a audição

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Os relatos deste capítulo ocorreram em alguma sexta feira de 1988.

Ana vamos nos atrasar!
Eu que estava no meu quarto gritei:
- Já voooou!
Tinha que ser a roupa perfeita, pensei
fiquei por um minuto encarando minha camiseta favorita.
- Vai ser essa.
Decidida, peguei a camiseta preta, vesti e desci escada abaixo. Junior estava sentado me esperando. Junior disse:
- Nao acredito que você vai ir com essa roupa.
Junior é o meu melhor amigo, ele sempre esteve do meu lado. Não que isso signifique que devo minha vida a ele ou algo do tipo. Ele só... me faz bem.
- Qual o problema?
- Anah, você uso essa roupa na ultima vez.
Ele sabe que odeio quando ele me chama de Anah.
- Ninguem mais lembra - disse eu envergonhada.
- Como assim não lembram? a ultima audição foi na quarta feira - me lembrou Junior.
- Tá más estamos atrasados e nao da tempo de eu me trocar. vamos?
Sem retrucar Junior e eu nos dirigimos para o carro meia boca que o amigo dele emprestou. Junior divide quarto com Pedro, um amigo da faculdade, ja eu morava com uns 30 maconheiros em um sobrado minúsculo.
Estamos indo para a audição de um novo filme. Tinhamos ido quarta, mas nos rejeitaram e estamos indo para audição no mesmo lugar, só que outro filme.
Iamos fazer sucesso e iriamos virar grandes estrelas de cinema. Eu farei a audição de Bia, uma adolescente que morre assassinada nos primeiros minutos do filme. Acho que seria memorável. Imagina as pessoas em choque pensando que Ana Catarina será a protagonista e ela morre.
Em quanto Junior dirige, ele repara em mim.
- Ta pensando em que? - perguntou Junior.
- Nada não.
Ele fala que quando eu fico pensando demais em algo, faço caras e bocas.
O caminho até o estudio que iamos fazer a audição demorou pouco menos de 20 minutos. Junior e eu estavamos atrasados.
- Senha 19! - anunciou uma mulher. Chegamos ofegados. Sorte a nossa que a nossa senha é 21 e 22. A minha era 22.
Na mesma sala que nós estavamos Avia uma garota plastica, loira, branca, magra e bonita. Ela ia fazer audição para o filme também deu para ver que as falas dela era de Helena, a protagonista que sobrevive aos ataques do assassino.
- Senha 20!
E a garota foi. E sem eu perceber, Junior também foi.
- Boa sorte - disse eu antes de ele ir.
- Pra você também.
Eu sou a próxima, conheço bem a sensação. É a mesma sensação que senti quarta. fiquei encarando a porta que daqui a pouco eu passaria por ela.
- Senha 22!
Minha vez. fui trêmula, mas fui de cabeça erguida.
E então a porta dava direto a um palco pequeno e para a minha surpresa, avia lá. Alem dos "jurados" estavam as 21 pessoas que fizeram audição naquela manhã.
- Ana Catarina Borges? - perguntou um homem que parecia ter uns 50 anos.
- s-sim
- Você fará a audição para Bia, correto?
- Sim
E entao eu começo a encenar a cena que começa como se eu estivesse na rua e um numero desconhecido me liga, atendo e um assassino me ameaça
Querendo matar meus pais e tenho que fazer expressões até que o assassino esta atras de mim e dou o meu maior grito. Na cena sou brutalmente esfaqueada.
Depois olhei para os jurados, deu para ver que gostaram e então começam a bater palma. Só Junior bateu palama das pessoas atrás.
Então me juntei as pessoas.
- foi maravilhosa - cochichou Junior.
Eles nos liberaram minutos depois. Eu e Junior nao falamos muitas coisas sobre hoje, mas eu tinha a esperança de que o papel era meu.
Hoje dia 17/09/2010, depois dos eventos que ocorreram á 22 anos atrás, preferiria nunca cogitar em fazer parte desse filme.

Fim do primeiro capítulo


GRITOS SANGRENTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora