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   Ele tirou a mão da arma e fez sinal pra eu me aproximar. Agachei perto dele e vi que ele tinha tomado um tiro de raspão na costela mas estava sangrando bastante pois passou cortando.

xxx- Me tira daqui por favor, eu te pago quanto tu quiser se você me ajudar. - ele falou com a voz falha.

- vem, eu vou te levar pra um lugar mais seguro. - falei levantando ele e ele com muito esforço levantou e pegou o fuzil e pendurou no meu pescoço jogando para as minhas costas.

- vamos logo porque os cara pode aparecer aqui a qualquer momento. - ele falou pendurado em mim e tentando caminhar.

Fomos andando pelo canto da rua que estava escuro e três ruas depois chegamos na minha casa. No caminho todo até aqui ainda conseguiamos ouvir a troca de tiros que tava tendo na parte de cima do morro. Entrei com ele na minha casa e logo fui trancando o portão, fui entrando com ele e logo coloquei ele na cama. Ele deitou com um pouco de dificuldade, e colocou a mão no machucado indicando que estava doendo.

- Eu vou tentar procurar pela casa se tem alguma coisa pra te ajudar com os machucados. - falei indo em direção a porta pra sair do quarto e ele logo me chama.

xxx- o maluquinha, deixa o fuzil encostado aqui no canto da parede pra você não se machucar. - falou baixo quase sem voz.

- desculpa, eu tinha até esquecido. -falei e fiz o que ele pediu.

Sai dali e fui ver se encontrava em algum armário da cozinha, abri as gavetas e não achei nada por ali. Fui até o banheiro e por sorte na última gaveta do armário tinha uma caixinha pequena com alguns remédios e coisas de primeiros socorros. Lavei minha mão bem lavada, fui andando pro quarto e sentei na cama perto dele. Passei o álcool, que tinha ali na caixa na mão e logo levantei a blusa dele vendo o machucado. Peguei um algodão e coloquei um pouco de álcool para desinfectar o local, ele deu um gritinho, e eu parei mas logo ele fez sinal pra eu continuar. Depois que limpei o local, fui procurando na caixa se tinha algum remédio pra ferida e encontrei uma pomada lá que dizia resolver o problema. Passei a pomada no local, coloquei uma gaza e uma fita segurando a gaza.

- Não faço ideia se oque fiz tá certo, mas o que deu pra fazer tá feio. - falei um pouco desajeitada.

xxx - vlw aí pela ajuda, deu uma moral boa aí na ferida. - falou forçando um sorriso.

- De nada, vou pegar água lá pra você tomar uns comprimidos pra dor que tem aqui. - falei levantando e indo até a cozinha.

Peguei um copo e coloquei água pra ele, fui até a caixa que estava na cama e procurei alguns remédios que serviam, dei os comprimidos e ele tomou a água pra descer. Levantei e fui até a cozinha deixando o copo, aproveitei pra verificar se casa estava toda fechada, confesso que estou morrendo de medo de alguém entrar aqui e me matar ou dele mesmo me matar. Verifiquei tudo e voltei pro quarto, vi que ele tava com a cabeça baixa chorando e me aproximei.

- Tá sentindo muita dor? - falei sentando perto dele na cama e limpando a lágrima que escorria no seu rosto.

xxx- também, mas não é isso! - falou me olhando triste.

- se quiser pode me contar! - falei meio desajeitada.

xxx - eu vi meu primo morto na minha frente. - falou baixo e eu fiquei em silêncio de cabeça baixa sem saber oque falar.

Ficamos ali em silêncio por um tempo, até o cansaço começar a bater em mim. Tirei a parte do lençol que ele deitou e estava com um pouco de sangue, e me deitei ali.

- eu estou morta de sono, mas estou com medo de acontecer alguma coisa. - falei baixo sem olhar na direção dele.

xxx- fica tranquila meu bem, não vai acontecer nada com a gente. Eu tô sem sono então vou ficar aqui acordado, dorme sossegada que eu vou tá aqui olhando tudo.

- Tudo bem, se tiver sentindo alguma dor me acorda. - falei e ele concordou com a cabeça.

Eu não sou de dormir perto de estranhos e ainda mais em uma situação dessas, mas como eu não dormi direito na viagem e não tive tempo de descansar, estou morta. Me ajeitei na cama e fechei os olhos pegando no sono...

Acordei com um celular tocando, fui olhar e não era o meu. Se não era o meu, deveria ser o dele, virei pro lado dele vendo ele dormindo. Sacudi ele que logo acordou assustado.

- seu celular tá tocando. - falei chamando atenção dele para o celular.

Ele pegou o celular e atendeu, ficou falando por um tempo lá oque tinha acontecido com ele e falou onde ele tava. Ele pediu para buscarem ele e logo desligou o celular. Começou a se levantar, ele conseguiu ficar de pé mas ainda com um pouco de dificuldade, ele pegou o fuzil e colocou virado para as costas. Eu levantei e ia saindo do quarto para abrir a porta pra ele, quando segurou me braço devagar, virei na direção dele e ele me abraçou.

xxx - obrigada por ter salvado minha vida, se não fosse você alguém teria me encontrado naquele beco e teria me passado. - ele falou e deu um beijo na minha testa.

- fiz oque tinha que fazer, ver se fica bem ok! - falei olhando pra ele que tinha um olhar abalado.

Sai e fui destracar a porta, um carro buzinou lá na frente e logo ele veio pra fora. Abri o portão e ele saiu, nem coloquei o rosto pra fora pois não sabia que tipo de gente estava ali. Tranquei o portão e estava entrando quando eles começaram a falar e eu parei na entrada da porta por um tempo.

xxx 2 - qual foi Fp, achei que tu tinha morrido meu mano, tava preocupadão pensando se tu tava vivo ou não. - uma cara com a voz grossa falou.

xxx - Gb eu também pensei que ia morrer, mas apareceu um anjo pra me salvar e agora tô aqui vivo pow. - ele falou e logo ouvi barulho deles entrando no carro e indo.

Humm então o nome dele deve ser Felipe né... entrei e logo fui trancando tudo, tirei as coisas sujas do quarto e logo deitei de novo porque ainda estava morrendo de sono, eram 5hr da manhã ainda e eu precisava dormir mais.

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