Fez ele calar a boca

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— Desculpa por isso Sampa. — Paraná falou assim que entraram no carro. — Pelo beijo.

— N-não. Tudo bem. — Firmou as mãos no volante. — Fez ele calar a boca.

Se concentrou para dirigir. Não é como se estivesse completamente sóbrio e com bons reflexos.

— Mas você tá bem? — Não deixou de perguntar lhe lançando um olhar rápido.

— Eu só lamento que foi por cima do beijo que o Sul me deu.

Tocou os lábios com suavidade olhando para fora da janela. Não percebeu quando novas lágrimas escorreram por sua bochecha. São Paulo decidiu não mencionar o fato, não valia a pena.


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— Ai amiga, só me toquei agora que eu não falei com o Paraná! — Catarina exclamou de repente quase derramando o vinho que tinha na mão.

— Eu vi ele indo imbora inda gorinha junto cum o Paulinho. — Matinha comentou bem humorada apontando para o último local que os avistara. — Í eu vi o Sul sendo carregado pelo Norte também.

— E tu não me fala nada?!

A morena deu de ombros.

— Ocêis si veem todo dia, qual o problema?

A loira suspirou aquietando no lugar.

— Eu só queria conversar com eles....

— Depois di tê dado um fora no Sul? Cê tem certeza?

A catarinense desviou o olhar e murmurou por cima do cálice.

— N-não foi tão ruim assim....

Matinha só lhe lançou um olhar que já dizia tudo.

— Da um tempo pra ele sô. Num vai querendo cunversá di cara na sigunda também não. — Viu a outra suspirar desanimada novamente. — É só o meu conselho.

Guardaram silêncio por um momento, até que cruzaram olhares e a loira sorri se canto.

— Tu não vai ficar com o Goiás hoje?

— Vô sim. — Matinha sorriu de volta. — Já conferí qui o Matin tá ocupado. — Indicou na direção que o maior estava. — Í agora só tô isperando ele guardá a gaita no carro pra nois si pegá — Bebeu mais um gole de vinho e sorriu maliciosa.

Santa Catarina corou com aquela constatação e tomou outro gole longo de sua bebida. Nesse momento o cantor reaparece na porta de entrada principal, havia guardado seu instrumento. Matinha levanta e se despede da sulista com um aceno de mão discreto, sendo correspondida com outro. A loira viu a amiga se afastar predadora para cima do goiano.

Matinha se aproximou decidida de Goiás, nem o cumprimentou, puxou-o pela mão para fora da casa, rodeando a construção em busca de um canto escuro que pudessem se pegar em paz e que não fosse muito óbvio. Achou um lugar que parecia funcionar.

Logo empurrou o maior contra a parede e beijou-o profundamente. O homem correspondeu com gosto a abraçando a cintura. Desinibida pelo vinho Matinha rapidamente o agarra mais, sentindo seu tronco trabalhado. Suas costas exercitadas pelo laço que praticava, sua cintura durinha. Gostoso. Desceu as mãos para sua bunda puxando seu quadril para mais perto. Sentiu a fivela de seu cinto contra a barriga, lhe machucava um pouco mas não se importava nada naquele momento, também era forte.

Enfiou uma das pernas por entre as dele e pressionou sua virilha com vontade fazendo-o gemer entredentes. Fez uma pequena pausa para apreciar seu rosto corado e constrangido. Goiás ficava muito fofo assim! Lhe dava a urgência de devora-lo ainda mais. Sabia que o moreno ficava todo desajeitado com aquilo, com ela tomando a iniciativa, pois tinha em mente que aquele era seu "papel".

Origens [Hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora