Justify my Love

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... "I wanna kiss you in Paris

I wanna hold your hand in Rome

I wanna run naked in a rainstorm

Make love in a train cross-country

You put this in me

So now what, so now what?" ...

...

Mesmo que Ramiro não entendesse absolutamente nada da letra ele sentia cada nota, tanto da música quanto do perfume de Kelvin que o inebriava e continuava a preencher o quarto deles naquelas primeiras horas da manhã.

Já casados há alguns meses, ele sabia muito bem do que seu pequetito era capaz. Mas, não sabia de onde tinha saído tanta sensualidade e tanta disposição quanto na noite anterior onde Kelvin lhe preparou uma surpresa especial, sem ele nem saber o porquê...

...

... "Wanting, needing, waiting for you

To justify my love

Hoping, praying for you

To justify my love" ...

Ramiro voltava ao bar no fim de tarde, pouco antes de abrirem. Havia saído para fazer uns ajustes na caminhonete. Ao entrar, se deparou com todas as meninas do bar rodeando seu marido, com uma cara não muito boa. Ao ver Kelvin pequenininho, encurralado ali no meio, foi logo ao seu resgate.

- Ê! Ei! Quê que foi? – Se pôs na frente dele, perguntando: - Algum pobrema, Kevín?

Kelvin logo se segurou nos ombros do marido, escondendo-se atrás dele enquanto acusava: – Elas que são invejosas, Rams! Bando de invejosas que não ficam felizes pela felicidade alheia!

As meninas começaram a protestar todas de uma vez. Claramente, elas e Kelvin haviam discutido por algo. Ramiro, não gostando nada daquela confusão toda, logo tratou de salvar seu maridinho.

- Ê! Parou! Sai pra lá, urubuzada! Vem, Kevín! – Tentou tirá-lo dali puxando-o pela mão, mas elas o puxaram de volta.

- Não, seu Kelvin, não fuja! Pode voltar aqui e contar tudinho! – Polerina reinvidicou seguida por Graciara: - Si no nos lo cuentas, ¡dígaselo a tu marido!

Elas falavam ao mesmo tempo que Ramiro tentava entender o que estava havendo. – Contar tudín o quê, Polerina?... Ê, paraguaia, que agora num deu pra entender foi nada que cê disse...

Kelvin viu que a confusão estava se virando para Ramiro e antes que elas falassem demais, ele entrou na frente do marido, segurando seu rosto para voltar sua atenção para si, enquanto jogava seu melhor olhar "pidão" para ele, pois sabia que Ramiro não resistia.

- Amor, elas vão se virar contra mim! Me tira daqui, vai, me leva pra o quarto, eu não aguento mais... Eu acho que... Eu acho que... Vou desmaiar... – Kelvin amoleceu o corpo se jogando nos braços fortes do marido que sem pestanejar levantou-o.

- Êêêê... Kevín! Kevín, fala com eu, meu pequetito! Oia o quê ocês fizeram! Sai da frente, bando de urubu! – Reclamou com elas que se calaram. Algumas preocupadas, outras percebendo bem a farsa de Kelvin.

Ramiro levou com facilidade Kelvin para o quarto. Entrou com ele nos braços, ainda fechando a porta atrás de si e colocando-o suavemente na cama. Acariciando seu rosto e dando leves tapinhas, pedia:

- Kevín... Acorda, Kevín... Fala com eu, meu amorzín...

Ver toda a força de Ramiro para protegê-lo e o cuidado com o que o tratava, deixava Kelvin ainda mais louco de amor por aquele homem. Deixando de fingir desmaio, ele se levantou rapidamente, agarrando-se no pescoço do marido e dando-lhe um beijo que, apesar de repentino, Ramiro adorou retribuir.

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