Hashirama corria dando voltas no lago por conta de uma simples, e até que admirável, borboleta azul; ele já estava correndo atrás dela por 2 minutos, eu havia lhe desafiado a pegar-la e isso apenas o deixou mas concentrado nos movimentos que ela fazia, como se soubesse disso, ela continuava rodando o lago.
Em frente a uma árvore eu descansava minhas cansadas costas e sorria pequeno com a diversão de Hashirama, um garoto extrovertido, alto e que parecia ter uma tigela picotada na cabeça ao em vés de um cabelo castanho. Ele era pardo, podia ser facilmente perdido na floresta se não utilizasse sempre cores claras e típicas de seus clã, Senju. Meu irmão mais novo diz que somos muito diferentes para sermos amigos, tanto como fisicamente quanto mentalmente. Muitos me consideram introvertido, porém sou apenas mais reservado do que certas pessoas; possuo um cabelo preto com madeixas espetadas; sou um pouco mais baixo que Hashirama e, claramente, mais maduro.
Além de meu irmão, este moreno é o único que consegue me roubar gargalhadas e largos sorrisos verdadeiros. Nossos clãs são rivais e estão sempre em guerra mas isto não afeta nossa amizade, pois sabemos que tudo que acontece no campo de batalha é fruto da pressão de nossos familiares. Estávamos destinados a ser inimigos até que um de nós morresse, e fingimos ser na frente das pessoas; mas, em momentos como este, quando fugimos da vista de todos e nos encontramos no nosso lago, esta atuação é deixada de lado, dando espaço para nossas risadas altas até o fim do dia, ou até quando finalmente ficamos secos após tomarmos banho de rio sem uma roupa extra – ação extremamente comum por conta dos tropeços no meio das corridas –. Nós, opostos visuais, ainda teremos que enfrentar muitas guerras e lutas entre nós, e sabemos disto, por este motivo que sempre aproveitamos cada segundos ao lado um do outro quando podemos. Eu diria que as vezes aproveitamos até de mais.
Ele continuava naquele ciclo de círculos quando, sem ao menos perceber, seguiu a borboleta quando ela virou a direção; ele desabou na água e jogou-a por todo ao seu redor. Não aguentei-me e ri com sinceras e altas gargalhadas, atraindo olhares emburrados de um certo moreno.
— Não ria seu Uchiha egoísta! — gritou ele enquanto tentava sair da água — Venha me ajudar!
Ainda rindo, balancei a cabeça em resposta e me levantei.
— Eu já falei que não sou egoísta, Hashi — respondi enquanto me aproximava do lago — Mas é inevitável rir de suas atrapalhadas!
— Não mudou nada do que eu disse! — segurou minha mão estendida e se ergueu para fora da água. — Já que eu não consegui pegar aquela borboleta e preciso me secar; vamos brincar de pega-pega!
Olhei para ele, me perguntando se ele realmente falava sério. Hashirama sempre foi mais rápido que eu na hora de correr, então sempre acaba caindo em cima de mim.
— Olha só, Hashi, eu não estou nada afim de me molhar por sua causa! — apontei meu dedo em seu rosto, vendo ele sorrir e se apoiar na cintura.
— Não se preocupe, se eu cair em cima de você, irei te trazer dangos da próxima vez! — respondeu, fazendo meus olhos brilharem.
Demoro para responder, mas acabo cedendo, ele sabe que amo dangos e que não resisto se de alguma maneira eu possa ganha-los de graça.
— Tudo bem... — me viro de costas para ele e observo a descida a minha frente.
— Um. Dois... — ele começa a contar e eu corro o mais rápido que posso utilizando o impulso da descida. — Três!
Ele começa a me seguir e a se aproximar casa vez mais. Se ele esticasse um pouco mais seu braço, ele me alcançaria, visto que ele perceberia isto logo, ando para o lado e caminho de costas vendo ele continuar indo para frente enquanto eu voltava a subir a ladeira.
— Quer saber — gritou da onde estava — agora vai ser esconde-esconde!
Arregalei meus olhos naquele exato momento e me virei para subir aquele morro mais rápido ainda.
Ao ultrapassar o lago, vi-me sem esconderijos, ele já havia me encontrado em todos os lugares possíveis por conta do meu cheiro!
Começo a adentrar a floresta sem nem pensar muito bem até que vejo uma árvore mais alta e cheia de folhas. É o melhor lugar que tenho.
Concentro chakra em meus pés e subo na árvores até chegar em um de seus mais altos galhos que era envolvido por muitas folhas. Escondo meu chakra e fico esperando ele aparecer.
Até agora apenas os pássaros cantavam, mas eu sabia que ele estava perto e tentando fazer o mínimo de barulho, nunca vi algum ser humano gostar tanto de assustar os outros. Escuto um barulho atrás de mim e me viro para o que era, não vejo nada e deduso ser apenas o vento que começa aos poucos a ficar forte; assim que me viro para frente dou de cara com aquele garoto de cabelo de tigela.
— Olá!
— AAAHHH!!! — grito e tombo para trás, batendo minhas costas doloridas no chão no qual cai. — Eu quase morri de ataque cardíaco, seu idiota!
Foi possível ouvir suas gargalhadas altos de meu estresse. Não consegui abrir os olhos por conta da dor forte, mas se eu visse sua cara naquele exato momento, tenho certeza que de ficaria mais irritado ainda.
— Você se assusta muito fácil! — riu — Se você pudesse utilizar seu sharingan nestas brincadeiras, não fariam nem sentido e isto as deixas mais engraçadas!
— Eu não me assusto fácil! Você que consegue fazer muito silêncio enquanto se movimenta! — retruco emburrado.
Hashirama pula e cai ao meu lado na grama alta. Sento-me com as pernas esticadas vendo o coçar a nuca.
Sem demorar, me levanto e me arrasto para fora da floresta, sendo seguido pelo moreno.
— Onde está indo, Mada? — pergunta — Não vai embora só por que está anoitecendo, não é?
— Não, Hashi, apenas quero ver o por do sol. — digo, voltando até aquela descida, parando e sentando na beira.
— Ah, claro — suspirou aliviado ao se sentar do meu lado.
Minhas mãos estavam ao lado de meu corpo, porém um pouco para trás, e quando Hashiramse senta, sua mão acaba ficando por cima da minha. Eu até iria pedir para tirar como costumo fazer por implicância, porém cedi a deixar-la por ali.
— Eu acho lindo quando o sol desaparece. Adoro as cores amareladas, rosadas, arroxeadas e alaranjados que se intrometem no céu, roubando o lugar do azul. — comenta Hashirama, observando o céu imerso em cima de nós.
— Eu também acho. — respondo, concentrando-me ainda mais ao infinito em minha frente.
Hashirama olhava de canto de olho para o garoto ao seu lado, observando cada canto daquele rosto pálido e muitas vezes olhado.
Estava um silêncio gostoso entre os dois, podendo-se ouvir os pássaros no céu e o vento a balançar levemente ambos os cabelos.
Hashirama se aproxima de Madara, que vira imediatamente o rosto para o mesmo.
— Está tudo bem, Hashi? — perguntou, porém foi pego de surpresa ao sentir a mão parda de Hashirama e cima de seu claro rosto.
Ficou tenso pelo ato e pela falta de resposta do outro. Hashirama o olhava. Seus toques leves e majestosos sobre a pele pálida e tensa de Madara fizeram com que ela relaxasse imediatamente e tomasse um leve tom rubro em suas maçãs. Os lábios do mais alto se curvaram num sorriso pequeno e ladino, porém intenso ao olhar do Uchiha. Para Madara, ele estava muita perto de si. Uma de suas mãos massageava o rosto alheio enquanto a outra pesava sobre a mão pálida em cima da alta grama que os rodeava junto das poucas árvores.
O mais baixo iria abrir a boca para questionar o ato do outro, mais foi interrompido quando os lábios do Senju se chocaram contra os seus num selinho simples e gostoso. Agora, Madara não sabia o que pensar, mas sabia que estava completamente vermelho.
Com medo, Hashirama começa a entre-abrir os lábios de Madara e invade sua boca paralisada, leva suas mãos até a nuca e o rosto do mais baixo. Este que após sair de seu transe, colocou as mão na nuca do moreno e invadiu sua boca com a língua também.
Era um beijo sem intensão, apenas levado pelo momento em que estavam. Quando a falta de ar chegou, eles se separaram e, com vergonha de encarar nos olhos um do outro, observaram os lábios inchados e avermelhados do outro. Desta vez, antes que Hashirama pudesse tentar se afastar, Madara cola suas bocas novamente.
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Amor Amigo - Hashimada - One-shot Naruto Universe
Romance" Seus toques leves e majestosos sobre minha pele pálida e tensa fizeram com que ela relaxe imediatamente e tomasse um leve tom rubro em suas maçãs. Os seus lábios se curvaram num sorriso pequeno e ladino, porém intenso ao meu olhar. Ele estava muit...