Capítulo 04

45 4 0
                                    

Olhou a paisagem tentando memorizar o caminho de volta, mas para onde quer que olhasse, só via o canavial alto e um tempo negro se formando; uma tempestade estava a caminho.

No painel do carro, o relógio acusava 11:09 da manhã. Quando virou para 11:10 algo muito estranho começou a acontecer.

As luzes do painel, o pisca-alerta e o sensor de ré começaram a apitar, o rádio ligou sozinho na altura máxima, as luzes de suporte começaram a acender e apagar e o carro desligou.

Nenhum dos 3 sequer respirava com aquilo, estavam confusos e assustados.

Então o relógio virou para 11:11.

Parecia que o céu ia desabar, estava escuro demais, mas não havia vento ou mesmo um som qualquer.

Um cheiro muito forte e metálico surgiu de repente, e Edith sentiu todo o peso de seu corpo desaparecer, seus ouvidos pegaram pressão e, de repente, sentiu que estava levitando.

Olhou desesperada para os dois homens que estavam vivenciando o mesmo que ela.

Eles pareceram desmaiar, ao mesmo tempo em que sentiu suas vistas escurecerem. A última coisa que viu foi que, de alguma forma, já não estavam mais dentro do carro.

●●●●●●●●●●●●●●

Edith acordou sentindo seu corpo sendo chacoalhado, então abriu os olhos sonolenta; sentia-se drogada, suas roupas encharcadas de um suor frio e pegajoso.

Estava deitada em uma superfície dura e fria, olhou para os lados e viu que os dois homens estavam imobilizados por garras metálicas, o mais velho estava acordado e a encarava horrorizado, com algo esférico e metálico dentro de sua boca.

Ela tentou gritar, mas percebeu que também tinha aquilo na boca. Começou a chorar e se debater, estava presa.

Observou a sala, praticamente não havia luz ali exceto as de um painel que piscava em verde e luzes direcionadas em seus corpos.

Aquilo parecia uma cúpula, haviam alguns braços metálicos pendurados no teto e vários fios os ligando ao painel que piscava.

Pareciam haver alguns instrumentos médicos dispostos em uma mesa redonda, mas Edith não conseguiu reconhecer nenhum deles.

Tentou cuspir aquela bola, mas era pesada demais. Sua cabeça estava presa a alguma coisa por baixo, olhou para seus raptores tentando identificar o que poderia ser, mas só enxergou um enorme tubo conectado a eles.

Parecia uma espécie de capacete, mas ela sentia um leve pinicar na cabeça.

Ouviu alguém chegando e respirou fundo.

SequestroOnde histórias criam vida. Descubra agora