Camily
Trocação tava a mil, tiro pra todo lado, já quase tomei uns três tiros, sorte minha que o Troller tava logo atrás de mim e me ajudou
Chegamos ontem de madrugada, mal dormimos e já acordaram a gente pra explicar o plano da invasão
Daí o resto do dia ficamos esperando atentos pela invasão, e ela começou tem uma hora e ainda tem muito cana tentando subir
Já matei tanto polícial que até perdi as contas, só tiro na testa, e mermo assim esses porra não vão embora
Troller - se liga Camily, atrás de tu - olhei pra trás e atirei, o cara caiu na hora
Camily - valeu irmão - ela deu jóia e subiu o beco
Entrei numa viela e subi, deu acesso a uma lage, subi lá e fiquei monitorando
Já acionei mó radinho pro Bola: aí chefia, tá tudo limpo pra lado de cá, pode ficar tega e acionar o Batoré
Bola: jaé parceira, vou acionar ele sim, e tu, pode vim pra esquerda, aqui ainda tá cheio de cana
Camily: ainda, já tô indo chefe - desliguei o radinho e desci da lage
Comecei a ir pro lado oposto da onde eu tava, no caminho encontrei alguns cana, já me livrei deles e fui até o Bola
Bola - chegou bem, graças a Deus - levantou as mãos e eu ri
Camily - a mãe aqui é foda porra - ele riu e negou com a cabeça
Bola - fica aí se achando pô - deu um tapinha nas minhas costas
Fui pra um lado e ele pro outro, tava só o fervo isso aqui, tiro pra todo lado e eu lá no meio, levei um tiro mas pra minha sorte foi no colete, então só fez cócegas
Deitei o filho da puta que tentou me matar e sai de lá, não queria arriscar tomar outro tiro, fui pra um beco e fiquei lá
Escutei um barulho de tiro vindo de trás de mim e quando virei tinha um policial me atirando, o tiro foi de raspão na minha coxa, mas doeu pra caralho
Camily - filho da puta do caralho - descarreguei o pente do fuzil todinho na cara desse corno
Tava ferida e muito resposta ali, então fui pra perto de uma casa e bati na porta, logo uma garotinha de no mínimo 14 anos abriu a porta com cara de medo
Camily - deixa eu entrar por favor - uma voz que saiu de dentro da casa gritou
Xxx - Safira, fecha essa porta menina - coloquei minha cabeça pra dentro da casa e vi uma mulher num canto agachada e tremendo
Camily - qual foi tia, eu tomei um tiro, se eu ficar aqui eu morro - ela ainda tremendo me chamou com a mão e eu entrei na casa - fecha essa porta aí mina
Com dificuldade andei até a parede oposta a porta e sentei no chão escorando as minhas costas nela, tava ardendo pra caralho e não parava de sangrar
Tirei minha blusa e deixei ela do meu lado, olhei pra menina que tava nos braças da mãe
Camily - Safira né? - ela concordou - se tu tiver gaze e soro pega lá pra mim - ela assentiu e foi até a cozinha e voltou com oque eu pedi e me entregou
Limpei o ferimento e depois amarrei a blusa na minha perna, tinha que fazer pinto nisso, mas nem fudendo que eu ia me custar sem anestesia
Chamei o Troller no radinho e pedi pra ele me tirar daqui o mais rápido possível, não queria atrapalhar a moça, já tinha invadido a casa dela né mano, mó paia, mas não tinha oque fazer
Depois de uns trinta minutos o barulho de tiro parou e em cinco minutos o Troller apareceu e me tirou dela, me levando direto pro posto daqui da favela
Quando a gente chegou lá e entramos no posto, dois caba nos pegaram, o Troller conseguiu se soltar do policial mas o cara deu uma coronhada nele que o fez desmaiar, eu tentei pegar minha glock na cintura mas ele tinha tirado
Fui apagada também e só acordei na viatura, não acredito que eu caí
A Marya vai enlouquecer quando souber, ou pior, e se ela tiver uma crise? Puta que pariu
Não era pra isso ter acontecido, preferia levar mais cinco tirou doque ir presa
Quando chegamos lá eles me bateram muito, pra tentar tirar as informações de mim, mas eu não sabia nada, e era verdade
Camily - eu não sei de nada porra, nem de lá sou
Xxx - e tava fazendo oque lá em sua vagabunda?
Camily - fui contratada pra isso seu filho da puta - ele chutou a minha cara e eu caí no chão
Xxx - só não te mato, porque não pode sua vadiazinha, porque é isso que bandido merece - chutou minha barriga e saiu da sala
Depois de três minutos jogaram o Troller lá comigo, ele tava pior, tava sangrando demais
Troller - eu não posso morrer Camily, tenho minha filha porra - falou pra mim quase chorando
Com dificuldade abracei ele e o mesmo retribuiu
Camily - nois não vai morrer cara, e o Bola não vai deixar nois aqui por muito tempo, somos os melhores que ele tem
Troller - por que tu confia tanto na palavra do Bola? - saiu do abraço e me olhou nos olhos - ele tá lá fora é podre de rico, nem precisava entrar em combate pra se sustentar e nois e só nois pô
Camily - o Bola é como um pai pra mim tá ligado? Meu pai nunca me deu atenção e minha mãe brigou comigo quando entrei nessa vida, ele é o único que me apoiou sem me julgar, não só por ser o meu patrão e sim por se importa comigo, o meu relacionamento com o Bola e de pau e filha, e ele falou que nada ia acontecer comigo, e o Bola não é de mentir
Troller - tô ligado - concordou com a cabeça
Ficamos lá por um bom tempo até eles mandarem os paramédicos pra limpar os machucados e fazer os curativos, depois eles nos levaram pras celas, o Troller ficou em outra cela muito separado de mim e eu fiquei na ala feminina
Xxx - olha se não temos carne nova no pedaço - uma mulher de uns 40 anos falou me olhando com um sorrisinho no rosto e vindo pra cima de mim
Camily - se você encostar um dedo em mim eu te quebro na porrada - ela me olhou assustada e foi pra trás
Xxx - bravinha tu né
Camily - muito, melhor nem puxar papo - ela riu e foi pra cama dela
Xxx - coé mano, eu te conheço de algum lugar, qual teu nome?
Camily - quem é tu pô? Posso sair falando meu nome por aí não
Xxx - é sério mina, acho que te conheço - revirei os olhos e falei
Camily - é Camily - ela me olhou assustada - qual foi?
Xxx - Camily do Bola? - olhei pra ela sem entender - é tu mermo mano, eu sou a Paola, mais conhecida como Viegas, sou do mermo morro que tu, trabalhei com o Bola, eu lembro de tu mano, tu devia ter uns 10 anos quando eu fui presa
Camily - caô pô, eu lembro de uma tal de Viegas mermo, só não lembrava a cara - fizemos um toque de mãos
Ela começou a me contar histórias de comi era na época dela lá no morro, cada história cabulosa
Quando entregaram a janta eu fiquei em silêncio e não comi aquela gororoba, fiquei na cama pensando na minha neguinha até dormir
Continua
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O vagabundo e a dama (Pausada)
Storie d'amoreduas almas destinadas a ficar juntas fazem de tudo pelo seu amor