Don't doubt an empress

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O que é um casamento? De acordo com a definição, é a união voluntária entre duas pessoas, nas condições sancionadas pelo direito, de modo que se estabeleça uma família legítima.

Mas será que é necessário ter amor? Não.

Vivemos em uma época em que o casamento por  conveniência é comum. Então, o que é o amor? Apenas um desejo bobo.

Tudo o que precisamos é ter consciência. Casar-se com alguém que não amamos pode nos proporcionar um império inteiro ao nosso dispor. Não parece tão ruim quando colocado na balança.

Foi assim que, mesmo assustada com a chegada do mensageiro imperial, dizendo que eu havia sido considerada para ser uma das consortes do futuro imperador, senti alegria. Meus pais também estavam felizes.

Sabíamos que eu seria a nova mãe da nação desde o meu nascimento. Minha mãe costumava contar a história de como, no dia em que nasci, uma estrela iluminou o império.

Apesar dos obstáculos, nossa família era nobre há menos de 100 anos, e todos os nobres sentiam-se ameaçados.

Minha infância foi muito feliz. Ninguém tinha coragem de confrontar a futura Mãe da Nação. Todos os filhos de nobres queriam estar em bons termos comigo.

O palácio imperial era majestoso, com torres que se erguiam em direção ao céu e jardins exuberantes que pareciam se estender até o horizonte, eu o observava sempre, aquele palácio que um dia seria meu domínio.

O imperador atual, me convidou para o palácio no meu décimo aniversário.

O palácio imperial, com suas torres altas e jardins exuberantes, parecia um mundo à parte. Eu me sentia pequena e insignificante diante da grandiosidade daquelas paredes de pedra e dos corredores que se estendiam como veias por todo o edifício. Era um lugar onde os segredos eram sussurrados nas sombras e as alianças eram forjadas em banquetes suntuosos.

No meu décimo aniversário, fui conduzida até o palácio pelo mensageiro imperial. Ele era um homem austero, com olhos que pareciam enxergar além da superfície. Seu nome era Lysander, e diziam que ele servia ao imperador há décadas. Ele me guiou pelos corredores de mármore, passando por estátuas de antigos imperadores e tapeçarias que contavam histórias de batalhas e traições.

Finalmente, chegamos à sala do trono. As portas duplas se abriram com um rangido, revelando o imperador sentado em seu trono dourado. Ele era um homem de meia-idade, com cabelos grisalhos e olhos penetrantes. Seu nome era Fugaku, e sua fama se espalhava por todo o império. Ele havia conquistado terras, subjugado reinos e construído um império que se estendia desde as montanhas geladas do norte até as praias ensolaradas do sul.

Fugaku me olhou com interesse quando entrei na sala. Seus olhos percorreram meu vestido de seda azul e minha pele pálida. Eu era apenas uma criança, mas ele já estava traçando planos para o meu futuro.

"Você é a escolhida", disse ele, sua voz grave ecoando pelas paredes. "A futura Mãe da Nação."

Eu me curvei perante ele, sentindo o peso da responsabilidade sobre meus ombros. Ser a esposa do imperador não era apenas uma honra; era um dever. Eu seria a mãe dos futuros herdeiros, a guardiã dos segredos do império, a mulher que moldaria o destino de milhões.

— És muito bela…. Meus netos terão uma beleza considerável, meu filho terá sorte de ter uma governante tão bela para o auxiliar.

A atual imperatriz, riu  e eu a acompanhei nos risos.

— São gentis palavras do imperador, porém o jovem Príncipe terá filhos belos por conta de herdar a beleza dos avós.

O imperador deu um sorriso de orelha a orelha.

— A coroa vai te esmagar querida.

As palavras dele ecoaram na minha cabeça, o que aquilo queria me dizer? Como a coroa me esmagaria?

Mesmo assustada eu segui em frente, Estudei tudo o que precisava, aprendi a mais sofisticada etiqueta, a mais intensa política, como futura imperatriz eu cuidaria dos assuntos internos, deuses eu estava tão nervosa mas tão feliz eu seria a mulher mais nobre de todo o império.

Os dias se transformaram em semanas, e eu mergulhei de cabeça na minha nova vida como a futura Mãe da Nação. Eu aprendi a dançar com os cortesãos, a sorrir enquanto escondia minhas verdadeiras intenções e a manter a postura impecável mesmo quando meu coração estava em turbilhão.

A atual imperatriz, uma mulher de olhos astutos e cabelos prateados, tornou-se minha mentora. Ela me ensinou os segredos da corte, os jogos de poder e as alianças que moldavam o destino do império. Ela também me alertou sobre as armadilhas que me aguardavam.

"O trono é uma prisão dourada", disse ela em uma festa do cha enquanto observávamos  a Paisagem. "A coroa pode te esmagar, não apenas metaforicamente, mas também literalmente. Você será responsável por decisões que afetarão milhares de vidas."

Eu olhei para a coroa que estava guardada em uma vitrine de vidro. Era uma peça magnífica, cravejada de gemas e símbolo de poder. Mas também era um fardo que eu carregaria pelo resto da minha vida.

"O que você faria, Imperatriz?" perguntei, minha voz quase um sussurro.

Ela sorriu, um sorriso triste. "Eu fiz escolhas difíceis. Traí alianças, sacrifiquei amizades e coloquei o império acima de tudo. Mas, no final, a coroa me consumiu. Eu me tornei uma sombra do que fui."

Eu sabia que não podia seguir o mesmo caminho. Eu queria ser mais do que uma figura decorativa, mais do que uma peça no tabuleiro. Eu queria ser a voz dos que não tinham voz, a esperança dos oprimidos, a força que mudaria o curso da história.

E assim, enquanto a estrela que havia iluminado meu nascimento brilhava no céu, eu prometi a mim mesma que não deixaria a coroa me esmagar. Eu seria a Mãe da Nação que o império precisava, mas também a mulher que lutaria por amor, justiça e liberdade.

Mas a realidade é diferente do que queremos.

No dia de meu casamento, eu estava radiante, em um vestido branco de noiva, me sentindo a mais bela de todas no império, o príncipe herdeiro era frio, e me olhava sem muito entusiasmo porém ao meu ver ele era o homem mais belo de todo o império, combinava comigo, Sasuke, o grande Herdeiro, ele era um alfa incrível.

A cerimônia de casamento foi um espetáculo para os olhos, com a nobreza de todo o império reunida para testemunhar a união. As melodias dos músicos enchiam o ar, enquanto os aromas de incenso e flores se misturavam em uma doce fragrância. Sasuke, o príncipe herdeiro, embora reservado, estendeu sua mão com uma elegância que só a realeza possuía. Eu a aceitei, e juntos, caminhamos até o altar sob os olhares de todos.

Durante a cerimônia, uma tensão palpável pairava no ar. Havia rumores de descontentamento entre os nobres, sussurros de conspiração que se espalhavam como fogo em um campo seco. Eu podia sentir os olhares invejosos e calculistas, mas mantive minha cabeça erguida, determinada a não deixar que o medo me dominasse.

Após o casamento, a noite que deveria ser a nossa noite de núpcias eu descobri o por que o imperador ria de mim, porque a imperatriz sentia pena de mim.

— Sakura, não espere que eu ame você, nem mesmo deseje isso, você não tem essa permissão, eu já tenho um omega que amo. Infelizmente ele não atingiu a maioridade ainda, se leve apenas como uma consorte temporária.

A revelação de Sasuke foi como uma adaga cravada em meu coração. A noite de núpcias, que deveria ser um momento de união e celebração, tornou-se uma noite de solidão e reflexão. Eu estava ali, vestida com as sedas mais finas e rodeada pelo luxo do palácio, mas me sentia mais vazia do que nunca.

No entanto, eu não era uma mulher de me render à tristeza. Eu tinha um papel a desempenhar, um império para ajudar a governar, e eu faria isso com toda a força e sabedoria que possuía. — Entendo sua posição, Príncipe Sasuke,–  respondi com dignidade. — E respeitarei seus sentimentos. Mas saiba que, como sua consorte, farei tudo o que estiver ao meu alcance para apoiar o seu reinado e o bem-estar do império. -

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