Ninja diplomático

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  Gaara suspirou mais uma vez naquele longo dia, o sol estava se pondo e ele atolado em papéis, a sala mais escura do que seria recomendado para alguém que precisa ler constantemente durante o dia, um sutil raio do sol baixo entrando pela fresta da cortina branca na sala do Kazekage, tudo era silencioso deixando lugar ao som da areia soprando ao lado de fora.
  Gaara focou o olhar no cacto em sua mesa se perguntando se estava vivendo ou apenas sendo o Kazekage de Sunagakure, a resposta era óbvia, ele não era infeliz com a vida que levava é claro que não, infelicidade era o que o consumia a anos atrás quando seu único objetivo de vida era matar, quando não tinha ninguém além da solidão como companhia, a época em que seus olhos eram apavorantes e tudo que o rodeava cheirava a sangue fresco.
  Ele era feliz atualmente, mas faltava algo...talvez essa sensação seja devido a seus dias monótonos que caíram em uma única rotina, talvez ele seja sozinho de mais em um ponto que ele não gosta muito de pensar, mas como não pensar? Sua irmã Temari estava noiva parecendo tão feliz e eufórica ao lado do Nara, Kankuro por sua vez já havia se casado com uma linda moça de Suna, eles pareciam tão completos, tão realizados dando os primeiros passos para construir suas próprias famílias, isso deixava Gaara com medo de acabar sozinho mais uma vez.
  O kazekage apoiou o rosto em uma das mãos e suspirou, ele queria saber como eram essas sensações ou ao menos ter alguém que encontrava as escondidas vez ou outra como os casais de alguns livros que ele lia, mas nessa parte da vida o ruivo nunca se deparou com nada além de decepção, seu primeiro interesse amoroso foi Naruto Uzumaki, o garoto de cabelos loiros e olhos azuis que o cativou des de que lutaram pela primeira vez, mas quanto mais tentou se aproximar do rapaz mas notou o fascínio que esse tinha por um certo Uchiha, sua segunda e igualmente falha tentativa foi com uma moça que chegou a ser sua noiva, eles tinham uma boa relação vez ou outra trocando beijos mais frios do que parecia ser comum, mas por ter medo do histórico de vida do Kazekage a garota fugiu com outro rapaz, deixando um Gaara não de coração partido, mas frustrado para trás.

- Essa coisa de amor romântico...eu acho que nunca vou entender essa variação de amor.

  O Ruivo comentou baixo para si mesmo, Gaara levou tempo mas entendeu o que era um amor de amigos, um amor de irmãos, o amor que como líder Kazekage ele tinha pelo seu povo de Sunagakure, mas o amor romântico...esse ele tentava mas ninguém parecia disposto a ensina-lo.
  Três castas batidas na porta, O kazekage ajeitou a postura e falou com a voz rotineira que não demonstrava emoções.

- Entre.

  A porta se abriu lentamente, um de seus Jounins anunciou que o ninja diplomático enviado de Konoha havia chegado, por Kami! Gaara havia esquecido totalmente que Naruto viria resolver algumas coisas em Suna por um tempo, se bem que o garoto deveria chegar só dali algumas horas, mas de qualquer forma pediu para deixa-lo entrar enquanto coloca alguns papéis em ordem na mesa para não parecer tão desleixado frente ao amigo, não que Naruto realmente fosse reparar.

- Kazekage-sama.

  A voz diferente do que esperava se fez presente fazendo o Ruivo levantar as íris verdes para o indivíduo em sua frente, um macacão verde apertado, um colete jounin aberto, uma bandana modelando a cintura e uma mochila nas costas.

- Lee?

  Gaara perguntou surpreso, o Jounin de cabelos profundamente negros sorriu para ele, Rock Lee não parecia o mesmo de uns anos atrás, os olhos claros como vidro colorido do Kazekage se demoraram nos detalhes do rapaz, estava muito mais alto, tinha músculos marcados pelo macacão justo, a pele bronzeada com algumas gotículas de suor escorrendo pela testa, Rock Lee tinha amadurecido bem, surpreendente bem, Gaara pensou.

- Sei que eu não era quem estava esperando Kazekage-Sama, mas Naruto teve alguns imprevistos, o Hokage decidiu me mandar em seu lugar.

  Gaara ainda olhava para Lee um pouco perdido perguntando-se como o garoto magro e baixinho ao qual ele quase tirou a vida, algo que ele se arrepende profundamente até hoje, havia se tornado...bom, se tornado tudo isso que estava em sua frente.

Eu sempre gostei de cactos.Onde histórias criam vida. Descubra agora