𝖲𝖾𝖼𝗋𝖾𝗍𝗌 - S.H

"Família".

Hongjoong

Eu nunca achei que fosse me tornar amigo de Park Seonghwa, o ex representante de turma que sempre chegava atrasado em todas as aulas, muitas vezes não prestava atenção, mas que para a surpresa de muitos, também é bastante inteligente, e pode ser classificado como o segundo melhor da turma, por sua incrível capacidade nos estudos, devia ser por isso que dormia em algumas aulas por saber se garantir depois, ele era um garoto diferente de uns que já tinha visto, interessante aos meus olhos.

Depois da manhã meio.. peculiar que nós dois tivemos, eu pôde conhecer mais dele, assim como ele conheceu pequenas coisas sobre mim, bem pequenas mesmo, não sou muito de demonstrar tantas emoções com quem não tenho intimidade, mas surpreendentemente ele me fez sentir confortável com sua companhia, confortável o suficiente para abraçá-lo quando me despedir.

Eu realmente não sei o que deu em mim, eu agir como achei que devia, eu gosto de abraços, mas com pessoas específicas, e ele deveria mesmo se sentir importante por ter ganhado um abraço meu de graça, se fosse outra pessoa eu apenas acenaria, mas hoje eu fiz muito mais do que costumo fazer por alguém, até mesmo água eu levei pra ele, porque como ele estava em um treino de basquete, achei que provavelmente estaria com cede e cansado, e eu acertei.

Eu sentir coisas estranhas quando estive perto dele, não necessariamente estranhas, mas, diferente talvez, foram sentimentos diferentes, como na hora em que, por descuido meu eu acabei caindo da escada na biblioteca e ainda bem que Seonghwa foi rápido o suficiente para me segurar, ou então eu teria morrido ali mesmo. Eu caí nos braços dele, e não soube reagir na hora, assim como ele. Eu percebi o clima que rolou.

Também ainda teve o acontecimento extremamente constrangedor onde eu vi ele sem roupa, digo, eu não vi ele totalmente nú, mas eu vi uma parte de seu corpo, e que.. por Deus, com todo respeito, que corpo. Como uma roupa pode esconder tanto assim? Eu quis me enterrar naquele chão, ou em qualquer lugar, até porque a culpa foi minha, mas em minha defesa eu não sabia que ele estaria lá tomando banho, porém, eu deveria ter pelo menos pensado sobre isso.

E eu não consigo mais tirar aquela cena da minha cabeça, o jeito que ele me olhou como se estivesse me admirando, como se lesse cada parte do meu rosto naquele exato momento eu juro que se eu tivesse um pinguinho mais de coragem, eu teria o beijado. Tudo nele é tão.. diferente e ao mesmo tempo encantador, acho que gostei da forma como ele me trata e sempre está me olhando, ele sempre esteve, mas eu preferia ignorar que não, e talvez eu continue fazendo isso pelo bem da nossa recém amizade.

Nunca achei outro qualquer garoto como ele, ele fez parecer tudo tão simples, com coisas complicadas, tudo ficou mais leve de repente, gostei de ter sua companhia, foi mais por isso que voltei para chamar ele pra vir comigo até em casa, acho que fiz bem em fazer isso, caso contrário nada do que aconteceu teria ocorrido, e agora eu não estaria com suas roupas, que são muito confortáveis na minha humilde opinião, e não teríamos dividido o meu lanche, e.. ele não teria elogiado.

No mesmo segundo em que eu escutei ele elogiar o lanche que eu tinha feito, deixei transparecer a minha felicidade, fiquei um tantinho tímido, e tenho certeza que corei, o que é um dos defeitos que mais me metem em situações vergonhosas em momentos assim, eu não gosto. Mas o motivo de eu ter ficado feliz foi apenas porque não há muitas pessoas que me elogiam pelos meus pequenos esforços, e eu sei, foi apenas um lanche simples que eu sempre preparo, mas significou muito quando ele gostou.

Eu gosto de cozinhar quando estou triste ou apenas quando não tenho outras coisas pra fazer, ou quando me sinto muito frustrado com os estudos, alivia muita coisa, e também aprendo coisas novas, passa uma sensação boa, as coisas que aprendi foram com a minha avó quando ela ainda estava viva, meu avô também acabou aprendendo algumas coisas com ela, porque chegou em um momento que ele teve que cuidar dela quando ela ficou doente, mas não gosto de tocar nesse assunto, talvez eu esteja apenas me enganando que superei a morte dela.