LORENA
Me sentei no meio das pernas de Zeus e suspirei levando um pedaço de morango até minha boca
Enquanto eu me empanturrava de morangos, Zeus comia o brigadeiro que eu havia preparado pra ele e a TV passava um filme de comédia romântica
Eu havia obrigado ele a ver
─── Prova com morango ── digo passando o morango no brigadeiro e levando até seus lábios
Zeus olha pra mim e em seguida pro morango, sorrindo de lado e o mordendo
Se eu achava que ele não podia fazer um morango virar algo indecente
Mas ele conseguiu essa proesa também
─── É muito bom ── voltei a olhar pra televisão e suspirei voltando a prestar atenção nos meus morangos ── Mas sabe, acho que seria melhor de outra maneira
─── Zeus ── sussurrei sentindo sua mão melecada de doce dedilhar minha coxa ── O que você tá querendo?
─── Adivinha? ── perguntou mordendo meu pescoço e eu ofeguei
─── Homem... Por céus
─── Eu disse a você uma vez, que te levaria aos céus, ao fundo do mar e ao inferno amore mío e eu farei isso com o maior prazer
─── Você vai me matar
─── De tanto te fazer gozar? Bom, você morreria feliz, não morreria, sua diaba? Hum? ── ele sobe sua mão suja de doce até o meu pescoço e o aperta fracamente
Mas fraca mesmo estava eu
─── A gente só ia assistir um filme
─── Nunca é só um filme e eu sei que você ama o fato de nunca ser
BRYAN
Escorei minha cabeça contra a janela do meu quarto e observei a janela do seu, tudo escuro e a lua iluminava o quintal
Eu estava com saudades
É impossível não pensar nela, não depois do nosso beijo, de olhar no fundo dos seus olhos e me apaixonar um pouco mais
Mas eu sei que é impossível
Ela nunca vai ser minha
─── O que tá rolando cara? ── escuto a voz de Léo mas não me dou o trabalho de me virar para olhá-lo
─── Tantas coisas
─── É Lorena? ── ele dá um toque em meu braço e vejo o mesmo me estendendo uma garrafa de cerveja, a aceito e suspiro ── Ela nunca foi sua não é?
─── Não precisa falar algo que já sei
─── Ah bro! Eu nem sei o que te dizer ── me viro de lado, ficando de frente pra ele ── É que ela sempre te viu como irmão... Como nós dois
─── Eu sei, mas acho que a porcaria do meu coração não entendeu isso
─── Na verdade, você sente aqui ── ele aponta para o meu cérebro ── Não aqui ── aponta pro meu coração e eu neguei levando a garrafa até meus lábios, tomando um gole generoso
Odiava cerveja, mas até que agora, não parecia tão amarga
Minha vida estava mais amarga do que ela
─── Estou exausto... Por que ela tinha que amar ele?
─── Ninguém escolhe Bryan e você sabe muito bem que pra ela, sempre foi ele
─── Eu sei ── sussurrei sem forças ── Mas deveria ser diferente, por que não pode ser?
─── Deveria mas não é, e você não pode mudar nada como se tudo isso fosse um livro onde você apaga as páginas e as reescreve como se nada tivesse acontecido
─── Mas e se fosse?
─── Acho que ainda assim...
─── Você é o pior conselheiro
─── Sou realista ── ele dá de ombros levantando seus ombros
─── Na verdade, você é um cachorro
─── Ei!
─── Sou realista ── digo debochado e ele ri dando de ombros
─── Não nego que sou... Mas, ninguém nunca reclamou
─── Um dia vai e se não tomar cuidado, vai perder a mulher que ama e eu vou te dar os mesmos conselhos que me deu
─── Vou tomar cuidado então... Não quero ficar igual você, como um cachorrinho abandonado
─── Te odeio
─── Sei que ama
06.05.24 - 09:07
Acharam que tinha hot? Não, não, não, não...