❝Eu escrevi uma canção para você
E para todas as coisas que você faz
E foi chamada de Amarelo❞
Yellow - Coldplay
🐥
Tampei meus ouvidos com raiva pela barulheira do vizinho, eu estava há mais de 30 minutos tentando dormir e até agora nada, pois o vizinho não para com a música alta. De fato sua banda é boa no que faz, mas passa a ser irritante quando você tenta dormir. A culpa também é um pouco minha, já que 5 horas da tarde não é um horário ideal para se dormir, mas estou muito cansado e minha mente me pede um descanso.
Me levantei de minha cama com raiva e calcei minhas pantufas de patinho, pouco me importando se estava de pijama ou com os cabelos todos desgrenhados. Saí da minha casa, marchando em direção a garagem do vizinho em passos pesados.
Parei na porta de sua garagem que estava entreaberta, bati duas vezes, mas devido a música alta ninguém pôde me ouvir. Então acabei por entrar sem bater.
Lá vi aquele garoto de cabelos loiros, que tomava conta de todos os meus pensamentos durante as aulas mais insuportáveis. Eu obviamente nunca admitiria isso em voz alta, até porque o dono de meus pensamentos, também é a pessoa que me impede de ter um sono de qualidade.
Cruzei meus braços rente ao meu peito e bati os pés impaciente no chão, o loiro estava tão entretido no som que fazia, que os outros membros da banda necessitaram lhe cutucar para que ele parasse de tocar sua guitarra.
O maior colocou sua guitarra de lado e jogou seus cabelos para trás, ele estava completamente suado e para me irritar mais ainda, ele umedeceu os lábios e deu aquele sorrisinho cínico em minha direção. Pude me sentir dentro daqueles dramas adolescentes onde dão um zoom bem grande no personagem para mostrar o quão sexy ele é.
Me senti até mesmo envergonhado, já que fui até ali com um pijama de patinhos. E o outro pareceu reparar, pois me olhou de cima a baixo enquanto franziu o cenho.
— Precisa de ajuda.... Senhor patinhos? — Gozou com a minha cara.
Revirei os olhos e me encolhi em meu lugar, no momento estava apenas eu e ele na garagem, porque por algum maldito motivo os outros meninos saíram de lá. O loiro se apoiou nas caixas de som atrás de si e eu o encarei.
— Pode abaixar o som?
Minha voz soou irritada no início, mas aos poucos foi murchando. Desviei meu olhar envergonhadamente.
— E se eu não quiser? — Provocou.
— Olha aqui, Lee Min....Ho....
Apontei o dedo em sua direção, mas aos poucos minha voz falhou e eu abaixei meu dedo. O outro deu uma risada anasalada como se fosse um blefe.
— Por favor...
Acabei por implorar, o que fez com que Minho risse e balançasse a cabeça positivamente.
— Ok, ok. Você ganhou, senhor patinhos. — Abri a boca para reclamar mas ele me impediu.
Tentei apontar meu dedo em sua direção novamente, mas ele segurou meu dedo e eu acabei por abaixar.
— Em troca, você tem que me fazer algo. — Fez um biquinho com os lábios.
— O quê?!
Perguntei mesmo sabendo que seria algo estúpido e que provavelmente eu discordaria em fazer. O Lee deu o mesmo sorrisinho e eu senti vontade de o matar.
— Seja meu escravo até o fim do dia.
Abri a boca com raiva, pronto para gritar com ele. Mas o loiro colocou o indicador sobre meus lábios e então eu acabei por não dizer nada.
— Essa é minha condição.
Fiquei pensativo por um bom tempo, até que finalmente cruzei meus braços e balancei a cabeça positivamente. O outro fez questão de estender a mão e acabei sendo obrigado a apertá-la.
— Feito. — Dissemos em uníssono.
[...]
O resto do dia foi um inferno, Minho fez com que minha tarde fosse terrível. Ele derrubava as coisas de propósito e me fazia limpar, me fez pegar suco pra ele 3 vezes porque na cabeça de doente dele o suco não estava em uma boa temperatura.
Quando a tarde acabou eu estava morto, me joguei no sofá velho da garagem de Minho e fiquei encarando o teto e repensando em minhas escolhas. Minha paz não durou muito, pois logo os garotos voltaram.
Fiquei observando eles se despedindo, até que Bang Chan colocou o braço sobre o ombro de Minho e murmurou alto o suficiente para que eu ouvisse.
— Vê se pega leve com ele, o coitado fez tudo que você pediu o dia todo. — Fez uma pausa. — Seja misericordioso.
Minho revirou os olhos e Bang lhe deu uma batidinha amigável nas costas, antes de ir embora e finalmente eu e Lee ficamos a sós.
Me sentei direito no sofá e Minho se sentou ao meu lado. Por instinto arrumei os fios de meu cabelo, apesar de que não mudaria muito, pois ninguém fica apresentável com um pijama de patos. Mas mesmo assim ajeitei minha roupa e postura.
— O que foi?
— Nada.
O loiro não pareceu muito convencido e passou seu braço por trás de mim, o que me fez ficar mais apreensivo.
— Está tentando me impressionar, Sr.Patinhos? — Sussurrou em meu ouvido. — Não se preocupe, você fica fofo com essa roupa.
Minhas bochechas esquentaram e Minho sorriu ladino pra mim. Desviei meu olhar e comecei a batucar os meus dedos sobre minhas coxas.
— O que você tem? — Falei ainda sem olhar para ele.
— Bem, agora que meus amigos foram embora eu posso ser sincero com você. — fez uma pausa respirando fundo. — Eu gosto de você.
Fiquei sem reação e o loiro nem me deu tempo de lhe responder, pois logo voltou a falar.
— Eu gosto de você desde o primeiro ano. Desde que te vi te acho extremamente lindo, atencioso, inteligente e um puta gostoso. — Rimos juntos na última parte. — Desculpa ter te usado de capacho o dia todo, eu queria apenas um motivo para você ficar mais um pouco com a gente.
Eu sorri pequeno, podia sentir as borboletas em meu estômago dançando. A mão do outro timidamente alcançou a minha, o que me arrancou um sorriso extremamente bobo. Nem precisei confirmar meus sentimentos.
Porque não muitos segundos depois o loiro me deu um selinho tímido. O que eu achei engraçado, porque eu nunca havia visto esse lado dele e nunca imaginei que ele podia ser tão tímido assim. Acabei tendo que tomar iniciativa e o puxar para um beijo de verdade.
Quando nos separamos para respirar o rosto dele estava tão vermelho que ele parecia um tomate.
— Nunca imaginei que um garotinho de banda pudesse ser tão tímido.
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O garoto da banda | Minsung
Fanfiction𝖢𝗈𝗇𝖼𝗅𝗎𝗂𝖽𝖺 › fluffy ❝Onde Jisung nunca admitiria, mas estava completamente apaixonado pelo garoto da banda de garagem de sua vizinhança. Ou Onde Minho odiava admitir, mas achava seu vizinho e colega de classe - que sempre reclamava dos se...