Calor. Muito calor

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Água e cama. Era no que o loiro pensava, já deu de bebedeira, iria achar um lugar para dormir. Talvez o segundo andar tivesse espaço. Nesse pensamento já começou a subir as escadas esquecendo completamente da água. Se agarrava fortemente no corrimão sentindo seu sangue ferver. Calor. Muito calor.

Não entendia muito bem o que estava acontecendo, só sabia que queria se deitar. Entrou na primeira porta que encontrou. Bingo! Quarto de hóspedes.

De repente a porta do outro lado se abre e de dentro saiu uma figura familiar, mas não lembrava exatamente de onde. Iluminada pela luz que saia de dentro do banheiro, na penumbra só se via a silhueta. Usava somente um moletom roxo que mal lhe cobria o quadril, deixando as pernas de fora. Lisinhas e bastante pálidas.


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Era uma merda estar todo molhado daquele jeito, justo quando finalmente sentia que se divertia na festa. Paraná havia tirado o restante de suas roupas e se secado com uma toalha que encontrara. Voltou a vestir a única peça de roupa seca que tinha em sua posse, o casaco roxo de Tocantins.

Ouviu ruídos vindos do quarto, alguém entrara ali. Será que São Paulo havia conseguido as roupas para si? Saiu apressado.

— Já conseguiu Samp- — Cortou sua fala em surpresa.

Sul estava ali. Apoiava-se na porta e olhava diretamente para si. Puta merda! Sentia seu corpo aquecendo somente com aquela visão. Tentou voltar para a realidade mas a camisa desabotoada e aberta do outro não lhe ajudava em nada.

Já se preparava mentalmente para a gritaria e ofensas que receberia a seguir.


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Agora sim o gaúcho entendeu que calor era aquele que sentia. Tesão.

Só não entendia como que Crystal tinha parado ali, não que ligasse muito ou que estivesse em condições de raciocinar. Sorriu de canto e avançou. Lhe agarrou a cintura e empurrou contra a parede já a beijando um pouco forçoso. Nada que já não tivesse feito no puteiro. Ela entenderia.

Entenderia mas estava se debatendo muito. O gaúcho não ligava mais, estava quente. Fervendo. A queria e queria agora. Forçou sua vez, a prensando mais contra a parede. Aos poucos domando a situação. Gostou quando ouviu o primeiro gemido. Desencostou de sua boca.

— Agora sim tu entendeu guria. — Envolveu seu pescoço com a mão e acariciou seu rosto com o polegar. Ela mordia a boca com força e desviava o olhar. — Não faz assim docinho. — Passou o dedo em seus lábios. — Vai te machucar.


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Ah merda! Ele tá vindo pra cima! O que eu faço? O que eu faç-

Paraná foi empurrado contra a parede com força. Ia reclamar quando o maior o beijou profundamente enfiando a língua em sua boca e obviamente explorando o contato.

O que ele tava fazendo?! Tentou o empurrar para longe mas só o seu peso era demais para si. Tentou bater em seus braços de alguma forma, sem sucesso e efeito contrário. O gaúcho o apertou mais, forçou mais. Não tinha o que fazer contra a força bruta e um tanto quanto descontrolada dele.

E seu próprio corpo não estava ajudando, se aquecendo sozinho contra a pele do loiro, sua camisa aberta, sua barba roçando em si, suas mãos em sua cintura.... Seu cheiro, que apesar de tingido pelo álcool ainda o levava ao delírio. O paranaense derretia devagar com aquilo, mal raciocinando. Sem querer um gemido sofrido brota de sua garganta. Estava gostando daquilo, mas sabia que era errado. E perigoso.

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