Fragmento [DEGUSTAÇÃO]

Prólogo

Pádua, Itália, 2024

O antagonismo entre razão e emoção trouxe, desde os primórdios, muitos conflitos existenciais para pessoas que são um meio termo de tudo. É como utilizar a parte direita e esquerda do cérebro igualmente, mas sem saber a qual tribo realmente pertencer.

Existem pessoas que são muito mais dominadas pelo lado esquerdo, ou seja, a lógica é o que faz sentido. Elas têm a razão como aliadas, são mais atraídas por números, formas e pensamentos lineares. A objetividade, para esses indivíduos, é o que rege a vida.

Já quem tem o lado direito mais dominante, diariamente lida com as intuições que surgem de repente. São pessoas guiadas pela imaginação e consideram cenários possíveis e impossíveis na resolução de problemas, além de procurar outras formas não convencionais para resolvê-los.

Os que são da tribo do meio termo, conseguem vislumbrar os cenários imaginários e mesmo assim resolver os problemas de forma linear e objetiva. Alguns estudos mostram que são poucos os que têm esse dom e que a maioria das pessoas não sabe lidar.

Dizem que para ser líder, é preciso ser racional, frio e distante. Dizem que as pessoas que sentem muito são extremamente abertas e emocionadas. Mas existem aqueles líderes quentes, acolhedores e que usam mais a emoção e a intuição para guiá-los.

Em alguns casos, pode ser possível encontrar um músico, pintor ou artista que tenha o lado esquerdo mais dominante.

E definitivamente, nada disso definirá o futuro de nenhuma dessas pessoas.

Independente de qual lado alguém mais usa, cada um se molda com base naquilo que vivencia. Cada um levanta as próprias experiências para saber a qual tribo eles querem pertencer.

Apesar de todas as combinações que podem ser feitas e das exceções, essa não é uma dessas histórias.