essa vai para uma dama especial

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Remus Lupin chegou da pista, noite motivada apenas por sua melhor amiga, Lily Evans. Se não fosse por ela, seria impossível tirar Remus debaixo da sua pedra sem envolver rodas de freestyle. O relógio do microondas marcava 5:30 da manhã. Foi um milagre que James Potter e Peter Pettigrew (seus colegas de apartamento, divididores de dívidas, ou o que você preferir) não estivessem acordados ainda. E nem mesmo lembrar que seu quarto é o primeiro do corredor o impediu de tirar os sapatos e se jogar no sofá-cama para um breve cochilo. Muito menos que tinha que estar na faculdade em menos de duas horas.

Sirius Black, que morava do outro lado de São Paulo, acordou exatamente às 5:30 da manhã e abriu a janela para ver o Sol nascendo na represa que tem bem em frente a sua casa. Às vezes, ele imagina como seria morar na praia sem os seus pais, só ele e Regulus. Só mais um terreno instável na Nobre e Antiga Família Black, a própria Nobre e Antiga Família Black. Quando ele ouve um barulho do carro do seu pai e em seguida o da sua mãe, ele sai de seu quarto.

Cerca de uma hora depois, Remus já estava novamente de pé. Como se não bastasse estar atrasado, agora suas meias estavam molhadas pela poça no chão formada pela geladeira, que, aliás, só tinha pão com mortadela. Quando alguém iria ao mercado? No final, decidiu passar no posto para tomar um café.

Cuidadosamente, Sirius analisou a cozinha com seus olhos azuis e optou por um Croissant com ovomaltine e Nutella. Ninguém se importaria se ele quebrou a dieta por conta de um Croissant se sua família estivesse focada em dizer que veio da frança, falando Croissant com biquinho e tudo. Ridículo, francamente.

O garoto alto de pele bronzeada parou por um instante, apenas para olhar para seu apartamento e se deparar com uma bagunça espetacular de roupas não só suas espalhadas em todo lugar. Último passo pra poder sair: catar a roupa do cesto. Enquanto isso, o último passo da rotina de skin care minimamente preparado de Sirius chegava ao fim, James, seu melhor-amigo-quase-irmão-vizinho, buzinava com ódio do lado de fora da mansão dos Black.

— Seu filho da puta! Vai me atrasar desse jeito. – o garoto que vestia uma jaqueta de couro conseguiu ouvir de dentro da casa.

— Tô passando perfume de morango, se você realmente quer saber, desgraçado! – gritou, sem ter a certeza se seria ouvido do lado de fora.

Ao mesmo tempo em que Lupin embarcava no ônibus, ele quase foi atropelado. Se realmente existe uma entidade acima de todos, hoje ele estava contra Remus. De qualquer jeito, o Remus que acabou de ser quase atropelado não contava que, no fim do dia, ele estaria com um burguês safado dando mole pra ele. E assim começa mais um dia na vida de Remus Lupin, garoto de cicatrizes, casanova da USP de música ou qualquer outra coisa que você queira chamá-lo.

10 horas depois, Remus estava em seu happy hour, o que é apenas outra maneira de dizer que depois da faculdade e de trabalhar na 25 de março feito burro de carga, Remus Lupin se encontrava bebendo cerveja parado em frente ao podrão. Quando seu copo está meio vazio (ou meio cheio, depende de quem olha) o castanho se perde no azul acinzentado. Sem nada a perder e sem bocas beijadas nos últimos 7 meses desde seu ex (não foi um término amigável), o Lupin toma o resto de sua bebida, e vai, na cara e na coragem falar com o pedaço de céu provavelmente hétero a alguns metros.

— Oi, sou o Remus.

— Sirius – levantando o copo de gelo e red bull em cumprimento, com unhas pintadas de vermelho, anotou mentalmente.

— Me conta um negócio, tu torce para qual time?

— Palmeiras, mas gosto mesmo é dos Corinthianos – Sirius disse sorrindo ladino enquanto olha pra camiseta de time que o outro vestia.

— Você deve se cansar de ouvir que tem olhos lindos, né?

Ele riu — Essa cantada já funcionou com alguém?

A DAMA E O VAGABUNDO; WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora