A Rosa perfeita De Alexandre

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O nosso natal de 1990 foi marcado por um fato terrível. Meu irmão de apenas 17 anos, que sempre foi tão amigo e companheiro, cheio de vida e planos para o futuro, brincando com uma arma calibre 32, que ele pensava que estivesse totalmente descarregada, disparou fatalmente contra seu ouvido direito, tendo morte cerebral imediata. Alexandre era seu nome. Meu aniversário seria no dia 1º de janeiro e como ele viajaria com sua turma para o litoral capixaba, havia combinado com minha mãe que ele mandaria fazer uma faixa para colocar em minha rua e me mandaria um buquê de flores. Mas ele não teve tempo... Éramos muito unidos e eu sofri muito. Em poucos dias perdi mais de 8 quilos, me afastei do meu emprego e o mundo parecia ter desabado em minha cabeça. Faltava apenas um mês e alguns dias para o meu casamento...
E ele, meu irmão querido não estava ali para compartilhar aquele momento tão feliz e importante em minha vida. No dia 1º de janeiro, minha mãe e meu avô rodaram metade da cidade em busca de um buquê, e em nome do Alexandre, eles me deram lindas rosas brancas. Mas, no meu íntimo, sem querer ser mal agradecida, não me sentia feliz.
No dia seguinte fui me despedir de minha mãe e meu outro irmão que viajariam para o interior. No caminho um motoqueiro me pediu uma informação. Com medo, me afastei e respondi que não sabia. Sem tirar o capacete, ele me falou: Menina, me mandaram aqui! Diziam que você precisaria de mim e me mandaram entregar essa flor...
Seja feliz! Ele me deu a flor singela, flor que não é comum aqui em Minas Gerais, e antes que eu pudesse agradecê-lo, ele foi embora e nem vi em que direção ele partiu. Fiquei muito feliz, porque para mim, foi o último presente que o Alexandre mandou para mim.

Aqui começo nossas lendas, que poucos conhecem...
Espero que apreciem...
Para quem gostar deem um votinho e quem não gostar deixo um grande abraçoooo...

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