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"Eu ainda acredito, mas não sei o porquê
Eu nunca fui boa, tudo o que faço é tentar, tentar, tentar
Eu ainda estou naquele trapézio
Eu ainda estou tentando de tudo"

Taylor Swift- Mirrorball

 Taylor Swift- Mirrorball

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MIA MILLER

— Mia, Betty e Josh estão te esperando - ouço a voz do meu irmão vindo do andar de baixo, me apressando.

— Mais cinco minutos - grito em resposta, colocando a cabeça para fora do quarto, logo fechando a porta novamente.

Volto a me olhar no espelho, suspiro.

Hoje era o primeiro dia do segundo ano, não posso deixar de sentir um frio na barriga. Sentia que voltaria a chorar a qualquer momento (lágrimas que eu não sei de onde saíram, levantando em conta que chorei boa parte desse semana) mas, aqui estava eu, com medo da escola.

Céus, me sinto no ensino fundamental.

— Encarar o seu passado para lidar com o seu futuro - leio em voz alta o que estava escrito no post-it amarelo grudado ao meu espelho.

Minha psicóloga sempre dizia isso para mim, era quase uma mantra, e quando as coisas estavam difíceis, eu relia aquela frase tão conhecida por mim.

Não perco muito tempo me olhando no espelho, logo pego minha mochila e desço.

— Bom dia maninha, não vai tomar café? - meu irmão, Lucas, questiona quando me vê indo em direção à porta da frente.

— Bom dia mano, não tô com fome, não se preocupa. Cadê o pateta número dois? - pergunto, querendo mudar de assunto antes que ele insista que eu coma algo.

— As paredes tem ouvidos, bonitinha - Léo murmura enquanto adentrava a cozinha, bocejando.

Reviro os olhos.

Lucas e Léo eram meus irmãos mais velhos. Gêmeos, caso não tenha ficado claro. Eles eram 10 anos mais velhos do que eu, mas ainda eram um pé no saco.

Nenhum dos dois tem uma namorada pra encher o saco, por isso, aqui continua sendo a casa deles, mesmo eles já tendo suas próprias. Não que eu me importe de tê-los por perto, é divertido quando não é só eu e a mamãe.

Seus trabalhos eram por perto, então sempre que tinham a oportunidade de vir para cá, aqui estavam eles. O motivo da semana por estarem aqui é: mamãe foi visitar a vovó Daphine, em Seattle. Eu sei, muito longe, considerando que moramos em Boston.

Acontece que vovó vive reclamando que sua família não lhe dá atenção, e pelo menos três vezes na semana liga pra nossa casa para nos dar sermão, dizendo, "Quando eu morrer vocês vão me dar valor". Por isso, sempre que podemos, vamos visitá-la, pra ela não se sentir tão sozinha. Apesar de achar engraçado o drama que ela sempre faz, não a julgo. Depois que o vovô morreu, a 2 anos, ela tem se sentindo só, e o fato dela morar longe não ajuda muito.

Pra sempre você Onde histórias criam vida. Descubra agora