I - Preciso me casar

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Gemini chegou em casa. Havia tido um dia cheio na faculdade e no estágio. Ele morava com um amigo, que, assim como ele, fazia faculdade e estagiava. Era bom, por que assim eles podiam ter um pouco de conforto dividindo as despesas.

Aos 22 anos, tendo 1,83 de altura, tinha o corpo bem desenhado e era muito bonito e popular. Com uma pele parda e cabelo negros e os olhos de tom castanhos escuros chamava atenção por sua bela face e personalidade amigável.

Cursando o quinto ano de Medicina, por causa do estágio, às vezes passava a noite toda no hospital e acabava indo de lá mesmo, direto para a faculdade de manhã. Então o fato de ter chegando em casa cedo naquele dia era por que havia tirado folga do plantão. Não dormia a 24h e tinha sono no seu corpo naquele momento.

Ele tirou o jaleco, e relaxou no sofá e tirou os sapatos.

– Finalmente casa – disse com um sorriso enorme com os lábios desenhados e passou a mão pelo queixo. – Preciso fazer a barba, mas estou sem barbeador. – disse manhosamente se espreguiçando. – Eu não quero ter que sair, vou deixar para de noite ou... – ele lembrou da navalha que tinha guardado. – Posso usar a navalha. – e foi correndo ao banheiro. Preparou tudo e começou com cuidado, sem camisa e descalço.

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O outro rapaz que morava ali tinha a mesma idade que Gemini, 22 anos. Ele fazia faculdade de Economia e conhecia Gemini a um bom tempo. Fourth, tinha olhos e cabelos castanhos escuros. Ele era organizado e bem tranquilo, gostava de andar com roupas leves e bem humorado. A única coisa que o agoniava era a bagunça que Gemini fazia. Mas ainda assim o outro era seu melhor amigo.

Naquele dia, assim com Gemini, ele estava bastante cansado. Queria poder dormir por um dia inteiro, mas ainda tinha muitas coisas a fazer. Começando por sua monografia, já que estava prestes a concluir a faculdade.

Mal colocou os pês em casa, e já vê coisas espalhadas pelo caminho, percebendo que Gemini havia chegado. Foi seguindo o rastro da bagunça até o banheiro do quarto do amigo e jogou o jaleco, que recolheu do braço do sofá, sobre o outro.

– Sabia que a ideia do jaleco de um médico é de ser uma roupa limpa para se usar no hospital?! – disse ele em tom de bronca, mas rindo em seguida. – Você realmente é uma criança. – falou ao ver que o amigo havia se cortado três vezes.

Depois de rir do estado desajeitado do outro Fourth foi para a cozinha preparar algo para comer.

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– Olha, tinha essa carta na caixa de correio. De um tal de Perawat Sangpotirat. – disse Gemini apontando a carta que estava no canto da mesa da cozinha. – O que vamos ter hoje? Khao Pad? Ou melhor, que tal um Khao Soi, vi umas receitas legais. – disse ele sorrindo um pouco. – Bem eu vou no mercado agora, por que se não vou ficar sem pele tentando tirar isso com navalha, quer que eu traga algo?

– Perawat?! – Fourth pensou um pouco sobre aquele nome, mas definitivamente não lembrava de onde era. Iria ver isso depois. – Eu queria que você comprasse queijo e alface. Estamos sem e vê se não se esquece na vida conversando com a caixa do supermercado, ok?! – ele não pode deixar de recomendar, já que Gemini tinha a péssima mania de conversar com todas as pessoal que visse.

Com a saída do amigo, se viu sozinho e resolveu verificar a carta. Dentro dela havia um pequeno bilhete com um número no final. O bilhete dizia:

"Por favor, me ligue o mais rápido possível. O assunto é de extrema importância e de grande interesse."

Tel.: (XX) X XXXX-XXXX

Então viu que aquele número era familiar.

Era o número da casa do seu avô!

E por um momento ele teve um péssimo pressentimento sobre aquilo. Há séculos Fourth não falava com seu avô. Isso porque seu avô havia brigado com a mãe dele. Quando seus pais se casaram sou avô foi contra e por causa disso eles estavam sempre discutido. Até que um dia eles brigaram feio e nunca mais se falaram. Levando ao Fourth nunca mais ver o avô pessoalmente.

Ele sempre ligava para o avô em datas comemorativas como natal e nos aniversários dele. Mas nunca foram conversas muito longas, enfim... Curioso para saber o motivo do bilhete, ele ligou para o número.

Quase tendo um ataque, recebeu a notícia. O seu avô havia falecido... Há dois dias.

Perawat Sangpotirat, ou Krist, como pediu para ser chamado, era o advogado de seu avô e queria falar urgente com ele. A conversa, assim como dizia o bilhete, era bastante importante e levou a marcarem, no próximo final de semana, um encontro na casa do seu finado a avô, para definirem os termos da conversa.

Após deligar da ligação com o advogado, Fourth ainda estava pasmo. Realmente era muita coisa de uma vez só...

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Algum tempo depois Gemini chegou ali trazendo tudo, até um barbeador novo.

– Eu vim rápido por que só tinha gente chata... Tirando o fato de que um cara me paquerou, a compra foi rápida... Comprei uma garrafa de Vodka. – ele colocou tudo em cima da mesa e sorriu para o outro. Ao olhar para o amigo viu que ele estava parado em estado de choque. Chamou ele várias vezes e nada. Então acertou o rosto do amigo com um tapa fraco. – Que merda Fot, eu to falando com você há séculos e você com essa cara de que vai desmaiar. O que aconteceu? – perguntou ele. Como ele era um futuro médico ele sabia bem como acordar alguém de um estado de choque.

Fourth se assustou com o tapa, mas isso serviu para ele voltar à realidade.

– Gemini... – ele ainda estava meio pasmo com tudo que ouvira por telefone. – Eu... Eu liguei para o número e... O meu avô... Ele faleceu...

Gemini lembrou na hora da história do avô.

– Ei calma... Olha só, eu vou com você lá, posso pedir uma folga para isso eles vão entender. – disse ele querendo ajudar o amigo, sentou ao lado dele e falou com calma. – Sou seu amigo lembra, faço tudo por você, você é como um irmão para mim.

– É... Eu sei... – e Fourth respirou fundo para se acalmar. – Mas... Não é só isso... Você deve lembrar que o meu avô morava sozinho numa mansão enorme, não é?! Que ele era rico...Que a minha mãe era filha única e que eu também sou o único familiar dele, certo...?

– Sim... Sim... – Gemini abriu olhos enormes. – Putz, o velho deixou a herança toda para você e você ficou rico!! – ele berrou alto sem poder se conter, levantando num pulo. Depois parou envergonhado. – Desculpe... Desculpe... Hum, o que você quer fazer agora?

– Me casar.

Casamento ArranjadoOnde histórias criam vida. Descubra agora