Prólogo

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Ter uma vida normal sabendo que o sobrenatural existia, não era nada fácil. Ver as notícias e saber que não foi um psicopata e sim um demônio ou um monstra qualquer, isso dava arrepios.

Sinto a luz do sol penetrar a janela e ir em direção ao meu rosto, bufo, não estava nem um pouco afim de acordar cedo logo no dia da minha folga. Me rendi, levantei-me e fui até o banheiro, logo após me direcionei a cozinha.

Enquanto tomava café olhava o jornal, algo me chamou a atenção.
Jovem foi encontrada morta na própria casa com mordidas em seu corpo. Não havia sangue no cadáver e a casa não tinha sinas de arrombamento. Suspiro, provavelmente era um vampiro, não gosto de me meter nessas coisas normalmente eu deixava isso para os caçadores porém, estranhamente me senti na obrigação de ajudar nisso.

Ajeito minha roupa, um terno preto, pego meu falso distintivo e saio na estrada com meu carro. Me sinto nervosa, nunca fiz isso, eu sempre caçava monstro aleatoriamente, nunca fingir ser do FBI para fazer um caso.

Chego na delegacia e foi diretamente a sala do xerife, antes de bater na porta ajeito minha postura e limpo minha garganta, confesso que estava meio apreensiva sobre resolver esse caso, em novembro iria fazer 4 anos que não caçava. Eu realmente consegui ter uma vida normal, mas não me sentia feliz com isso. Eu gostava de caçar, mas eu prometi, e promessa é promessa.

— Bom dia, sou a agente que ligou mais cedo para o senhor._ falei tentando ao máximo ser formal, acho que não cairia bem um agente do FBI falando gírias.

— A sim, você é a Agente Lana, não é mesmo?_ sorrindo, deu espaça para eu entrar em sua sala.

— Sim._ sento na cadeira em frente a sua mesa. Começo a olhar o local aonde eu estava, era uma sala um tanto quanto estranha. As paredes estavam descascando e em alguns locais tinham mofo.

— Você esta aqui por causa da morte de Merry, não é mesmo?_ o homem a minha frente se inclina na mesa, olhando aos meus olhos sem desviar por um segundo o olhar.

— Sim.. gostaria de saber se houve mais mortes como a dela. _ tento ao máximo encurtar o assunto, já estava ficando constrangida com a situação. O arrependimento de ter vindo bateu, mas agora já não tinha mais volta.

— Houveram 4 mortes iguais a da garota, mas elas não foram noticiadas. Sabe, uma coisa está me intrigando, porque o FBI se importa com essas coisas?_ me lançou um olhar desconfiado e se jogou contra a cadeira.

— Eu sigo ordens e não questiono sobre elas. Muito obrigado pelas informações, mas agora irei ir até a cena do crime. Tenha um bom dia._ dou um sorriso forçado e me levando da cadeira e saio da sala o mas rápido que pude. Não sei porquê mas sinto que aquele xerife não seja uma boa pessoa.

Bato a porta do carro e vou até a casa que estava cheia de placas e fitas indicando o acontecido. Chegando na cozinha, aonde tudo aconteceu, não vejo nada que me ajude, começo a procurar evidências mas era inútil. Quando ia sair da casa me deparo com um colar de sangue jogado no chão, ao lado da porta de entrada. Me abaixo e pego o mesmo, quando me levanto sinto algo batendo meu minha cabeça.

Sinto um soco ser despejado em meu rosto e logo o gosto metálico do sangue entra em contado com minha boca, minha visão estava desfocada e não via nada na sala.

— Sabe, eu não iria matar mais ninguém durante essas semanas, mas alguém tinha que me atrapalhar. Eu já sabia que você era uma caçadora só pelas perguntas estranhas na chamada que fizemos de manhã._ a pessoa que tinha me batido começou a falar, eu reconheci a voz, era o xerife.

— Eu pesquisei sobre você, sei que não se chama Lana mas sim Bella, e também sei que não tem nenhum parente vivo. Isso facilitará muita coisa._ riu alto e logo se abaixou na altura de meu rosto, segurou fortemente no mesmo.

— Irei sair, mas não se preocupe, logo irei voltar, meu amor. _ um sentimento de nojo e medo se formaram em mim, sinto um frio horrível na barriga. Se estivesse um pouco melhor, cuspiria em seu rosto. A porta que provavelmente estava na minha frente bateu, fecho e abro meus olhos tentando melhorar minha visão mas parecia inútil.

Passou um tempo, eu desconfiava que ele tinha me drogado enquanto estava adormecida, meu corpo estava dolorido e eu sentia o sangue sair de meu lábios, nariz e testa.

A porta se abriu com agressividade, ouvi passos e muita agitação, era uma briga! Não levantei minha cabeça, o barulho ficava cada vez mais alto.

Minha visão continuava falhando, com isso, não conseguia ver oque acontecia no local. Sabia que havia outras pessoas além do provável psicopata que me sequestrou no local, minha respiração acelerou, até que o barulho da briga parou.

- Você está bem? Tá machucada?_
Sinto mãos tocaram meu rosto enquanto outras outro desamarra meus braços e pernas.

- Eu pareço bem? _ uma risada sem humor sai de meus lábios.

- Tá cheia de graça né?_ essa foi a última coisa que escutei e logo após, desmaiei.

Acordei no hospital, e finalmente enxergando, fico alguns minutos sozinha tentando processar oque tinha acontecido. Logo entrou uma enfermeira no quarto junto a dois homem, ambos com a cara meio seria.

— Vejo que a senhora Bella acordou, fico feliz por isso! Agora, os dois agentes precisam conversar com você. Qualquer coisa irei estava do lado de fora._ a enfermeira falou e sai do quarto, os dois vieram até mim meio sem jeito.

— Oi, eu sou o Sam e esse é meu irmão Dean. Gostaríamos de falar sobre o acontecimento de ontem._ o homem mais alto falou, ele tinha cabelos longos e bem, ele passava uma vibe de nerd, mas até que era bonitinho.

— Olha Bella, aquilo que te sequestrou era um vampiro, eu e meu irmão caçamos esse tipo de coisa._ falou o suposto Dean, deu uma risadinha, era até estranho ver eles falando comigo como se eu fosse uma criança.

— Olha Dean e Sam, para começo de conversa, não é Bella, é Kelly!_ falei fazendo eles me olharam confusos, não julgo, também estaria confusa no lugar deles.

— Também sou caçadora, eu estava tentando resolver esse caso, mas estou enferrujada. Fazem 4 anos que não caço._ suspiro, os garotos tentam processar oque eu havia falado, Dean faz um aceno com a cabeça e sai da sala, logo sendo seguido por Sam.

Tiro o soro do meu braço e me levanto, coloco minhas roupas que estavam encima de um banquinho e saio do quarto. Eu detesto hospital e me recuso e ficar neles.

Já estava na saída, quando sinto alguém puxar meu ombro.

- Ei ei, tá indo pra onde?_ Dean falou com uma voz grossa, acho que era para me intimidar, mas eu fiquei atraída ao invés de intimidada.

— Para casa._ respondo fazendo pouco caso da situação. Tiro sua mão de meu ombro, o mesmo me olha com tédio, Sam suspira como se tivesse cheio da situação.

— olha, " Kelly", você perdeu bastante sangue, seria bom você ficar por alguns dias no hospital._ falou tentando manter a situação no controle.

— Me desculpa rapazes, mas tô vazando. Nos veremos em prevê._ falei e sai andando, sem olhar pra trás.

Eu sabia que nós veríamos novamente, e sentia que seria em prevê. Tenho que confessar, eu gostei deles, por mais que não tivemos nenhum conversa amigável durante nosso pequeno tempo "juntos."

Sam e Dean... esses nomes me parecem familiar.

𝐊𝐞𝐥𝐥𝐲 ˢᵃᵐ ʷⁱⁿᶜʰᵉˢᵗᵉʳ Where stories live. Discover now