Capítulo 1-Quem somos nós?

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Sinto uma pancada forte na cabeça, e logo acordo preso numa sala escura com uma garota de cabelos ruivos apoiada no batente da porta, eu estava confuso, minha visão estava escura e turva, minhas memórias  estavam bagunçadas e eu mal me lembrava meu nome, a única coisa que pude ver era que ela usava uma máscara com uma forma semelhante a de uma raposa e duas katanas nas costas, que garota estranha, familiar...mas mesmo assim, continua estranha.
De pouco em pouco ,ela vai se aproximando de mim, a cada passo que ela dava meu coração parecia se agitar mais e mais. Mas foi o cúmulo quando ela colocou uma de suas katanas em minha garganta, fazendo um corte, e sussurrando, próxima de meu ouvido:


-Interessante...¦o forte Artur foi abatido? Tadinho dele!!Tô com tanta dó- ela diz com ironia enquanto um sorriso de canto se forma em seu rosto-parece que agora não é tão forte quanto falam...


Artur!Então esse era meu nome...Mas como e por que ela sabia meu nome? Eu fico assustado, por sua máscara que cobria seus olhos e deixara apenas sua boca a mostra,por ela saber meu nome, por ela parecer familiar, e por ela ser estranhamente psicopata...mas acha mesmo que eu vou deixar essa raposa maníaca me assustar? Eu sinto medo,mas não demonstro, ela parecia fraca, com certeza eu era maior que ela,e mais forte. Eu dou leve batidas na cama em que estava com meus dedos, dou uma risada leve e olho em seus olhos.


-Tadinha dela ,tão fraca a ponto de ter que me colocar em uma cadeira para assim estar protegida...eu tenho pena de você, garota insolente.


Ela pressiona mais a katana na minha garganta, aprofundando o corte


-Cala boca garoto, nem pra fingir que não está com medo você presta.Eu vejo em seus olhos, você é só o mesmo garotinho assustado de antes,hein?

Tá, certamente essa garota é louca, e com certeza eu estava em desvantagem... estava acorrentado numa cama com uma garota extremamente esquisita, maniaca e que provavelmente fugiu de um hospí­cio encostando uma KATANA em mim, uau...que grande cagada que eu me meti.

Um senhor de meia idade aparece na porta, ele parecia um pouco ofegante, usava um óculos de velho mesmo ,mas parecia bem inteligente e carismático, com certeza era aquele tipo de velho rico que joga xadrez e presenteia seus netos mimados.


-Para já com isso, K...-ele não completa, e ela vira seu rosto para ele, da um olhar como se tivesse querendo dizer algo e se afasta, mas antes abre mais o corte que ela tinha feito anteriormente em mim, eu não tenho nada a ver com isso caramba!!Dou um leve gemido de dor, e meu corpo se tensiona mais-digo, filha...Pare já com isso! Vai assustar o garoto! E não é isso que queremos, é?!


Ela caminha em direção a porta, mas não antes de revirar os olhos e dar aquele olhar típico de quem estava prestes a te matar com uma katana velha e sem graça mas foi interrompido por um senhor que joga xadrez e bebe vinho...ela sai do quarto, indo em direção a uma sala que apenas agora eu tinha notado, uma sla rústica feita de madeira, com uma estante de livros, uma lareira e duas poltronas, onde ela se senta para ler um livro.
-Peço perdão por isso, ela não costuma ser assim com visitas...
Enquanto eu estava perdido em pensamentos, nem percebo que ele havia ligado a luz da sala,agora sim estava melhor!!Eu estava em uma cama amarrado com correntes, na cabeceira da cama tinha um..antídoto? O que era aquilo? Ah,independente, era um lí­quido verde estranho, ele parecia brilhar um pouco, estava em um copo e do lado dele tinha alguns livros e um porta-retratos...eu estava ali na foto, vestindo uma roupa familiar e usava uma pétala rosa como broche ,essa pétala...me lembra algo, algo que não consigo lembrar com clareza...É como se  não existisse essa memória, ou ela fosse de um sonho...


-Artur? Esta bem?


Me solto de meus pensamentos e volto a olhar para aquele senhor, que agora estava sentado na beira da cama.


-Quem é você? Por que me prendeu? Por que estou preso com correntes? Eu te conheço?!Quem é ela? Ela é criminosa? Você é um criminoso? Você joga xadrez?

-Ei,calma lá garoto! Uma pergunta de cada vez! Bom, para começar, novamente peço desculpa por ela-ele solta uma risada-não,ela não é criminosa! Eu sou o Sebastian, mas pode me chamar de Tião!-ele estende uma mão para mim, de forma que eu o cumprimentasse, com um sorriso simpático no rosto -Ah, e por que esta preso? Deixe-me te ajudar.
Ele diz, e se aproxima um pouco mais ,começando a retirar as correntes de mim...Isso aliviava bastante, eu voltava a me sentir mais livre, e ...até que  esse rico coroa nerdola é melhor que aquela garota louca, mas não vou confiar nele, ele pode ser algum tipo de manipulador de mentes bizarro, sei lá...
-Ata, obrigado Tião!¦Mas quem é você? Eu te conheço?
-Quem eu sou? É uma ótima pergunta! Alguns me consideram uma lenda, outros um mito, tem gente que me considera herói, outros que me consideram um mestre, mas acho que você pode me considerar seu...guardião, sua mãe antes de morrer me concedeu tal tarefa, achamos você no ringue, e te trouxemos para casa...Me perdoe pelo método não convencional que usamos, era a nossa única escolha.
Meu...guardião?
Minha mãe fez isso?
Ela morreu?
Quem seria ela?
Ringue?
O que eu estava fazendo?
Quem sou eu?
Quem é ele?
Quem somos nós?
É, realmente...independente do que aquilo significava ,com certeza minha vida iria mudar, e muito.
Se ele realmente estava falando a verdade, eu sinto que deveria confiar nele, e se estava mentindo, já era tarde demais, eu confiava nele, pelo menos um pouco.

No meio do Caos,você me salvouOnde histórias criam vida. Descubra agora