Don't doubt an emperor

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"Primeiro herdeiro?" A frase ecoava nos ouvidos de Sasuke como uma maldição velada, mas, paradoxalmente, um calor se espalhava em seu peito ao pensar em sua criança.

- Meus parabéns, concubina Haruno.- A voz de Naruto era firme, mas cada palavra parecia arrancada das profundezas de uma angústia oculta. - Nosso império deve se alegrar, Concubina. A concubina deve estar feliz.

Sua declaração reverberou pelo salão, e uma onda de risadas irrompeu entre os nobres, um som que oscilava entre o divertimento e o desprezo. Eles haviam feito um alarde por nada, percebendo agora que o "primeiro herdeiro" era apenas o filho de uma concubina. No cruel jogo de poder que se desenrolava nos corredores do palácio, a criança seria uma peça meramente ilustrativa, e ele teria sorte se alcançasse a idade de dez anos. A realidade da corte era uma dança de sombras e luz, onde cada sorriso e cada palavra eram carregados de significados ocultos.

Sasuke olhou para Naruto com olhos que misturavam afeto e uma nova compreensão, sentindo sentimentos conflitantes. Com um leve estalar de língua, um gesto que rompia a tensão, ele segurou a cintura de seu imperatriz, oferecendo um suporte silencioso.

- Meus parabéns, concubina, espero que nossa criança nasça com graça- Sua voz era suave, mas carregava a força de um imperador.

No fim, era isso: o filho de uma concubina não é um príncipe imperial; ele é um possível substituto, apenas caso o príncipe, nascido da imperatriz, não venha ao mundo.

Sasuke suspirou, um som pesado que parecia carregar o peso do mundo, e vendo a expressão de horror de Naruto, o acompanhou para fora do evento. A noite que deveria ter sido mágica para Naruto terminava com as atenções todas voltadas para Sakura.

- Naruto, você tá bem?- Ambos se encontravam agora no jardim do imperador, longe dos olhares julgadores dos nobres, apenas as empregadas por perto, testemunhas silenciosas da cena.

Os olhos de Naruto se encheram de um brilho intenso, e as comportas de suas emoções se abriram, liberando as dolorosas lágrimas que ele não conseguia mais conter. Era um momento de vulnerabilidade crua, um contraste com a imagem impecável do imperatriz, revelando a humanidade por trás da coroa.

- Por que você tinha que ser o imperador? Eu somente queria não ter que dividir meu marido...- A voz de Naruto era um sussurro trêmulo, carregado de uma dor que ia além das palavras. Sasuke, ao ouvir as palavras do imperatriz, soltou uma risada baixa, não por desdém, mas como um reflexo involuntário da complexidade da situação.

- Amor... - Ele se aproximou, a proximidade de seus corpos um contraste com a distância de seus mundos. Com um gesto terno, beijou a testa do jovem ômega, uma promessa silenciosa de lealdade e afeto.

- Me pergunto se eu vou ficar grávido um dia... - Naruto interrompeu o fluxo de suas lágrimas, sua mente se afastando do presente para se aventurar nas possibilidades do futuro. Sasuke sentiu o ar escapar de seus pulmões, uma verdade oculta pesando em seu coração uma verdade que somente ele e a mãe de Naruto conheciam.

- Vai sim amor, e vai ser o ômega mais lindo do mundo. - As palavras de Sasuke eram doces, mas carregadas de culpa, por estar mentindo para o jovem ômega. Ele sabia que algumas verdades eram como espadas, e a mentira era o escudo que ele escolhia naquele momento.

- Eu não irei abençoar a Sakura na gravidez. - A declaração de Naruto rompeu o ar de compreensão que os rodeava, uma afirmação de sua posição e de seu coração ferido. Era uma recusa a participar do teatro de alegrias forçadas, uma recusa a esconder a verdade de seu próprio sofrimento.

- Tudo bem, não precisa ajudar um concubina amor. - Sasuke suspirou, e continuou sua mente em um turbilhão de pensamentos.

Tempos em tempos vendo a jovem concubina.

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