Pequeno Tempo.

Capítulo Único.

Anos.

Fazia anos que Luffy tinha se lançado ao mar com o objetivo de ser Rei dos Piratas.

O moreno nunca se arrependeu de ter tomado essa decisão aos dezessete anos. Tinha ganhado seus amigos e companheiros a partir dessa decisão, sua nova família tinha surgido graças a essa decisão.

Não estavam tão unidos como nos seus tempos de piratas, quando ainda eram jovens e energéticos, mas ainda se viam com frequência e se consideravam uma família. Tinham crescido e tomados rumos diferentes como qualquer outra família.

Naquele dia estavam se reunindo depois de meses separados pelo tempo, ter a certeza de que veria todos seus amigos deixava o Monkey mais animado do que nunca, pois seria uma nova aventura que teria. Ter o título de Rei dos Piratas não significava que suas aventuras tinham acabado, apenas que tinham mudado um pouco.

Estava tão ansioso para esse reencontro que tinha arrastado seu marido para dentro do submarino antes mesmo de dar o horário de partida.

— Mugiwara-ya – chamou o marido mais uma vez, um sorriso de canto no seu rosto.

Ainda que estivesse agitado com a chegada ao destino, Luffy se virou para o tatuado no mesmo instante, um olhar amoroso em seus olhos. Por mais distraído que estivesse, bastava Law o chamar com aquela voz doce que a atenção do Monkey era apenas dele.

— Senta, por favor. Você só vai ficar mais ansioso se ficar andando por aí. – acrescentou sinalizando para a cadeira ao seu lado com a cabeça.

Entendia perfeitamente o sentimento do seu marido, sentia a mesma coisa quando marcava um encontro com seus antigos companheiros, mas também conhecia Luffy a tempo suficiente para saber que deixá-lo andando pelo submarino não iria o ajudar em nada.

— Torao, eu não consigo ficar sentado, preciso gastar energia se não vou acabar enlouquecendo. – Luffy respondeu olhando para o marido um pouco angustiado, estava energético demais para ficar parado e obedecer ao pedido do tatuado.

Law chamou o marido com a mão, um sorriso complacente em seu rosto. Havia se casado a tanto tempo com Luffy que já estava acostumado com esses picos de energia dele. As vezes ainda o deixava louco, mas na maioria dos momentos conseguia ter a paciência e a calma necessária para lidar com tudo.

Respirando fundo, Luffy se direcionou para perto do marido. Ao chegar perto o suficiente, se colocou entre as pernas dele ainda em pé, passando os braços em volta dos ombros do Trafalgar.

O Monkey amava estar nos braços do marido, o deixava mais tranquilo e calmo estar perto dele.

Depois de tantos anos juntos, o moreno já sabia todas as suas histórias e seus traumas da época de pirataria. Confiava sua vida inteira ao homem de olhos dourados de olhos vendados. Tanto que havia se casado e se comprometido com ele.

E por mais que Law tivesse com as feições mais maduras devido ao tempo, as olheiras ainda aparentes devido a insônia crônica do mais velho, os olhos cansados que denunciavam o peso que carregou durante toda a sua vida, Luffy ainda o achava a pessoa mais linda de toda a Grand Line.

— Se você quiser, podemos ficar juntos e nos distrair até chegarmos. Podemos comer um pouco, só não quero te ver ansioso desse jeito. – levou uma mão ao rosto de Luffy, sentindo a barba rala entre seus dedos, fazendo um pequeno carinho na bochecha do Monkey.

Luffy soltou um pequeno suspiro em deleite, fechando os olhos e se inclinando para o toque dele. O gelado do metal contrastando com a pele quente de Law. Receber carinho do mais velho era um dos seus prazeres diários.

— Posso ficar no seu colo Torao? – perguntou de forma manhosa, se entregando totalmente ao toque do tatuado.

O Trafalgar puxou o Monkey para o seu colo. Luffy era muito mais encorpado, possuindo mais músculos e agora que estava com as feições mais maduras, chegava a ser destoante ele agir como um garotinho atras de carinho.

Depois de passar por tantas coisas, Luffy começou a ter expressões e trejeitos do homem maduro que era. Ainda possuía o sorriso alegre e bobo no rosto, a animação e a inocência ainda estavam preservadas, todavia sua aparência denunciava o parentesco com Garp.

Em momento algum Law deixou de o achar atraente, na verdade achava o pirata ainda mais atraente do que nos seus dezenove anos quando começou a se interessar por ele.

E independentemente se ele era o pirata mais temido da atualidade, se muitos ainda temiam mexer com as ilhas que hasteavam a sua bandeira, se apenas o seu nome fazia dezenas de pessoas tremerem, se tinha pessoas que desmaiariam em sua presença de medo, Law ainda o trataria como a joia mais preciosa e delicada do mundo.

Pois era exatamente isso que Luffy era para Law. A joia mais preciosa do mundo que lhe dava vontade de viver todos os dias.

— Aposto que se me vissem assim, muitos não acreditariam que eu sou o Rei dos Piratas. – Luffy comentou ao escorar sua cabeça no ombro de Law, o riso soprado indo de encontro ao pescoço de Law, causando arrepios no mesmo.

— Que bom que eu sou o único que pode te ver assim. – Law respondeu passando um dos braços pela cintura do Monkey enquanto entrelaçava sua outra mão com a de Luffy.

Luffy riu outra vez, achando graça do comentário ciumento do marido. Se deixando levar pelas caricias e os comentários do tatuado sobre como as pessoas o enxergava e como eles se chocariam caso vissem como Luffy era bobo e fofo na verdade.

No fundo Luffy sabia que seu marido estava falando e agindo desse jeito para que sua agitação se dissipasse, ele sempre tentava lhe acalmar daquela forma e mesmo sabendo disso iria se deixar levar.

Conviver por um longo período era difícil, mas em momentos como aquele, Luffy tinha certeza de que tinha tomado a decisão certa ao pedir Law em casamento no convés do Sunny.

E assim Luffy passou aquele pequeno período perdido nos braços do amor da sua vida sem nenhuma culpa até que chegassem na ilha que iriam explorar com seus velhos amigos.