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Kyra
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As conversas acompanhadas com risadas se estenderam por mais um tempo, na onda de se lembrar do que já tinha acontecido, Beatriz também não ficou de fora, achei desnecessário ela contar que eu tinha medo de gatos quando pequena.

Precisava contar do dia que um gato entrou em minha casa, e eu com medo subir no sofá, acabei caindo pra trás e de quebra ainda consegui deslocar o ombro nessa brincadeira?!

Não, definitivamente não precisava!

— Para de tá com cara amarrada, limãozinho! Tirando a parte do ombro deslocado, foi engraçado sim! – revirei os olhos, bebendo mais um pouco do vinho. — Você era bem medrosa!

— Falou quem ainda tem medo de ouvir lendas urbanas! – arqueei a sobrancelha

— Você só conta as de terror – da língua

— Ué, são as melhores! – dou de ombros.

— Ainda tem medo de gatinhos? – a voz suave de Crystal soa em meu ouvido, em um sussurro.

Me arrumei no assento, suspirando fundo, tentando não parecer que tê-la tão próxima assim e ainda sussurrando em meu ouvido, não mexia comigo — Não, nenhum pouco!

Nossos amigos se entreolharam e decidem voltar para a pista de dança, sinto Crystal encostar sua cabeça em meu ombro, soltando uma risadinha, a olhei, algumas mexas de seu cabelo, caíram pra frente, então em um carinho em sua bochecha, aproveitei para pôr as mexas de seu cabelo para trás, me dando uma visão perfeita de seu rosto, suas bochechas estavam um pouco rosadas por conta do álcool, seus olhinhos dourados me fitaram.

— Kyra, já tô cansada – diz manhosa.

— Então, vamos embora?!

Ela diz que sim com a cabeça, peguei o celular para mandar uma mensagem avisando nossos amigos que já estávamos de saída.

Passamos pelo o amontoado de pessoas, que com certeza já estavam bêbadas demais para  prestar atenção se esbarrava em alguém, enquanto dançam, até a saída da boate, assim que colocamos os pés para fora, fomos recebidas pelo o vento frio da madrugada, a rua estava com tanta neblina, que acabava atrapalhando um pouco a visão de onde o carro estava.

Também tinha pessoas na frente da casa, algumas se pegando, outras quase pondo as tripas para fora, eu não gostaria de estar no lugar dessa criatura.

Crystal passa seu braço em volta do meu — Foi divertido né?

— Foi sim! – sorrir

Abrir a porta do carro para que ela pudesse entrar, dei a volta entrando em seguida.

— Por que não me falou que tinha medo de gatos?

Revirei os olhos — Porque eu era criança, isso já passou! – a olhei séria, pondo o cinto de segurança, voltei a olhar pra frente — Caralho, odeio dirigir com neblina! – resmungo baixinho

— Então, também não tem medo de coelhinhas né? – sinto sua mão em minha perna, prendi a respiração por um tempo, tentando não deixar a vontade que eu estava dela tomar conta.

(Nem) Todos os Clichês São Iguais - (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora