Capítulo 1

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Os meus olhos piscam lentamente numa tentativa falha de espantar as lágrimas involuntárias que persistem em continuar.

Chorar não faz mais sentido algum, mas como dizer e convencer isso aos meus olhos? A minha mente? E principalmente, o meu coração? Convencer de que nada disso vale a pena, vale se quer alguma coisa, algum benefício, talvez alguma melhora de alívio.

Mesmo sabendo antecipadamente de que nada disso vai compensar, ou adiantar. Pois a dor vai permanecer bem diante de mim, dos meus pensamentos, aos meus olhos, e digo novamente, em meu coração.

É que ele foi dilacerado de um modo tão cruel, tão doloroso, que só de lembrar, parece que a dor volta com mais força, com mais impacto.

E não é nem de longe, ou de perto uma dor de amor.

Não é dor de amor, quem dera fosse.

É uma dor ao saber que nada disso foi real, que dirá que foi realmente importante.

Queria nesse momento pedir por favor, para que me dissesse que as conversas que duravam por horas, até mesmo virando várias madrugadas, não foram em vão.

Que eu tomei sorvete de flocos (mesmo não gostando de sorvete de flocos), só porque eu queria te ver feliz quando as coisas ficavam complicadas e muito dolorosas para você.

Que eu ouvi todas as suas músicas ruins, só porque você dizia que eram as suas favoritas, e de certa forma eu queria entender o que elas significavam pra você.

Porque você nunca fez questão de gostar de tantas coisas, apenas de sorvete de flocos, suas músicas ruins, e de mim. Assim eu achava.

Meu Amigo ImaginárioOnde histórias criam vida. Descubra agora