Adeus Júlia

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A única palavra que consegui dirigir a ela com um grito foi:

- VADIA!

Júlia pega a nossa que provavelmente estava com um cheiro horrível de sexo e se cobre tentando esconder a sua nudes. Como se eu nunca tivesse visto ela naquele estado. Ela começa a chorar mas a ultima que eu poderia sentir naquele momento era tristeza, quando na maior cara de pau ela me dirige um "desculpa ". Simplesmente ignorei-a, meu foco era o Élvis, um loiro alto, de olhos azuis que aparentava uns 22 anos , toda essa carinha de jovem recém saído da puberdade não superava a minha pinta de conquistador, querendo ou não eu tinha 1,86 metros , cabelos grisalhos, uma estrutura física muito bonita e na juventude fazia maior sucesso nas baladinhas.

Não entendendo ainda a situação, olho pra janela e o pé rapado do Élvis estava destravando a janela, mentalizando como rota de fuga.

HAHAHAHA

Aquilo não poderia ser verdade, ela muita covardia , o cara come a minha mulher bem gostosinho e na hora do vamos ver pula a janela ? Aah não, aquilo me deu mais vontade de enfiar a minha mão no meio da cara dele.

Caminho lentamente na direção dele, com uma cara de deboche, pego no colarinho dele e pergunto :

- Estava bom vagabundo ?

Ele não me responde...

Pergunto mais uma vez, só que agora em um tom mais grosso.

-Estava bom filho da pu... ? Responde desgraçado, não estou com paciência !!

- Estava sim seu corno e não a primeira vez. Élvis me responde

É quando eu levanto a minha e dou o soco mais forte que eu já havia dado em alguém na minha vida, até que para 38 anos eu estava bem. Ele dá um gritinho meio estranho para quem estava comendo minha mulher.

Largo o colarinho com tanta força que ele acabou caindo no chão. Pego as roupas dele e jogo uma a uma pela janela, inclusive as roupas intimas dele, e falo com um tom irônico :

- Pega agora neném.

Ele sai correndo pela a janela enquanto Júlia alegava me amar.

-Você me ama ? que engraçado sua piranha, quem ama não trai. Você sabia disso ? Eu não sei por que um dia eu amei você sua maldita, tu só arruinou a minha vida, EU TE ODEIO.

- Am...

- Não me chame de amor Júlia, agora é Peter e Júlia

- Peter , me entenda, eu sempre ame...

Lhe interrompo e continuei :

- Talvez eu tenha sido tolo por ter acreditado algum dia em você, mas acredite que você até que foi boa pra mim. Aprendi que pessoas baixas, infiéis e traíra como você não merecem o mínimo do meu respeito.

Peter, meu amor. Eu agi por impulso, eu juro que só tenho atração física pelo Élvis, ele é gostoso né amor, e consegue me comer , bastante.

- Júlia, saia da minha agora, primeiro eu te pego me traindo com o técnico do portão, depois você diz que só tem atração física por ele. Por favor, arrume as suas trouxas e de o fora daqui.

ANDA, ANDA ANDA!!

-Peter, você não pode fazer isso comigo, você não pode fazer com a gente, vivemos mais de oito anos juntos, vivemos uma historia, temos um filho, pense bem...

- Se liga, quem tinha que pensar na gente, no nosso filho, na historia era você antes de quicar naquele babaca varias vezes.

-Ma...

Intolerante a interrompo e exclamo :

-NÃO TEM MAIS ! Some da minha casa ,sua infiel ! Antes que eu tenha que te tirar a força daqui.

Naquele instante eu havia ficado mau comigo, eu amava muito Júlia, ela foi a garota que eu mais amei na minha vida toda porém tive que ser muito forte e tirar ela da minha casa. Não podia ser corno e achar tudo aquilo lindo. Mesmo com a cabeça pesada, dos chifres que eu tinha tomado .

Sabia que eu só iria melhorar se eu saísse e tomasse umas bebidas fortes. Abria a porta da frente com bastante raiva e um pouco de tristeza, para a minha surpresa uma avalanche de velhas fofoqueiras debruçadas nas suas janelas. O barraco devia ter sido tão grande que todo mundo da rua devia ter ouvido. Meu rosto estava vermelho, fiquei envergonhado com o que tinha acontecido e pelo fato de ter mais de 30 pessoas olhando o mais novo corno da rua. Todas as pessoas, quando me viram abrindo a porta, disfarçaram, começaram a varrer ,a conversar umas com as outras e algumas até entraram em casa. A dona Cleide, que por motivos que eu não conhecia, tinha a fama de fofoqueira da rua. Ela ficou me encarando, como se eu fosse algum ator de rede de televisão famoso. Como eu já estava meio fervendo, soltei um:

- Nunca viu não ? Nunca levou um chifre do seu marido ? Se liga sua louca.

Nem esperei ela responder e fui Caminhando furioso uns dez minutos até o bar do falecido seu zé que ficava a algumas quadras de casa.

Já havia bebido todas e mais um pouco. Estava cometendo insanidades, pagando um baita de um vexame, típico de bêbado. Até que chega um senhor que me pergunta :

- Está sofrendo por amor não é ?

Com uma voz tremula eu respondo :

- Não estou sofrendo por amor, estou é morrendo por amor.

Ele curioso e na tentativa de me aconselhar, me pergunta o que havia acontecido. Lhe explico o que me recordo, pois naquele ponto já não estava me lembrando de muita coisa. Porem eu falei em um tom de voz tão alto que todos do bar ficaram sabendo que eu tinha mais um membro em meu corpo, um par de chifres. Ignoro os murmurinhos e presto a atenção no senhor que já havia passado por isso. Seus conselhos soaram como os melhores que eu já havia recebido em toda a minha vida.

- Você vai destruir sua vida por essa vagabunda ? Não faça isso meu querido, mulheres vão chover no seu quintal . Já passei exatamente por isso .

Agora ve mais uma !! Gritou o senhor ao garçom.

Passamos horas e horas bebendo, trocando ideias e falando sobre mulheres . Já era tardezinha, tinha que voltar que para casa, meu chefe me ligava desesperado, afinal já eram mais de seis hora fora do serviço. Advinha, apenas ignorava o. Bebi tanto que nem me recordava o que havia acontecido para meu chefe estar me ligando desesperadamente e muito menos o motivo para que eu tivesse saído de casa.

Fechei a conta e fui embora, cambaleando mas fui, cheguei inteiro em casa.

Entro pela sala e me deparo com minha esposa sentada no sofá, chorando muito e cerca de umas cinco malas ao seu redor. Eu estava tão bêbado que sequer houvesse acontecido ali.

Então lhe pergunto :

- Júlia, Por que você está chorando ? O que são essas malas todas ?

Em um tom muito agressivo ela me responde :

- Ainda pergunta ?

E continua.

- Eu só esperei você voltar para deixar bem claro que eu não piso nunca mais pé nessa casa imunda

Como eu não nem fazia ideia do que ela estava a falar, começo a lhe ofender. Ela não diz nada e sai de cabeça baixa pela porta do fundo. Corro para o quarto, tranco a porta e durmo afinal eu estava " levemente " alterado.

Tudo por amorOnde histórias criam vida. Descubra agora