Capítulo 12

2 1 0
                                    

Meu bebê, minha luz
Descanse em paz, meu eterno bebê. Que no céu você seja constante luz na minha direção.


Damião estava segurando as minhas costas e as minhas mãos enquanto o pequeno caixão era abaixado, não entendia o que havia acontecido, como havia chegado nessa situação ao ponto de perder o meu único bebê.

-Eu sei que você está em paz, que está com o vovô Daniel e que ele vai cuidar bem de você meu bebê! Eu disse beijando a rosa e a jogando a rosa branca.

Damião olhava para o túmulo sem dizer nada apenas em silêncio, quando ele me olhou e me beijou na testa.

-Você quer indo? Perguntou ele.

-Quero ver o meu pai! Eu disse.

-Tudo bem eu te levo! Disse ele.

-Não eu quero ir sozinha. Eu disse.

Damião sorriu fraco eu fui sozinha até o túmulo do meu pai, assim em que parei, vi a foto dele e dos meus avós.

Fiquei em silêncio apenas sentindo o vento batendo nos meus cabelos, senti minhas pernas fraquejarem e eu caí com tudo no chão chorando em desespero.

-Eu não sei até quando eu vou aguentar tudo isso não sei! Eu disse chorando entre soluços. – Queria você aqui pai, para me consolar para me abraçar e dizer que está tudo bem, mas nem o senhor eu tenho mais.

Outro soluço escapou dos meus lábios.

-Me perdoem vó vô por desapontar vocês por não ser como vocês queriam que eu fosse por perder o nosso bebê, essa dor é insuportável! Eu disse.

Senti dois braços em volta de mim, o perfume do Damião me invadiu e eu me joguei em seus braços que me acolheram fortemente.

-Está tudo bem amor eu estou aqui! Disse ele me pegando no colo. – Vem vamos embora.

Sai do cemitério nos braços do Damião.

Damião parou o carro em um bairro nobre e calmo.

-Onde estamos? Perguntei sem chorar.

-Estamos na casa dos meus pais antes deles irem morar na mansão! Disse ele.

-Você tem a casa dos seus pais? Não sabia que a tinha!

-Sim vem vamos tem uma coisa que eu quero lhe mostrar! Disse ele.

Fomos para dentro da casa alemã branca, quando entramos a casa estava toda mobiliada, havia uma sala com janelas, que dava para a cozinha, tinha uma escada grande na frente de madeira que ia para os quartos, tinha fotos do Damião com a Michelle e um rapaz que era o pai do Damião.

-Essa era a casa em que a minha mãe morava com o meu pai Sofia! Disse ele.

-Você não fala muito do seu pai quer me contar o que aconteceu com ele? Perguntei.

Damião sorriu fraco se sentando no sofá, me sentei ao seu lado.

-Meu pai estava saindo da empresa e indo para casa no dia da festa do casamento da Nella e da Lari e também no dia da sua festa, se lembra naquela hora em que estávamos juntos? Perguntou ele.

-Sim me lembro! Eu disse.

-Então, um carro entrou com tudo na frente do carro do meu pai mas quando a ambulância chegou meu pai já havia morrido e o motorista também, minha mãe e eu deixamos a casa como estava e fomos para a mansão onde o meu pai havia comprado caso alguma coisa acontecesse com ele, eu herdei a empresa novo demais, com 20 anos logo depois do meus estudos e da faculdade, a minha mãe e eu ficamos morando naquela casa e eu nunca mais voltei a essa casa, essa é a primeira vez que eu entro aqui desde a morte do meu pai! Disse Damião.

-E você se sente bem estando aqui na casa em que viveu com o seu pai? Perguntei.

-Me sinto em paz com ele, nós éramos muito unidos e as vezes sinto que ele me acompanha! Disse Damião.

Sofia suspirou.

-A minha mãe mandou a minha irmã estudar fora por causa do meu pai e disse que ela só voltaria quando completasse 19 anos ela vai completar daqui cinco anos e espero que ela venha logo para casa! Disse ele.

-Como foi a sua infância? Perguntei me levantando e pegando uma foto do Damião com a sua mãe e uma criança pequena que presumi ser a sua irmã.

-Minha mãe sempre me deu de tudo, sempre tive os melhores brinquedos estudei nas melhores escolas, mas sempre tinha alguma coisa faltando, e foi quando a minha mãe descobriu que estava grávida da minha irmã, mas ela descobriu depois do acidente do meu pai e foi por isso que ela mandou a minha irmã para longe para protegê-la do que quer que fosse! Disse Damião.

-Você não se sente muito sozinho em relação a essa questão? Perguntei.

-Já me acostumei tanto em vê-la por fotos e vídeos que quando eu a ver pessoalmente acho que eu vou ter um ataque de irmão mais velho! Disse ele.

Sorrimos juntos.

-A questão Sofia é que eu lhe trouxe aqui para lhe mostrar uma lembrança que é importante demais para mim! Disse ele se levantando.

Me levantei com a sua ajuda.

-Está lá em cima você me acompanha? Perguntou ele.

Sorrio fazendo que sim com a minha cabeça, subimos as escadas e paramos em um corredor que tinha várias portas, Damião foi até a porta direita e abriu, entramos juntos, vejo um quarto com de poster de banda dos anos 80 e 90 tinha um guarda roupa no canto perto de uma porta que levava acho que para o banheiro, uma cama de casal no meio do quarto, uma escrivaninha de madeira antiga com alguns livros, a janela tinha uma sacada, ele era azul e verde.

Lembrei do nosso bebê, lágrimas se acumularam em meus olhos.

-Amor não precisa chorar! Disse ele se virando para mim.

-Eu fico pensando em como seria se ele estivesse aqui se ele crescesse o tivesse um quarto igual a esse! Eu disse.

-Ele ia amar o quarto meu anjo não se cobre tanto algo que você não tem culpa Sofia! Disse Damião me abraçando.

Eu o abracei fortemente, ficamos assim por algum tempo até que Damião se afastou e sorriu para mim.

-Você espera eu pegar a caixa? Perguntou ele.

-Sim! Eu disse.

Damião se abaixou até a cama e tirou debaixo uma caixa de madeira com letras pequenas, ele me chamou para que eu me sentasse ao seu lado, fui até ele e me sentei na cama ao seu lado.

Ele abriu a caixa e me mostrou uma caixinha pequena, dentro havia um colar relicário em forma de coração.

-Eu peguei da gaveta da minha mãe e tinha uma inscrição que dizia, Somos sempre um só antes e após a sua partida sempre lembrarei de você com amor mamãe! Disse Damião.

Eu o olhei com lágrimas escorrendo.

-Sua mãe perdeu um bebê? Perguntei.

Damião fez que sim com a cabeça.

-Foi antes deu nascer e ela me deu esse colar para que eu o desse para alguém que eu amo muito e quero que você fique com ele Sofia! Disse Damião.

Peguei o colar relicário, Damião abriu e vi que era apenas a frase sem foto alguma, que ainda dava para colocar uma foto, Damião tirou uma foto pequena do bolso e vi que era do ultrassom do nosso bebê, ele colocou no colar relicário e depois colocou em meu pescoço.

-Ele sempre vai estar com você amor e comigo também, mas aqui! Disse Damião colocando a sua mão em meu coração. – Sempre que se sentir triste ou mal toque nesse colar e no seu peito e se lembre que o nosso bebê vive entre nós dois sempre viverá.

Eu o abracei fortemente chorando soluçando, e naquele momento Damião chorou caiu no choro como eu nunca havia visto, choramos juntos a perda do nosso bebezinho.

Mas eu sabia que o meu pai estava cuidando dele o amando cuidando dele para que ele voltasse melhor para nós dois com mais saúde e mais fé da próxima vez em que tentarmos novamente!


A Rainha De Copas (Spin Off Amor Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora