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Ayla Steven

- Filha?- Pude ouvir a voz do meu pai se aproximando enquanto eu fechava o zíper da mala.

-Prontinho.- Falei para mim mesma, pondo as mãos na cintura e agradecendo mentalmente por finalmente ter conseguido fechar a mala.

- Filha? Está pronta?- Disse meu pai se encostando na minha porta e olhando para mim enquanto mexia em seus próprios dedos. Ele estava ansioso.

- Estou sim pai, acabei de fechar a mala. Só preciso escovar os dentes e podemos ir! - Falei e vi o mais velho assentir com a cabeça sorrindo para mim sem parar de mexer os dedos, me aproximei dele e dei um beijo em sua bochecha.

- Você sabe que tudo dará certo, não é?

- É, eu sei.

Iríamos nos mudar, uma mudança um tanto quanto repentina. Tudo isso porque minha mãe faleceu. É, já faz alguns meses, mas meu pai não estava conseguindo lidar bem com isso, com o fato de morar na casa em que ele viveu sua vida inteira com a minha mãe. Bom, e eu estou...estou indo.

No início não lidei bem, o luto me consumiu, eu não saia de dentro do quarto, não lembrava como fazia para sorrir e muito menos o que significava estar feliz, até perceber que meu pai também estava sofrendo, sua dor era perceptível, mas eu estava tão apegada a minha dor, que esqueci que meu pai também sofria.

Depois de perceber que mesmo ele tentando me animar e me distrair do meu luto, ele estava em luto também, entrando em uma depressão profunda. Seu sorriso já não era mais o mesmo, seu olhar, era um olhar perdido. Não aguentei ver ele se afundando e então  aguentei minha dor, deixei de lado o meu luto para ajudar meu pai. Ele precisava disso.

Após 2 meses dele cuidando de mim e esquecendo de vivenciar o seu luto, eu o ajudei, eu cuidei dele, o amei como ninguém. Ele precisava de carinho, assim como eu e a nossa aproximação foi o que nos salvou. Mas não posso negar que ainda doía, meu coração estava despedaçado, sentia falta de minha mãe.

Sentia falta de acordar com um beijo seu,
sinto falta de seus abraços apertados, de suas piadinhas bobas, de ouvir ela reclamar dos gatos pela décima vez e em seguida pegar eles no colo e mima-los como ninguém, sinto falta de escutar ela inventando músicas, rindo por coisas bobas, e principalmente de ouvir ela falar que me ama.

Poxa, como eu queria escutar ela falando um eu te amo  pela última vez.

Mas, apesar de querer eu sei que aquilo não era possível mais.

Sai de meu transe quando escutei meu celular tocar, alguém estava me ligando. Olhei rapidamente para ver quem era e dei um sorriso fraco quando vi o nome de jayla estampada no meu celular.

- Hey Jay!- Falei tentando disfarçar minha ansiedade naquele momento. Aproveitei para ir até o banheiro e escovar os dentes, sabia que ela iria querer me contar algo e provavelmente duraria minutos de sua falação continua.

Jayla, Jayla Walton. Era uma das minhas melhores amigas. Ela morava em Atlanta e eu no Brasil, é loucura né?
Conheço jayla desde que me entendo por gente, nossas mães eram como carne e unha, viviam grudadas e consequentemente vivíamos grudadas também.

Por conta da distância nos víamos pouco, mas sempre que nos víamos, nossa conexão era insana. Jayla era meses mais velha que eu, e tinha mais três irmãos. Os gêmeos, Jaden e Javon, os dois tinham 17 anos. E tinha também, o caçula da família, Daelo, que não gostava de ser chamado por Daelo e sim por Jin.

Amava a família Walton, eles são uma família incrível e além disso, faziam parte da minha família.

Eles ainda não sabiam, mas iríamos nos mudar para Atlanta. Queria fazer surpresa para Jay e seus irmãos, Dj que era o pai deles e Jessica que era a mãe deles sabiam de tudo. E mesmo assim atenderam meu pedido de deixar aquilo em segredo.

- MULHER TU NÃO SABE!- Jay berrou do outro lado do telefone assim que terminei de cumprimenta-la.

- Ah Jay, eu estou bem sim, muito obrigada por me perguntar! E você como está?- Disse em tom irônico.

- Tá tá tá tá, agora presta atenção! Fofoca BOM BAS TI CA- ri quando a garota falou pausadamente para fazer um drama. Terminei rapidamente de escovar os dentes e perguntei o que havia acontecido.

-Javon está namorando.- Ela disse e logo em seguida deu um gritinho.

Uau. Eu...Eu não sabia nem o que dizer. Nunca imaginei Javon namorando, sei lá para mim ele ainda era um pirralho. Um pirralho chato.

Sei que a diferença de idade não era tanta, mas ele era insuportável, eu não podia fazer nada que o mesmo vinha me falar coisa. Não tinha paciência para ele. Mas apesar de tudo, gostava dele, sua companhia até que era legal.

- Uau, sério? Que bom para ele né, espero que dê tudo certo!- Disse sincera. Enxaguei minha boca e vi jayla rolar por sua cama.

- Não se faça. Quem vê não parece que ama ele e que sonha com o dia que iriam se casar.- ela disse em tom de tédio e entre abri a boca inúmeras vezes para tentar protestar algo e quando finalmente algo saiu, deu ruim.

- Logo com o Javon? Garoto insuportável da porra, não sei como você suporta esse menino todos os dias. Acho que se eu passasse dois segundos do lado dele, eu morreria.

-Nossa, agradeço por tamanho amor, minha abelhinha.- Javon disse adentrando o quarto e revirei os olhos quando ouvi o apelido idiota que ele me deu quando éramos pequenos.

- Você sabe que não menti.- Dei de ombros.

-O que vocês estavam falando?- Javon perguntou e eu encarei jayla sem saber o que dizer, a garota deu de ombros e empurrou o garoto.

-Conversa de gente bonita, e que eu saiba você não entra nesse quesito, então vaza.

- Eu sou literalmente sua cara Jayla.- indagou confuso.

-Não é não, Jay é bonita e você parece um zumbi ambulante. - me intrometi e jay assentiu em forma de concordância com o que havia acabado de dizer.

Javon colocou a mão em seu peito fingindo estar ofendido com o que acabei de dizer.

-Ok não me intrometo mais. Uma última coisinha...- Falou e revirei os olhos.

- Fale logo jav. - o chamei pelo apelido e logo vi um sorriso de canto no rosto do garoto. Porra, era nesses momentos em que eu mais desejava ter ele só para mim.

Mas que porra de pensamento foi esse?

- Está tudo bem por aí? Seu pai está melhor?- Ele realmente parecia preocupado e sorri com a preocupação do garoto.

- está sim, obrigado por perguntar!- Disse e agora Jay que estava revirando os olhos.

- Tá agora chega, que quem estava conversando com ela sou eu. SOME- berrou e vi Javon mostrando a língua para a mesma e logo correndo quando Jay ameaçou a bater nele.

Apenas ri com a situação e mandei beijos para Jay alegando que precisava ir. Com muita relutância Jay desligou, ela queria porque queria saber para onde eu ia.

Tadinha, a hora que ela souber que estou indo para Atlanta, acho que ela tem um infarte.

[...]

primeiro episódio galera!

1200 palavras, quero manter nesse nível até o final da fanfic!!

me perdoe por qualquer erro ortográfico!

Deixe a estrelinha meus amores!😘

beijinhos da dudinha:)

I Hate You! - Javon WaltonOnde histórias criam vida. Descubra agora