e nunca mais volta aqui - entreguei o envelope pra ela e fechei a porta

Voltei pra meu quarto chorando muito, não é possível que tudo isso tenha sido realmente verdade

Eu não queria acreditar que a Camily realmente tinha me traído, a mulher que eu tanto amo, a mulher que sempre vou amar me traiu, me traiu com a ex dela, a mesma ex que ela falou e jurou que odiava

Tava sentindo tantos sentimentos misturados, e só pensava no meu bebê, não podia sentir isso

Tentei me acalmar pra não agir sem pensar, fui fazer qualquer coisa pra me acalmar

Fernanda - bônus

Xxx - tu vai abortar essa porra desse bebê, eu não vou te dar um centavo pra ajudar a criar essa praga - falou alto comigo enquanto eu só sabia chorar

Fernanda - eu não vou abortar outro bebê - funguei - não me perdoaria

Xxx - foda-se, tô nem aí - bateu na mesa e me deu um susto - não me procura mais, não quero saber nem de você nem desse bebê, e não é pra contar pra ninguém que essa porra é minha, minha mulher vai me largar se souber disso - falou firme

Concordei ainda chorando e sai da sala dele

Muitas pessoas me julgam, e com razão, mas eu tenho motivos pra fazer tudo que eu faço

E a maioria dessas coisas minha mãe quem me obriga a fazer, todos os homens e mulheres que eu fico, são pra ganhar dinheiro pra dar pra ela continuar alimentando o vício dela em drogas e bebidas, e se eu não fizer ela me bate

A única pessoa quem eu amei de verdade, foi a Camily, e ela me obrigou a abortar o nosso bebê, me abrigou a roubar o dinheiro dela e me obrigou a trair ela

Eu sei que eu não precisava ter feito isso, mas eu tenho muito medo da minha mãe, e ela namorava o chefe de um morro rival daqui e na época eu tinha muito medo dela pedir pra fazerem alguma coisa com a Camily

E confesso que tenho uma inveja da Marya, ela vive a vida que eu queria viver com a Camily, elas parecem tão felizes, e eu? bom...eu sou a puta do morro, me vendo por dinheiro e agora tô grávida de um traficante maluco de outro morro

Não tenho emprego e grávida não vou poder transar por dinheiro, e se eu pedir ajuda pra alguém, é capaz de me apedrejaram

Não sei oque eu vou fazer nem como vou cuidar do meu bebê, estou desamparada

Nem com as minhas "amigas" eu posso contar, aquelas são mais cobras que não sei oque, não ajudam nem elas mesmas

Tô sozinha nessa


Continua

O vagabundo e a dama (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora